Capítulo 23- Briga

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Sr. Fabrício narrando 

Ouço a porta do quarto de Aline  abrir quase duas horas da manhã e eu decido ver o que é. 

-O que está havendo? - desço as escadas atrás dela 

-Vou voltar pra minha casa - ela fala digitando no celular 

-Aline - falo sério sem entender - o que está havendo? - repito 

-Já disse não vou ficar aqui ouvindo você foder a Jéssica toda noite - ela revira os olhos 

Merda! Achei que ela já estava dormindo quando começamos e nem fizemos tanto barulho hoje. 

-Para com isso sobe logo - ordeno 

-Para você de tentar me mandar - ela fala irritada 

-Aline eu não estou te entendendo - falo 

-Eu cansei de você me tratar bem em um dia e no outro começar de grosseria - ela grita - poderia pelo menos me esperar dormir? 

-Eu esperei merda - grito da mesma forma - não achei que fosse ouvir

-Mas eu ouvi - ela fala magoada - e se quer saber eu estou de saco cheio dessa merda toda 

-Anjo eu... - tento ajeitar as coisas 

-Eu não sou seu Anjo - ela grita - seu anjo é qualquer uma que abra as pernas - uma lágrima cai - Você tem brincado comigo e com meus sentimentos

-Sinceramente - começo - Você não tem passado de um lanchinho do escritório 

Aline narrando 

-Eu sempre soube disso - grito - não sei como me sentia especial com você 

-Vai lá dar pro primeiro que encontrar - ele ri sarcástico - sempre faz isso né 

-O que você está dizendo? - falo indignada 

-Fez com Arthur e deve ter feito com Alan - ele grita 

-Quer saber Fabrício? Você não chega aos pés do Arthur - reviro os olhos 

Eu não acho isso de verdade e é isso que me magoa. Eu me apeguei e agora to ouvindo coisas que eu não queria. 

-Da mesma forma que eu tive você posso ter qualquer mulher do mundo - ele grita - tenho lá em cima uma das modelos mais gostosas do mundo enquanto você sempre vai ser um casinho de qualquer um. Ou acha que é única do Arthur? - ele cospe as palavras 

-Meu erro foi querer ser a sua única -  falo chorando

-Pois se enganou - grita 

-Não sei como me deixei levar por você - falo revoltada - e por seu teatro de homem ciumento 

Ele fica quieto, não diz se foi de fato ciúme ou não mas se fingiu ele fez muito bem. 

-Eu te odeio - grito 

-E você acha que sinto o que por você? - ele ri - pena. Aline Bittencourt Eu sinto pena de você 

-Eu que sinto pena de você Fabrício Arantes - seco as lágrimas - sempre vai ser esse homem vazio de merda 

-Vai lá atrás do Arthur pra ele fazer o mesmo que to fazendo - ele ri - falar verdades 

-Talvez ele me ame de verdade - grito

-Nunca te amei nem de mentira - ele fala mais alto que eu

-Você é um merda - declaro

-O máximo que vai conseguir na vida é um Jack - ele ri - e se der sorte um golpe da barriga em algum otário 

-Eu vou embora - pego as chaves do carro de Bruno que estava em cima da mesa - não vou me rebaixar a você

-Eu vou voltar a comer a Jéssica - ele ri - se acha que vou implorar pra ficar está enganada 

-Não quero - me viro de costas e bato a porta

Estou com 50 dólares no bolso, meu celular e as chaves na mão. A chuva forte bate na minha pele e arde como se fossem as palavras do Fabrício, sinto como se fosse desmaiar mas fico firme e pego o carro. 

 Sr. Potter narrando

Subo e bato a porta do quarto, Jéssica acorda no susto sem entender nada.

-SAI AGORA DAQUI - Grito - AGORA 

Ela se levanta, eu a pego pelo braço e a jogo pra fora. Na mesma hora tranco a porta e jogo tudo que encontro na minha frente no chão inclusive o meu celular que tinha uma foto de Aline no desfile de foto de fundo. 

-DESGRAÇADA - grito sozinho 

Não sei se Bruno não acordou por pensar que era sexo ou ele apenas estava ignorando já que Jéssica estava batendo na porta igual louca.

-jessica ou você sai ou eu te mato - grito

Na mesma hora as batidas sessam e ouço a porta do outro quarto bater. 

Eu perdi o controle dos meus sentimentos com Aline e de toda minha vida e isso me faz sentir a pior pessoa do mundo. 

 ...

Quando batem 4:00 da manhã meu celular trincado começa a tocar do número da Aline. Deve estar arrependida e querendo voltar atrás das merdas que falou. 

-Fabrício Arantes? - um homem fala 

-A piranha tá dando pra você? - falo com ódio da voz de homem 

-Sou socorrista e houve um acidente  com o carro da Srta. Aline Bittencourt na avenida 7B e o seu número está como de emergência. 

 Aline narrando 

Coloco o celular para me levar até minha casa, não sei quanto tempo demoraria mas quanto mais tempo longe do Fabrício eu ficarei melhor. 

Pego uma avenida que o GPS me colocou e vou dirigindo na velocidade permitida que é 80 por hora mas como a chuva está forte não enxergo muita coisa. 

Essa hora não tem muitos carros na rua o que facilita minha direção já que estou sem cabeça, chorando e com uma dor insuportável em todo meu corpo.

A chuva bate no vidro e faz barulho de tão intensa que está e assim que ativo o limpador na velocidade máxima começo a ver uma luz vindo em minha direção que vai ficando maior e maior até que se choca contra mim. 

Tudo fica em câmera lenta, aparentemente essa luz era um caminhão que estava na contramão (ou eu estava?) e após a batida tudo vai ficando escuro até que perco totalmente a consciência... 

Chefe Onde histórias criam vida. Descubra agora