Capítulo 3

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No dia seguinte, Lizzy acordou cedo, para um passeio matinal no parque. Com calça legging preta, um top branco e uma jaqueta de malha fina, de cor preta. Colocou seus tênis de corrida e amarrou os cabelos castanhos. Olhou-se no espelho e pode ver as olheiras, por tantos dias de trabalho pesado. Revisar e editar textos não eram coisas fáceis e exigia muita concentração e muito café para ficar acordada. Pensava no pessoal que cuidava da tradução de livros. Ela realmente não queria mais aquele trabalho para fazer.

Lizzy saiu com Boris, para acompanha-la. E levou o celular dentro do bolso. Afinal, era seu único meio de contato naquele momento. Colocou o seu chip, para poder ligar e receber chamadas dos seus conhecidos. Que no caso era Joshua, Meredith e Jane. Seu círculo social era bem mais amplo, mas eram pessoas que mal a conheciam de fato.

Observou o céu da manhã. Estava tão azul e bonito. Normalmente era difícil fazer um bom tempo em Londres. Ela respirou o ar da manhã, que estava agradável e olhou para seu cachorro, que estava preso pela guia.

- Pronto para mais um dia, Boris? – ela perguntou, como se realmente o cão fosse responder.

O cachorro abanou o rabo, parecendo contente. Ela sorriu e caminhou pela calçada. Cumprimentou os vizinhos do seu prédio e alguns pararam para fazer carinho no pequeno Boris, que era gentil.

Depois que Boris fez suas necessidades, Lizzy sentou-se em banco do parque arborizado e percebeu que o local estava vazio. Aquela parte do parque era mais afastada e não era tão frequentada pelos pedestres. Ela somente ficaria alguns minutos ali com Boris e voltaria para casa. Foi então que escutou o celular vibrar do bolso. Ela puxou e viu uma mensagem. Abriu e leu:

Sua missão vai começar agora, Lizzy. Está preparada?

Desculpe te deixar sozinha, mas é necessário que você faça seu caminho de volta sem minha interferência constante.

Por favor, somente não entre em pânico e aproveite sua nova vida.

Caso precise de mim, eu saberei.

A.

Lizzy franziu o cenho. Mas, quem raios era aquela pessoa? Não reconhecia o número e a mensagem era uma incógnita para ela. Resolveu ignorar a mensagem, mas um clarão forte veio. Ela achou estranha aquela situação, pois parecia estar vindo do celular. Foi quando achou que ficaria cega. Ela fechou os olhos, pela luminosidade que vinha do aparelho e até mesmo o deixou cair no chão. Boris latia com toda sua força, parecendo entender que sua dona estava em perigo. Então, ela abriu os olhos novamente.

Seus olhos se ajustaram novamente a claridade. Era a mesma praça, com o mesmo dia ensolarado. Boris estava em cima do banco, latindo. Mas, havia algo diferente. Havia mais árvores do que se lembrava.

- Calma, Boris – ela pediu, tentando pegar a guia do cachorro, mas ele latia freneticamente e saltou do banco, correndo em disparado.

- Boris! – ela ficou em desespero. Boris era rápido e poderia ser atropelado se fosse para a rua.

Ela se levantou prontamente, esquecendo-se do celular na grama e correu atrás do cachorro fujão. Foi então que ouviu um barulho diferente. Ela olhou para o parque e viu a rua totalmente diferente daquela que viu fazia pouco tempo. Parecia uma rua de paralelepípedos.

- Para onde foi o asfalto? – ela se perguntou.

E do outro lado da rua, havia os mesmos prédios, mas pareciam novos. Seu prédio era antigo, com paredes de tijolo avista. Mas, agora pareciam estar diferentes, como se tivessem sido recém-construídos. E parado no outro lado da rua, havia um homem com roupas estranhas. Peculiares, Lizzy diria. Ele vestia um colete preto, com um lenço branco no pescoço, um casaco de veludo negro por cima, calças de montaria bege e botas de cano alto preto. E uma cartola sobre a cabeça. Está acontecendo um desfile? Ela se perguntou. Afinal, as roupas eram incomuns para seu tempo. Poderia ser um ator caracterizado para representar um cavalheiro de época. E ele parecia ter toda a atenção a Boris, que erguia as patas dianteiras no ar pedindo atenção do homem.

Perdida no século XVIII - Orgulho e PreconceitoOnde histórias criam vida. Descubra agora