Capítulo 25 - Flores

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Eu fiquei mais uns 5 dias naquele hospital até conseguirem de fato me estabilizar e amenizar a dor. Como é um sábado eu garanti que, mesmo de licença médica, voltaria ao escritório segunda já que aquilo está quase desabando sem a minha ajuda. 

-Você quer que eu suba pra te ajudar? - Arthur fala quando me deixa na porta do meu prédio

Quando eu queria que você subisse você não subiu né filha da puta

-Não - sorrio - obrigada

Ele me dá um beijo na testa e eu logo entro no elevador. Estou morta de cansaço, irritada com o Fabrício e até meio ressentida dele não ir mais me ver, talvez agora tenha desistido de mim de vez.

Me jogo em baixo do chuveiro e só saio quando ouço o interfone chamar em sinal que a comida chegou. Coloco um blusão (que por sinal era do Fabrício em uma de suas vindas aqui), pantufas e amarro meu cabelo em um coque qualquer. 

-Soube que chegou em casa e queria te ver - Fábricio fala assim que abro a porta 

Fecho os olhos e respiro fundo. 

-Você vai me ver se segunda à sábado no escritório não precisa vir a minha casa pagar de preocupado - falo sem paciência 

-Aline me perdoa - ele fala ainda do lado de fora 

-Fala sério - reviro os olhos 

Quando vou fechar a porta Fabrício coloca o pé e me impede. 

-Aline eu te a... - ele fala mas não consegue terminar a frase 

-Você o que? - abro a porta e levanto uma sobrancelha 

Ele fica em silêncio olhando para mim sem esboçar nenhuma palavra 

-Foi o que eu imaginei - forço um sorriso - Sai da minha casa eu preciso me recuperar 

-Tudo bem - ele abaixa a cabeça 

Antes que eu feche a porta começo a senti dores fortes na cabeça e me seguro na porta. Fabrício me segura para que Eu não caia de fato no chão. 

-Eu to bem - tento falar - pode ir embora 

-Não consegue nem ficar em pé - ele revira os olhos e me leva pra cama 

-Pega meu remédio - fecho os olhos e coloco a mão na cabeça 

É uma dor insuportável que o médico garantiu que passaria assim que tomasse o remédio, ele disse também que seria normal eu ter essas dores mas caso se torne frequente demais era para eu voltar lá.

-Quer ir ao médico? - ele fala me dando o remédio 

-Eu quero dormir - respondo ainda de olhos fechados - vai embora 

-Não vou te deixar ficar sozinha, Anjo - ele fala se abaixando do lado da cama - mesmo você me odiando 

Tento repreende-lo por me chamar de anjo ou mandá-lo de fato embora mas eu logo apago no sono.

...

 Sr. Fabrício narrando 

Acordo no dia seguinte com a Aline se levantando e me cutucando. 

-Tá na hora de ir pra casa, Fabrício- ela fala na minha frente logo sai para o banheiro 

Com aquela blusa aparecia parte de sua bunda e suas coxas ficavam mais maravilhosas ainda. Podem me chamar de pervertido mas não tem como ver essa cena sem ficar de pau duro.

-Você tá melhor? - Me encosto na porta do banheiro vendo ela lavar o rosto 

-Só quero que você vá embora - ela fala me olhando

-Anjo por favor... - tento pegar no seu braço 

-Não me encosta - ela fala ríspida - o que você me disse não vai ser ajeitado rápido assim 

-Entendo - saio pelo quarto e vou até a sala - espero um dia conseguir você de volta 

-Quando drama - ela murmura 

Assim que eu saio Aline fecha a porta me impedindo de falar qualquer coisa e assim eu a deixo sozinha no domingo. 

 Aline narrando 

 Meu domingo foi uma merda, tá tudo uma merda. Eu fiquei com o cheiro do Fabrício no meu quarto o dia todo e toda vez que entrava lá batia saudade de quando ele não se mostrava babaca. Quanto à sua blusa? Eu usei e acho que além de ser confortável me trouxe uma segurança que  eu precisava naquele momento. 

Vocês podem se perguntar pela minha família mas nem quis contar a minha mãe sobre o acontecido se não ela sairia de onde estivesse (duas/três horas de viagem) para vir me ver.

Vou ao shopping, compro um celular novo, dou alguns sorrisos forçados quando passo na frente da FHC para as vendedoras que me conhecem, como alguma coisa e me permito comprar um salto só para tentar animar as coisas. 

E me domingo se resumiu em fazer unha, hidratação e essas coisas para tentar me animar um pouco e tirar essa cara de morcego morto que estou. Amanhã volto ao trabalho e não quero ouvir piadas sobre como estou mal arrumada para o emprego já Que Não duvido de mais nada do Fabrício.

 ...

 Chego segunda no trabalho de táxi já que o médico me PROIBIU de dirigir enquanto a medicação não fosse suspensa. Assim que chego vou ver o Alan que parece pouco se foder para o que aconteceu perguntando apenas quando nós voltaríamos a nos encontrar, eu disse que nem tão cedo por motivos de tudo doer e ele fez aquela cara de “volte aqui quando eu puder te comer”. Meio chateada e não surpresa já que aparentemente só sirvo pra comer mesmo, aguardando o Arthur fazer alguma graça comigo pra terminar de quebrar meu coração todo. 

Subo com meu copo de café e assim que entro vejo em cima da minha mesa uma das flores que mais amo no mundo: rosa branca e no jarro tinha um bilhete “para o Anjo mais lindo do mundo”. Não consegui conter um sorriso e não sei se foi proposital ou não mas o perfume do Fabrício ficou marcado na minha sala durante todo o dia o que sempre que eu reparava me tirava um sorriso.

Chefe Onde histórias criam vida. Descubra agora