Arthur
--- Qual daquelas janelas será que é a dela? Humm… Pelo visto não há ninguém na sala. Será que ela está em casa?! (Talvez eu poderia ter me auto respondido, olhando pra frente… Assim veria o pedregulho gigantesco que estava na minha direção).
--- Aí, caralh… (Não me lembro ao certo como a bike foi parar em cima de mim… Mas havia uma coisa que estava bem viva… A dor).
--- Merda… (Mal consegui abrir os olhos, foi tão rápido… Ouvi barulho de janela se abrindo; então olhei para cima, e lá estava ela na janela da direita, ficou por segundos, depois sumiu… Que mico… Comecei a tentar me levantar… Quando...).
--- Arthur? Arthur, você está bem? (E lá vinha ela, gritando o meu nome; estava com uma calça moletom rosa, bem justa por sinal, a blusinha preta que usava mostrava um filete da barriga, os cabelos soltos, revoltos por conta do vento que havia devido a sua correria, ela vinha descalça… Que cena mais linda, meu Deus… Será que eu morri?).
--- Arthur, o que houve? Você foi atropelado? -Perguntou ela se abaixando para me ajudar.
--- Rapunzel…
--- Ahn? Está delirando?
(Era notável o seu desespero).
--- Eu estava passando pela rua olhando os castelos e não a vi… (Me olhou, como se eu estivesse louco).
--- Não estou entendendo nada… Você deve ter batido a cabeça isso sim. Olha só, está todo ralado! Vamos, eu te ajudo.
(Não acredito que isso está acontecendo. Eu estava apoiado nela, nunca havíamos tido esse tipo de contato, se bem que agora a situação não estava muito favorável para mim… Mas só de estar vivenciando isso, já me completa… Adentramos a portinhola do seu quintal).
--- Pode deixar a bike aqui no corredor, ninguém mexe. Venha, vamos entrar.
--- Não Gui… Eu não quero incomodar… (Realmente eu não queria dar trabalho… Não sabia se os pais dela estavam em casa, ou o que pensariam. Mas ela estava sendo tão incrível…).
--- Arthur, você estava estirado no chão, está todo machucado, pelo barulho que deu, achei que tivesse quebrado algo no seu corpo… Deixe-me então lavar esse ralado no seu cotovelo que está horrível.
(Bem… Isso era verdade).
--- Está bem. Obrigado. (Adentramos a casa… Ela me ajudou a sentar no sofá que estava ali perto, e saiu entrando em outro cômodo… Uau, estou dentro da casa da Guinevere… Não que eu reparasse, mas estava tudo tão quieto, diria até tranquilo, era uma casa bem iluminada, espaçosa, havia uns porta retratos na estante… Tudo cheirava a lavanda... Quando que eu teria uma chance dessa?!).
--- Bem, eu só não tenho antisséptico, mas tenho soro, acho que já ajuda… - Entrou na sala novamente depois de alguns minutos
--- Está tudo certo Gui, você está sendo muito gentil. (Começou a limpar o meu cotovelo, quando percebi seu sorriso tímido).
--- O que há? -Perguntei.
--- Ahhh, você é engraçado. (Sorriu).
--- Ah sou?
--- Sim, estou me lembrando da cena…
(Olha só).
--- Como assim?! A minha quase morte por te procurar no alto não foi engraçado, foi trágico. (Risos).
--- Ahn? Como isso aconteceu?
--- Eu estava vindo, olhando para cima, pra ver se via você na janela, daí havia um pedregulho enorme á minha frente, e eu não vi…
--- Nossa, que loucura.
--- Quem gosta, faz loucuras. (Essa palavra "Gostar", saiu da minha boca tão espontaneamente, que quando dei por mim já havia falado, mas não foi uma palavra pensada, apenas veio, era como se o meu coração estivesse falando com ela… Então por um instante a sala estava em um repleto silêncio, nos olhamos por um segundo, como se algo estivesse acontecendo ali… Vê-la daquele jeito me acendia… Nunca havia ficado tão próximo dela assim…).
--- Prontinho… -Falou ela saindo do transe.
--- É… Hum… Ficou ótimo… (Respirei fundo).
--- Bem, é mais para não infeccionar até você chegar na sua casa. - Falou séria.
--- Sim, obrigado Gui. Sou muito grato a você, sério… Você foi incrível, e muito gentil também.
--- Imagina, não podia deixar você ali naquele estado… Você quer uma água? Está melhor?
--- Gui, estou ótimo graças a você… Se soubesse que seria tão bem tratado, teria me ralado antes. (Risos… Joguei essa para quebrar a tensão)... Bem, mas é melhor eu ir agora, seus pais podem não gostar…
--- Minha mãe está trabalhando, e o marido dela também.
(Senti uma estranheza em suas palavras quando falou isso).
--- Mesmo assim Gui, não quero incomodar mais, você já me ajudou muito. (Me levantei, sentindo um pouco de dor).
--- Tem certeza que já consegue ir?
--- Sim, está tudo bem. Obrigado. (Por mais que eu estivesse ali adorando a sua companhia, e sua preocupação comigo… Não queria atrapalhar. E mesmo que ela tenha falado que estava sozinha, eu não poderia ficar ali a sós com ela, não cairia muito bem, alguém chegar e nos presenciar ali).
--- Te acompanho até a porta.
--- Ok, obrigado. (E assim seguimos…).
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Triângulo
RomanceComo pode... Três pessoas serem tão diferentes, corações diferentes, e de repente são tão iguais, é como se tivessem vividos na mesma época, como se tivessem partilhado do mesmo prato, do mesmo sentimento... Como pode?! São épocas diferentes; ela te...