Tatuagens

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O barulho de pássaros foi o que causou o despertar de Levi naquela manhã.

A brisa gélida da aurora bateu em seu rosto e o vento frio entrou em contato com seu corpo nu, envolto apenas de uma capa. Suas mãos sentiam falta do corpo quente junto ao seu, do pequeno ômega que na noite anterior dormiu aninhado em seus braços.

Eren não estava ali e a constatação fez seus olhos se abrirem instantaneamente, ao mesmo tempo que se sentou na manta que estava no chão, olhando ao redor para procurá-lo. O céu ainda estava escuro, mas pequenos raios de sol escapavam pelo horizonte, indicando que a qualquer momento a maior estrela já vista iria esbanjar todo o seu esplendor.

Ao ver o campo de Eldias ao seu redor, foi imediato se lembrar da noite anterior, onde pela primeira vez amou um ômega verdadeiramente, indo além do ato carnal, estabelecendo uma conexão diferente de tudo que já viveu. Era algo transcendental e, sendo sincero, jamais seria capaz de explicar a influência que Eren tinha sobre ele, mas era algo bom, queimava suas veias e fazia seu coração bater no peito a ponto de se lembrar que ainda tinha um.

Assim que foi pegar impulso para se levantar, no entanto, ouviu o barulho de cascos de cavalo batendo no gramado. Sua cabeça então virou, tendo o vislumbre de Eren cavalgando em seu cavalo, o capuz não estava na sua cabeça, mas a capa estava sob seus ombros, cabelos castanhos rebeldes balançavam na brisa da manhã e um sorriso lindo adornava o rosto naturalmente belo e junto dele o sol nascia atrás, tentando acompanhar a beleza incomparável do ômega, apenas um elemento a mais na pintura viva que vinha em sua direção.

Levi nem viu quando segurou a respiração, encantado demais pra dizer qualquer coisa, impactado a ponto de não conseguir colocar seus sentimentos em palavras, vislumbrado o bastante para ignorar — no momento — seu coração batendo forte no peito.

Sem dúvidas, aquele vindo em sua direção era um anjo prestes a salvá-lo para dar-lhe uma segunda chance de viver.

Eren então parou o equino e desceu, indo na direção de Levi mais uma vez.

O cheiro do alfa ainda estava impregnado em Eren, Levi conseguia sentir, além de feromônios possessivos e territoriais, mesmo sem marca no pescoço, nenhum alfa seria louco o bastante para olhar na direção daquele ômega, não sabendo que um alfa protetor o bastante o marcou a ponto de sentir cheiro e feromônios a metros de distância.

Um sorriso convencido estampou seu rosto à medida que Eren se aproximava e sentou-se ao seu lado, as bochechas com sardas se pintando de vermelho automaticamente quando se inclinou para receber um beijo dele.

— Bom dia, onde estava? — foi o que Levi perguntou, sentindo um selinho nos seus lábios.

— Fui ao vilarejo mais próximo para ver como é — explicou de forma simplista, tentando não olhar para a nudez evidente do Príncipe, recebendo uma sobrancelha arqueada em resposta. — Pensei que fosse ser uma boa ideia, não queria te acordar.

— E como soube onde era o vilarejo mais próximo?

— Não sou cego, sabe... eu vi as luzes enquanto estávamos vindo pra cá ontem e... — Eren ergueu um ombro, charmoso, mordendo o próprio lábio em seguida, dando um risinho sem olhar diretamente para Levi. No entanto, não conseguiu terminar a frase, pois o Príncipe pegou seu rosto e o fez encarar nos olhos.

— Olhe para mim — o ômega então encarou os olhos afiados e azuis intensos, sentindo sua pele arrepiar. — Bom.

— Você continua gostando das coisas sempre do seu jeito, alfa — Eren corou até o colo, cobrindo o rosto com o capuz da sua capa.

NOS TEUS BRAÇOS - OMEGAVERSE (ERERI - RIREN)Onde histórias criam vida. Descubra agora