Deveres

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— Sucessor de quem? — Eren perguntou com olhos arregalados após gaguejar. — Y-Ymir? A deusa?

— A própria. — Hanji disse, ainda contemplando as tatuagens bonitas nas mãos e antebraços. — Como se sentiu? Doeu?

— Não, só... queimou — Eren olhou para baixo, observando pela primeira vez as marcas em seu corpo. — Ferveu, mas... não doeu. O que é tudo isso?

— Descendentes da nossa deusa mãe são diferenciados por tatuagens — Erwin falou, vendo Eren arregalar os olhos. — Não existe outra explicação, Eren, vimos com nossos próprios olhos os desenhos se formarem em sua pele.

— Mas... como? — Eren sabia como, sua mãe havia explicado que era Eldiana, mas não estava totalmente convicto disso, Carla não possuía nenhuma tatuagem visível.

— O sangue que corre pelas suas veias é tão Eldiano quanto o nosso, talvez até mais — dessa Kuchel sorriu, desacreditada, seus olhos lacrimejando ao se lembrar do que a oráculo disse há vinte anos atrás. — Você voltou para casa.

Eren não soube o motivo do seu coração bater mais forte com as palavras de Kuchel, do porquê realmente se sentir em casa, como se pertencesse àquele lugar tanto quanto qualquer um que estava ali.

— Como vou fazer para... esconder isso? — ergueu os dois braços, Armin apenas riu.

— Será um problema, realmente — o amigo respondeu, se aproximando apenas para fazer um carinho em seus ombros como conforto. Conhecendo Eren como conhecia, sabia que a cabecinha dele estava a mil, mesmo que não transparecesse isso. — Mas vamos focar em vocês dois — uma luz verde saiu da mão de Armin, colocando-a diretamente na barriga de Eren.

— E então?

— Perfeitos — Armin tinha olhos azuis cintilantes quando o encarou com um sorriso. — Em breve vamos poder segurar o seu filhote, hein?

— Sim — Eren corou e olhou para a lua que adornava o céu noturno, colocando as mãos na parte baixa da barriga. — Só mais três luas para nos conhecermos, realmente.

— Eu mal posso esperar por isso — Mikasa deu um grito, assustando todos os outros. — Teremos um filhote no palácio, mamãe. Imagina, ele desse tamaninho — ela fez um sinal com o indicador e polegar quase juntos. — Com sardas nas bochechas e olhos grandes, como os de Eren.

— Todos nós queremos ver essa dádiva — Kuchel encarou Eren uma última vez. — Gerar vida não é para todos Eren, nós ômegas fomos abençoados por Ymir para dar andamento na nossa civilização. É uma benção muito grande e um dom único.

— Sim, majestade... eu sinto essa importância todos os dias... — Eren sorriu. — Eu tenho uma dúvida.

— Diga — ela respondeu.

— Por que se surpreenderam quando consegui fazer o que fiz? Quer dizer, já vi você fazer uma flor crescer do chão — Eren disse e todos anuíram em concordância. Realmente, para quem não conhecia sobre conceitos e dons, parecia tudo muito complicado.

— Eu conjurei aquela flor que te dei aquele dia — Kuchel disse. — Conjuração é completamente diferente de Origem. Eu invoquei aquela flor para que nascesse naquela região. Você literalmente criou raízes, solo e flores. Na floresta aquele dia, já havia a raiz para aquela flor, apenas acelerei o processo.

— Acho que entendi... — Eren inclinou a cabeça. — Não é só fazer isso com todo o solo infértil do reino?

— Não — Armin negou com a cabeça. — A infertilidade das nossas terras não é resolvida com magia e se fosse, não teríamos mão de obra o bastante. Pode parecer que não, mas Conjuração demanda muito de nós, é um dos dons mais difíceis de dominar.

NOS TEUS BRAÇOS - OMEGAVERSE (ERERI - RIREN)Onde histórias criam vida. Descubra agora