NOS TEUS BRAÇOS - OMEGAVERSE (ERERI - RIREN)

Despertar

No dia seguinte, Levi havia acordado com a iluminação do início do dia invadindo a fresta das suas enormes cortinas azuis marinhas. Um suspiro cansado saiu de sua boca, resultado de ter ficado até tarde — mais do que estava acostumado — trabalhando com Eren.

Depois de começar a ajudar Eren com o pergolado, avançaram um pouco no trabalho que inicialmente seria feito sozinho. Só pararam porque Levi viu o ômega bocejar algumas vezes junto com as pálpebras que pareciam cansadas e caídas. Quando disse que iria guardar a caixa de ferramentas enquanto Eren limpava a bagunça que tinham feito, não esperava que ao voltar fosse encontrá-lo dormindo sentado no chão encostado em um dos alicerces.

A cena deixou Levi sem palavras, principalmente ao notar mais uma vez o quão belo Eren era. As mãos pequenas do ômega estavam na barriguinha, abraçando-a, enquanto a cabeça estava inclinada para o lado. Levi cogitou acordá-lo, mas suspirou fundo ao pensar que a caminhada até os aposentos de Eren poderia fazê-lo perder o sono e provavelmente não descansaria nada para o outro dia.

Após pensar muito, olhou para os lados e se aproximou, pegando-o no colo com delicadeza. Pegou nas juntas dos joelhos e nas costas, prendendo a respiração assim que sentiu ele se aninhar nos seus braços, a cabeça com fios castanhos apoiando no seu peito e um suspiro satisfeito deixando os lábios cheinhos seguido de um mini sorriso.

Merda, Levi conseguia enxergar as sardas que Eren tinha nas bochechas e na ponte do nariz. O cheiro de mel era suave, não tão extravagante e forte, mas delicado de forma que fez seu lobo interior ronronar.

Sabia onde ficava o aposento de Eren pois sua mãe havia comentado certa vez que ficava no primeiro andar de escadas. Tinha o conhecimento de que poderia ficar bem no fim do corredor em um quarto minúsculo que havia lá e tentou a sorte ao ir até o local, sentindo o cheiro de mel dançar logo na entrada do cômodo.

Entrou, sendo embriagado instantaneamente pelo cheiro de Eren impregnado por todo o quarto, fora o próprio ômega estar no seu colo. Foi inevitável soltar feromônios por todo lugar, deixando sua presença marcada ali, fazendo Eren ronronar de forma instintiva enquanto esfregava a cabeça contra seu peito, gostando daquilo.

Talvez até o próprio Levi tenha gostado.

Deu uma olhada em volta, notando como ali era simples se comparado com seu próprio quarto e caminhou até a cama pequena, mas confortável, de Eren. Sentou-se com ele ainda no seu colo e tirou as botas dos pés pequenos antes de deitá-lo com cuidado nos lençóis brancos, cobrindo-o até a altura dos ombros com uma coberta que havia ali.

Ficou observando o rosto dele na penumbra do quarto e viu quando o Kelinci se deitou ao seu lado no travesseiro. Eren era lindo até dormindo, como isso era possível Levi não sabia dizer, só soube que ficou um tempo considerável ali, sentado ao lado daquele ômega misterioso, sentindo seu cheiro e zelando pelo seu sono por mais tempo que deveria.

Se levantou de forma abrupta quando teve a súbita vontade de se deitar ao lado de Eren e abraçá-lo, mas se contentou apenas em tocar as bochechas fofas com os dedos e os cabelos castanhos antes de se afastar e sair do quarto pequeno, indo até o seu próprio, com as palavras que Eren havia dito mais cedo rondando sua cabeça.

Levi suspirou derrotado ao se lembrar de tudo que havia acontecido no dia anterior enquanto se arrastava até o banheiro que havia no seu quarto para tomar seu banho matinal. O calor do corpo de Eren ainda estava nos seus braços e o cheiro dele impregnado em suas roupas e, pela primeira vez em muito tempo, Levi não soube o motivo de gostar daquilo.

Ao terminar o banho, se vestiu e foi até a sacada que havia ali no seu quarto com apenas uma pessoa na cabeça. Eren era tão único que era como se o sol, em toda sua plenitude, também observasse o ômega à espreita vendo como ele parecia carregar uma luz própria, mesmo depois de todos os problemas que parecia ter passado.