Capítulo 25

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A tarde veio de forma tranquila. Lizzy não parava de sorrir, pensando em Darcy e o quanto gostou do momento que passou com ele, perto do memorial dos pais dele. Depois daquele beijo, eles resolveram voltar para a mansão e cada um foi para um lado. Ele alegou ter alguns assuntos pendentes com o advogado e Lizzy foi se encontrar com Georgiana na sala de música. As duas se divertiram na frente do piano. Lizzy ensinava músicas que ela lembrava e fazia Georgiana ficar cada vez mais fascinada pelas melodias. As crianças, Jonathan e Mary acabaram se juntando e depois de um tempo, Georgiana deixou que eles testassem o piano.

No almoço Darcy não estava, o que Lizzy achou ser algo estranho, mas não perguntou nada sobre a ausência dele. Ao menos, pode estar ao lado de pessoas que a tratavam bem. O coronel era ótimo para conversar, Georgiana era gentil e família Gardiner sempre a tratava bem. Naquela mesma tarde, Lizzy conheceu a Sra. Reynolds, que criou Georgiana e Darcy, além de cuidar muito bem da mansão Darcy. Ela era simpática e amável.

No final do dia, Lizzy se recolheu aos seus aposentos, ainda sem ter a oportunidade de ver Darcy. Ela não queria se sentir estranha com o fato de ele ter desaparecido uma tarde toda, mas acabou se incomodando um pouco. Então, lembrou-se das cartas que havia recebido. Uma de Jane Austen e outra de Jane Bennet. Primeiro, ela leu e respondeu a carta de Austen. Quando abriu a outra carta, ela se surpreendeu pelo conteúdo.

"Querida Srta. Elizabeth,

Envio essa carta na esperança de que possa me felicitar. Antes de tudo, quero relatar a senhorita que tudo aconteceu de forma tão inesperada, mas também, dificultosa. Eu nunca imaginei os eventos que aconteceram essa semana comigo..."

Flashback

Longbourn, Hertfordshire, no momento em que Jane Bennet voltou para casa.

Jane nunca imaginou que estaria com o coração despedaçado e perdido. Tudo parecia tão incerto. Ela queria ter aceitado Charles novamente, mas apesar disso, sabia que devia honrar seu compromisso com seu primo Collins. Afinal, a propriedade da sua família, assim que seu pai falecesse, passaria para ele. E nada melhor do que manter sua família segura, se ela se casasse com ele. Não foi uma decisão fácil.

Quando Charles Bingley partiu de Hertfordshire, Jane sentiu o desespero por não poder mais ver seu amado. De fato, nunca ao menos teve qualquer contato mais íntimo com ele, mas sentia que o amava profundamente. Naquela época, ela não havia recebido nenhum pedido de casamento. E não recebeu até algumas semanas, antes de partir para Londres. Collins estava em busca de uma esposa e isso era um fato. Contudo, quando foi fazer uma visita a família Bennet, a mãe de Jane não permitiu que ele a pedisse em casamento, acreditando que ela iria se unir em matrimonio a Bingley. Infelizmente, tudo fora em vão. E no momento atual, o pai de Jane estava doente e de cama. O médico alegou ser os pulmões fracos. Todos temiam que na verdade, ele estivesse tisico. Contudo, ninguém na região parecia acometido da tisica. Nem a família Bennet. Então, o médico descartou a possibilidade de ser isso. Nesse meio tempo, Collins veio prestar suas condolências e mais uma vez, pediu Jane em casamento, que aceitou, por medo de que seu pai fosse morrer. No final, o Sr. Bennet se recuperou de algo que poderia ser considerado uma gripe muito forte. Mas, Jane já havia empenhado sua palavra a Collins. Não poderia voltar atrás.

Ela sorriu, fracamente, ao ver a propriedade da sua família. A casa era grande, com um extenso quintal. Jane desceu da carruagem e foi recebida pela família, que estava feliz por vê-la. Contudo, por dentro, ela não estava tão feliz de reencontra-los. Pensava em Charles e o quanto doía seu peito saber que os dois foram enganados por Caroline Bingley, a irmã dele. Porém, o único culpado da separação deles era o próprio Charles. Ele deveria ter lutado com mais afinco pelo amor dela. Ali estava mais um motivo para Jane afasta-lo. Em algum momento, ele não lutaria por ela mais uma vez, por estar preocupado com a opinião alheia. E isso ela não poderia suportar. Ao menos, seu primo Collins iria manter sua palavra e nunca deixaria faltar nada a ela. Não teria amor, é claro. Mas, teria segurança, tanto para si, quanto para sua família. Que era o que importava.

Perdida no século XVIII - Orgulho e PreconceitoOnde histórias criam vida. Descubra agora