"Capítulo 17 - Não vá até a lanchonete

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Chego na empresa sexta-feira feliz por ver Alan limpando o balcão da lanchonete e atendendo as pessoas. 

-Me vê um café por favor - chego de surpresa perto dele 

-Olá modelo - ele ri - não fala mais bom dia depois da fama? 

-Quero esquecer esse desfile - falo rindo e dando um beijo na bochecha dele - não aguento mais receber a minha bunda no WhatsApp 

-Eu adorei receber ela - ele me dá um tapa na bunda 

Alan rapidamente volta para atrás do balcão e começa a fazer meu café. 

-Estamos no trabalho - reclamo - não aprendeu com a advertência?

-Nem me fale - ele revira os olhos - odiei ficar em casa essa semana quase toda 

-É foda - concordo 

Pego meu café e subo para não me atrasar e receber bronca do Sr. Fabrício. 

Arthur anda me mandando mensagens mas procuro ignora-las a maior parte do tempo alegando sempre que estou no trabalho ou ocupada quando na verdade só estou FAZENDO QUALQUER COISA MELHOR QUE FALAR COM ELE. Quero evitar de encontrá-lo por enquanto porque sei que se ele me chamar pra cama eu vou na hora e quero negá-lo igual ele fez comigo e pra isso preciso de mais um tempo sozinha. Uma foda recusada magoa tá galera?

Srta. Bittencourt, na minha sala agora - Sr. Fabrício fala assim que me vê saindo do elevador 

Ajeito minha saia, respiro fundo e bebo um gole de café. Seja o que for não é boa coisa para ser dita com esse tom essa hora da manhã de uma sexta-feira.

-Sim, diga Sr. Fabrício - falo entrando 

-Não sei como vou dizer isso - ele fala sentando em sua mesa 

Meus queridos essa hora meu coração já estava a mil imaginando uma demissão épica com direito a “achou mesmo que eu não ia te demitir só pra ver essas suas pernas feias?” E terminar com um “se enxerga” 

-Fala - tento me manter calma 

-Não pode mais ir a lanchonete da empresa - ele fala ainda sério 

Nesse momento um rosto deixa escapar um sorriso de alívio e quase que largo o café no chão. 

-Mas por que? - levanto uma sobrancelha em confusão 

-Não acho adequado seu comportamento lá - ele alarga a gravata - acho que é mais produtiva sem o... enfim sem ir a lanchonete 

-Sem o Alan ? - falo sorrindo

-Exatamente - ele fala - do que está rindo? 

-Você está com ciúmes - falo deixando minha bolsa e café em cima de uma mesinha 

-Não entendi - ele fala olhando para o lado 

-Esta com ciúmes do Alan - falo enquanto ele se levanta 

-Não estou mas de qualquer forma não quero que vá até a lanchonete - ele se aproxima 

-Vou tomar café aonde? - cruzo os braços 

-Máquina de expresso - ele fala dando um sorriso falso 

-Sabe que isso não me impede de ver o Alan - pego minha bolsa e meu café - muito menos de dar para ele - abro a porta 

-Escuta aqui - ele me puxa pelo braço fazendo meu café cair no chão - quantas vezes vou dizer que você é minha - Sr. Fabrício fala gritando e quase cuspindo fogo pelos olhos 

Não sabia que poucas palavras tinham tanto poder sobre o Fabrício ao ponto de provocar seu ciúme.  

-Me solta - ordeno - No dia que você mandar em mim pode acordar que estará sonhando - repito parte da frase que ele falou a Jéssica- agora me deixe trabalhar em paz 

Me solto de seu braço e ele fica parado na frente da porta sem entender o que acontecendo enquanto me vê ir embora. 

Entro rapidamente na minha sala e respiro fundo. Pode parecer que não mas choro por qualquer coisa, eu ODEIO que gritem comigo e eu não sei como não chorei na frente dele mesmo. Fabrício é o tipo intimidador e consigo admirar (odiar um pouco menos) a Jéssica por ter encarado ele ontem. 

Vou ao banheiro e me controlo ao máximo para não chorar e até que consigo me manter firme e não borrar a maquiagem. 

Para me distrair aceitei um dos 500 pedidos do Arthur para almoçar e assim que contei que estava chateada (Sem contar que era com o Fabrício) ele me mimou com tudo que podia. 

-Esta bom o lanche? - ele sorri e passa a mão no meu cabelo 

Arthur me levou para o comprar um Bic Mac (óbvio) e logo em seguida fomos comer o lanche na praia para espairecer um pouco a cabeça.

-Quer me contar o que aconteceu? - ele fala olhando para mim 

-Só não estou bem hoje - conto

Realmente aquilo tudo com a Jéssica, o desfile que ainda está vivo na minha cabeça e agora o Fabrício (após me chamar e anjo) fala como se eu fosse uma qualquer uma que não merecesse respeito. De qualquer forma eu me peguei pensando em como era antes do Fabrício, apenas com seu pai, minha vida era mais calma. Eu era a secretaria que não atrasava um relatório, que tinha o Alan de foda comum, que bebia em baladas e levava uma vida calma. 

-Tudo bem - ele sorri 

Arthur tenta puxar alguns assuntos de vendas da nova FHC ou do desfile mas respondo “uhum” “legal” e ele entende que só quero ficar olhando para o mar sem conversar. 

Não me levem a mal, vocês podem estar pensando “Aline  só foi atrás dele porque o outro foi escroto” e em partes é verdade. Eu não queria ficar na empresa para me esbarrar com o Fabrício nem a pau em contrapartida até deu um pouco de saudade da forma que o Arthur me trata, então achei válido esse almoço com ele. 

-Quer voltar? - ele pergunta 

Coloco o copo em um canto do carro e deito do peito de Arthur. “NOSSA ALINE QUE EXAGERO SÓ FOI UM GRITINHO TÁ NA MERDA POR ISSO?” Vocês não estão entendendo, odeio a forma do Fabrício ser uma cara foda em um dia e um babaca no outro e dessa vez me magoou muito. 

Arthur beija o topo da minha cabeça e começa a acariciar meu cabelo como quem diz “vai ficar tudo bem”. 

Eu volto pra empresa uns 10 minutos atrasada e para minha infelicidade encontro Fabricio fumando na frente da porta.

-Oi Fábrica - Arthur o cumprimenta 

-arthur meu querido - ele sorri 

-Você sabia que a sua secretária está chateada? - Arthur começa - não sei o que houve mas seria legal dispensa-la 

TUDO BOM ARTHUR? 

-Ela está? - ele joga o cigarro fora e coloca as mãos no bolso direcionando o olhar para mim 

-Muito -Arthur fala solidário 

Eu só fico quieta com cara de “me deixa em paz peste” mas aparentemente não posso apenas subir e ignora-los após tudo que Arthur fez por mim hoje. 

-Deve ser o menino da lanchonete - Fabrício fala sarcástico - já falei pra ela não ir lá 

-Toma café em outro lugar, anjo - Arthur fala 

Sinceramente, eu queria muito rir de nervoso nesse momento. Não sei se Arthur ouviu o Fabrício se referir a mim como Anjo alguma vez ou algo do tipo mas acho que foi a maior coincidência (ou não) do destino. A cara do Fabrício ficou vermelha como quem queria voar no Arthur e esganar ele até a morte. 

-Vou tomar sim - dou um selinho nele - vou voltar ao trabalho tchau 

-Tchau - ele fala dando um beijo na minha testa 

Potter apenas assistiu com uma cara de tacho maravilhosa. Talvez a ala da Jéssica merecesse dar espaço para a ala “CARA DE CU DO FABRÍCIO AO ME VER FAZER AS COISAS” com certeza a cara do desfile e essa agora entrariam para lá. 

Consigo fechar o elevador e subir sem antes ele entrar então ponto para mim.

Notas Finais

Espero que tenham gostado e não me matem por ter deixado o Arthur chamar a Aline pelo apelido fofo do Fabrício haha vou resolver tudo fiquem calmos.

Chefe Onde histórias criam vida. Descubra agora