Arthur...

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Arthur.

--- Guinevere, me fala, o que houve? Da onde você está vindo?
(Estava calada durante o caminho todo, mas suas lágrimas ainda escorriam, mas dessa vez um tanto moderadas… Suspirei… Vê-la naquele estado, estava partindo o meu coração…).
--- Gui, vou parar naquela padaria, daí a gente conversa…
(Mas ainda sim, permaneceu calada! Então, assim o fiz. Parei, estacionei, descemos do carro, e adentramos a padaria... Lá sentamos em uma mesa em um canto bem discreto. Como ainda era de manhã cedo, tudo ali estava bem calmo; as pessoas tomavam os seus cafés viradas para o balcão, algumas conversavam quase como uns sussurros, e outras lendo jornais… Mas bem ali sentado naquele canto, de frente pra ela, nada mais importava, apenas esse nosso novo encontro desastroso, que por ventura eu estava comentando com o Henrique nessa madrugada… Enfim… Tudo estava acontecendo tão rápido).
--- Meu namorado… -Falou em um suspiro.
(Foi a frase que saiu de sua boca depois de muita insistência e um silêncio absoluto).
--- O que ele te fez?
(Franzi a testa! Algo em mim ardia, uma raiva estava querendo me consumir… Para ela estar neste estado algo grave ele deve ter feito).
--- Ele… -Parou de falar.
(Por um instante parecia que estava relembrando algo).
--- Diga Gui, o que ele fez para você? (Insisti).
--- Ele estava com outra! - Falou enxugando as lágrimas.
(Um outro sentimento me tomará naquela hora. Havia raiva e muita por ele ter feito isso, mas também havia uma calmaria, pois era eu que estava ali com ela, a consolando, tendo ela ali, de frente pra mim, olhando a pontinha de seu nariz vermelho, de tanto passar a mão, seus olhos já um pouco inchados, e seu rosto choroso… Não imaginaria jamais estar nessa posição).
--- Que filho da puta…
(Foram as minhas palavras… Que situação!).
--- Eu fui muito tola de acreditar que ele gostava de mim. -Disse ela direcionando o olhar para baixo.
--- Não fale assim! Você não foi tola… Ele que agiu errado.
(Olhou para mim com os olhos cheios d'água… Oh céus… Como eu posso com isso?!).
--- Foi horrível… -Soluçou e começou a chorar de novo…
--- Gui, não chore, por favor... Ele mostrou ser um rapaz que não te merece.
(Confesso, que não o conheço. E sei também que é muito errado eu querer dar palpite… Mas eu não poderia perder a oportunidade de tentar me aproximar, conhecê-la melhor, entender o porquê dos nossos caminhos estarem se cruzando sempre).
** --- Com licença, gostariam de fazer o pedido?** - Perguntou a garçonete, já em nossa mesa.
(Aproveitei a deixa… E fiz o pedido).
--- Nos traga um copo d'água com açúcar, e dois cafés bem fortes, por favor.
** --- Em um instante.** 
--- Obrigado.
--- Desculpa Arthur. Eu… Eu não devia estar aqui, não quero ficar te amolando… -Disse isso pegando um dos guardanapos e secando suas lágrimas.
--- Que isso Gui, jamais, te encontrei por acaso, não podia deixá-la ali.
(Percebi que respirou fundo).
--- Você está sendo muito gentil… Mas é melhor eu ir, não estou me sentindo muito bem.
--- Gui, por favor… Converse comigo, se acalme primeiro.
(Me estiquei e peguei em sua mão que estava sob a mesa… Naquele momento, seus olhos me acharam de forma intensa; sua feição já estava começando a ficar mais leve, não estava mais tão chorosa! Então… Foi aí que...).
--- Arthur… -Falou dando um pequenino sorriso de lado.
(Vi uma luz naquele singelo sorriso de agradecimento, uma quentura forte subia pelas minhas costas e pairava sobre a minha cabeça… Guinevere…).

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