Demissão...

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Dylan

--- O que foi Amália? Porque pediu para eu vir às pressas para casa? -Perguntou meu pai adentrando a sala.
(Minha mãe havia ligado para ele, mas não contou nada, preferiu pedir para que ele viesse logo, pois contaria pessoalmente).
--- O seu filho Luiz! O seu filho trouxe uma prostituta para dentro de casa! -Falou alterada.
--- O que?
--- E não foi só isso não. Além dessa pouca vergonha, ainda foi flagrado pela Guinevere. Ela saiu daqui aos prantos, coitada.
--- DYLAN! Desça imediatamente. -Gritou meu pai ao pé da escada.
(E assim o fiz… Desci... Passei por ele e seus olhos me fitavam incrédulos; sentei-me no sofá…).
--- Conte a ele a sua sem vergonhice. -Minha mãe me apontará.
--- Mãe, por favor… Acho que não foi pra tanto.
--- Não foi pra tanto?! Você viu o estado que a sua namorada saiu daqui?
--- Mas não foi minha intenção magoá-la.
--- Ahn? Sabe o que é engraçado?! Uma vez você me disse que a amava… E agora eu te pergunto. Foi assim que eu te criei? Traindo as pessoas? As enganando? Hein? Ahh, mas agora sei… Então essas eram as suas "necessidades" de que tanto você falava. Sair com prostitutas. -Resmungou ela.
(Minha mãe estava furiosa… Ela é do tipo que não gostava de escândalos, e muito menos de transparecer coisas erradas… Ela sempre gostou do "certo"... Mas acho que dessa vez, eu extrapolei).
--- Basta Amália! Eu vou resolver isso. -A interrompeu.
--- Pai… Me entenda…
--- Não, Dylan, dessa vez, você passou dos limites. Já não bastava alguns problemas que você vinha causando na empresa por falta de responsabilidade. Agora tem essa também, você trazendo prostitutas para dentro da minha casa! Achei que você tinha mudado, que havia criado responsabilidade… Aquela nossa última conversa, você me falou que tinha "selado" o seu namoro, e que amava sua namorada. Eu havia ficado muito orgulhoso da sua atitude, e ainda de ter me contado! Mas pelo visto, era mentira.
--- Pai, não é mentira, eu amo a Guinevere… O que houve ontem à noite foi totalmente despretensioso. O carro da Ruth havia quebrado, e já estava tarde, então eu decidi ajudá-la.
--- Dormindo com ela! -Indagou minha mãe.
--- Pior ainda Dylan, você nem conhecia a moça, não sabe nem a índole dela, ou da onde ela brotou, nem passou pela sua cabeça, que ela poderia estar mal intencionada? E se ela tentasse algo contra você, ou se não estivesse sozinha, e se o carro fosse só um pretexto para invadir a casa com cúmplices? Hein? Mas você não pensou nisso né!
(Me olhou como se estivesse esperando alguma resposta. Mas permaneci calado, afinal, eu estava errado).
--- O que irá fazer Luiz?! -Perguntou minha mãe cruzando os braços.
--- Bem... (Suspirou). De imediato, irei bloquear todos os seus cartões…
--- Mas pai, eu…
--- Calado! Eu não terminei de falar. Cartões bloqueados, nada de carro e mais uma coisa… Você está demitido!
--- Pai, o senhor não pode fazer isso comigo, não sou mais uma criança para ter proibições!
--- Não é! Mas age como tal. Você é um irresponsável!
(Me levantei com raiva, não falei mais nada, apenas passei por eles como um foguete).
--- Aonde você vai Dylan? -Perguntou minha mãe.
--- Irei atrás da Guinevere! Porque? Estou proibido disso também.
--- Claro que não! Você deve ir, ao menos para tentar se desculpar…
--- É o que eu irei fazer. (Dei as costas).
--- Porém… -Disse meu pai.
(Olhei de lado para ouvir o final da frase).
--- Vá… Mas vá a pé. -Disse ele pegando a chave do meu carro.
--- Está bem!
(Sai batendo a porta).

Camilo

--- A Guinevere está demorando para chegar…
(Já estava estranhando, pois, pelo tempo que a Ruth me ligou falando que deu tudo certo, já era para Gui estar aqui!).
--- Ahh, talvez ela vá direto da casa do Dylan para o serviço. -Respondeu Olívia.
(Já estava começando a ficar inquieto… Porque tanta demora?).

Guinevere

(Ainda dentro do carro, continuava pensando sobre o que havia acontecido de manhã… E se o Arthur não tivesse aparecido naquela hora… Para onde eu iria naquele estado?!).
--- Arthur… Obrigada!
--- Já disse, que não precisa agradecer Gui, apenas fiz o que deve ser feito.
--- Você foi muito gentil.
(Nos olhamos como se quiséssemos ficar um pouco mais, ali dentro do carro, ou em qualquer outro lugar mais tranquilo… Mas o momento era inoportuno, e eu já estava em cima da hora para ir trabalhar. Então, ameacei descer do carro).
--- Gui… Espere.
(Pegou em minha mão, impedindo a minha partida).
--- Sim? (Falei já com a voz mais calma, sem vestígios de choro).
--- Pegue… Este é o meu número, caso queira conversar, ou se precisar de qualquer coisa, me ligue.
(Olhei para o papel e para ele, por mais que ele tenha me ajudado, ainda pensei em hesitar para pegar o papel, mas o sentimento que nos rondava naquele momento, não me deixou fazer isso, então…).
--- Ah, obrigada. (Dei um sorrisinho de lado). Pode deixar, irei guardar.
(Me olhou e sorriu de volta…).
--- Bem… Tchau, até mais.
--- Até Gui! E por favor, se cuide, tá?!
(Consenti com a cabeça e desci do carro sem falar mais nada para ele, me virei, e vi o reflexo dele indo embora… Guardei o papel com o número dele dentro do bolso da minha blusa e fui seguindo em direção a conveniência, passei pela pista, dei bom dia a algumas pessoas que já estavam ali trabalhando… Mas o inesperado "apareceu"...).
--- Gui!
(Olho para trás e vejo o Dylan, correndo em minha direção…).
--- O que faz aqui? (Falei franzindo a testa, mal conseguia olhá-lo).
--- Gui, por favor me deixe explicar…
--- Não tem explicação Dylan! Está tudo acabado!
--- Não Gui. Por favor, me escute.
(As pessoas que estavam ao redor começaram a prestar atenção na gente).
--- Aqui não é lugar para conversarmos.
(Falei tentando disfarçar a raiva que eu estava sentindo. Já havia chorado tanto de manhã, que nem tinha mais lágrimas).
--- Então vamos conversar no seu intervalo. -Insistiu ele.
--- Você não entendeu?! Não temos mais nada para conversarmos, acabou Dylan… Saia daqui.
(De fato, ainda doía aceitar a ideia de que eu não teria mais ele… Porém, se havia algum sentimento ainda por ele, acabou de cair por terra, quando ela apareceu…).
--- Mas olhem só! Que lindo o casalzinho. -Falou a mulher que estava com ele na cama.
(Nós dois olhamos ao mesmo tempo).
--- Ruth? -Disse ele surpreso.
--- Você a trouxe para o meu serviço? (Perguntei furiosa). O que você está pensando? Já não foi o suficiente?!
--- Gui, eu não a trouxe, ela deve ter me seguido.
(Que audácia… Como eles têm a coragem de vir aqui!).
--- Mas que falta de educação a minha, foi tudo tão rápido, que nem conseguimos nos apresentar...(Sorriu). Você deve ser a Guilhermina, ops, não, desculpa… É Guilhotine? Ahh Dylan, meu amor, como é mesmo o nome dela? É um nome tão complicado. (Sorriu).
--- Ruth, pare com isso! O que faz aqui?! -Perguntou em um tom desesperado, passando a mão nos cabelos.
--- O meu nome é Guinevere, sua cínica… Agora vão embora daqui! (Falei em tom firme).
--- Nossa… Para que toda essa valentia menina?!(Sorriu). -Falou ela me olhando de cima a baixo.
--- Chega Ruth, por favor! -Pedia o Dylan.
--- Sabe o que eu acho engraçado… É o que o Dylan viu em você?! Oras... Não passa de uma menininha! Não é atoa que quando me viu, não pensou duas vezes em me levar para o quarto dele!
(Aquele sorrisinho na cara dela, estava me enojando).
--- Mentira Gui… Não foi nada intencionado! Eu fui ajudá-la com o carro e…
--- Ele ficou com você, não por eu ser uma "menininha" como diz… Mas sim pela mulher fácil e barata que você é!
(Ela tinha o perfil de ser uma oferecida, e já que fez questão de vir aqui me chatear mais ainda, cuidarei para que se sinta ofendida também). --- O que você falou? Repete sua corninha… -Falou se aproximando de mim.
(O clima começou a ficar bem tenso…).
--- Falarei a sua língua para que você possa entender… Você é uma P U T A. Entendeu agora?
(Terminei de falar, e ela voou em cima de mim... Começamos a nos atracar, caímos no chão, puxamos cabelos, nos arranhamos… Além do Dylan, vieram um monte de gente para separar… Eu nunca imaginei estar nessa situação, mas claro que eu não estava brigando pelo Dylan, e sim pela a minha dignidade… Mas, o que tudo isso me resultou?! DEMISSÃO!).

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