Os olhos verdes se abriram assim que Eren sentiu mãos quentes e macias sobre seu rosto, delicadas e pequenas que quase o fizeram ronronar.
Demorando para focar a visão turva, gemeu de dor ao tirar as costas do encosto da árvore, o corpo ainda dolorido pelo esforço feito, mas quanto tempo havia passado desde a perseguição ele não sabia dizer.
Quando a visão focou, Eren teve o vislumbre de um rosto feminino: cabelos pretos longos e ondulados, pele branca como a neve, olhos azuis aconchegantes como um dia ensolarado. Ela vestia uma capa azul, mas o capuz não estava em sua cabeça.
— Você está bem?
O cheiro de lavanda chegou até o nariz de Eren, suave e simples, assim como o toque em seu rosto; era uma ômega.
Havia morrido e estava no paraíso?
— Como chegou aqui?
— A ponte... — Eren abaixou o olhar, vendo uma adaga na outra mão da ômega e seu corpo tremeu instantaneamente, o nó na garganta veio com força e a única coisa que fez foi chorar. — Não nos mate, por favor! E-Eu não fiz nada, e-eu juro, eu nunca...
— Calma, eu só quero...
— Eles estão atrás de nós, querem nos matar! — Eren estava ofegante e fraco, o peito subia e descia de forma descompassada e lágrimas de desespero desciam pelo seu rosto. — Por favor, eu estou com medo... me ajude...
A mulher olhou para onde os olhos verdes estavam fixos e guardou a adaga na sua cintura. Observou melhor a figura a sua frente, vendo que também se tratava de um ômega, era jovem e muito bonito. O cheiro de mel era forte e doce, mesmo que ele estivesse assustado.
— Calma, não sou inimiga... — ela falou com a voz serena, mansa. — Quero te ajudar, mas preciso saber o seu nome primeiro. Pode confiar em mim?
Eren pareceu pensar um pouco e levou a mão até a cabeça que doía, puxando o ar dos pulmões. Ele deveria confiar nela? Quem era ela? A mulher tinha um rosto amigo, acolhedor, aconchegante; olhos preocupados e analíticos que o fizeram suspirar e um gemido de dor escapou de sua boca.
— Eren. Só... Eren — falou trêmulo.
— Sou Kuchel Ackerman — ela sorriu, se sentando sobre as pernas.
Eren observou o redor, a grama ainda estava molhada da tempestade terrível que enfrentou, mas alguns raios de sol iluminavam entre as frestas das grandes árvores, dando um aspecto "mágico" ao local. Tão diferente de como viu durante a noite, ali era lindo. Gramado verde puro, as árvores gigantes agora não pareciam tão assustadoras quanto se lembrava, algumas, inclusive, ainda carregavam flores que não se perderam no temporal que caiu horas atrás. Eren ouviu os pássaros cantando ao fundo e o cheiro de água próximo, talvez era de algum rio que cortava a floresta.
— Não planejo te fazer mal algum, posso tentar te ajudar?
Eren tentou se afastar, mas estava encurralado pela grande árvore atrás de si. Sua cabeça latejou e um som agudo de dor escapou de seus lábios de novo.
— Onde dói? — ela perguntou com zelo, misteriosa para Eren tentar negar, mas acolhedora o suficiente para ceder.
Levando as mãos sujas até a própria cabeça, Eren pressionou os fios castanhos, os ombros se encolhendo automaticamente. Seus olhos verdes viram a ômega estender a mão novamente até seu rosto, uma luz verde saindo de toda a palma dela o fez ficar tonto e enjoado.
— O q-que é isso? — perguntou fraco, gaguejando.
— Como assim, o que é isso? — ela piscou os olhos bonitos, encarando-o com dúvida. — Magia.
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NOS TEUS BRAÇOS - OMEGAVERSE (ERERI - RIREN)
Fanfiction- 「RIREN | ABO | MEDIEVAL&FANTASIA!UA」 Em um mundo onde usuários de magia são vistos como pessoas horríveis, Eldia é o único reino que permite que encantamentos sejam usados de forma liberal. Estando no meio da maior crise de seu reino causada por u...