Capítulo 2

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Eu sou Alexander Carter, sou um Seis, nesse país existem castas, são as classes sociais da população, Um são da realeza, Dois e Três são pessoas importantes, geralmente, Quatro são agricultores, Cinco cantores ou músicos, Seis, Sete e Oito fazem de tudo pra sobreviver. Tenho três irmãos, Alanna, minha irmã mais velha, ela se casou com um Quatro e tem uma condição de vida melhor, meu segundo irmão mais velho, Brendon, ele foi recrutado para servir nas fronteiras do país e foi embora de casa, nem tenho mais notícias dele, e minha irmãzinha Brianna, ela será uma cantora de sucesso algum dia.
Acordo e desço pra tomar café e minha mãe já vem em minha direção.

- Bom dia filho.

- Bom dia mãe.

- Hoje o carteiro deixou isso na porta, você sabe o que é? - Ela abriu um sorriso e já imaginei o que fosse. - É a carta de inscrição para a seleção.

- Mãe eu já disse que não vou me inscrever.

- Mas você vai morrer se preencher o formulário?

- Eu nunca vou ser selecionado mesmo.

- Se você acha que não vai ser selecionado, que problema tem se inscrever?

- Eu só não quero está bem? Eu preciso sair agora.

Terminei o café e saí de casa, fui até a Praça da cidade e avistei uma bancada com flores.

- Bom dia Alec.

- Bom dia Olivia.

- Você está indo trabalhar?

- Sim, como está sendo a sua manhã?

- Até agora vendi vinte flores e alguns arranjos.

- Ah então está indo bem.

- Você dormiu bem? Não está pegando muito pesado nos trabalhos ou está? - De repente o rosto sempre alegre de Olivia se encheu de preocupação.

- Não, eu estou bem.

Olivia Leger era uma Cinco, a família dela costumava se apresentar em alguns lugares, mas ela nunca gostou disso, então fazia um pouco de tudo, ela e eu nos conhecemos quando fui ajudar os pais dela a fazer algumas manutenções na casa dela, e nos apaixonamos à primeira vista, começamos a sair e estamos juntos à dois anos, mas nossos pais não sabem, principalmente os pais dela, achamos que eles não vão aceitar muito bem que a filha deles se case com um homem de uma casta inferior.

- Sua família está comendo bem? Se precisar, eu tenho uns trocados e...

- Olivia eu odeio quando você faz isso.

- Faço o que?

- Não precisa se preocupar com isso, eu não peço esmola, por favor pare.

- Desculpe.

O silêncio permaneceu por um momento e ela então mencionou.

- Meus irmãos se inscreveram na seleção.

- Eu me encontrei com sua mãe ontem e ela me disse.

Olivia tinha dois irmãos, Joey e Joseph Leger, irmãos gêmeos, e ambos se inscreveram na seleção.

- E você Alec... Não vai se inscrever?

- Por que eu me inscreveria Oli?

- Alec, não é só porque você está comigo que deve deixar de tentar.

Um dos maiores motivos de eu não me inscrever era ela, e ela sabia disso.

- Mas você não é o único motivo, eu não quero ser da realeza, e definitivamente não quero uma princesinha mimada como esposa.

- Você está pensando na possibilidade direito? Comer em abundância, não se preocupar se amanhã ainda vai ter um teto para morar, luxo para o resto da vida Alec.

- Oli...

- Alec, eu não quero ser um empecilho, não quero ser a única coisa que te impede de possívelmente ser rei e ter uma maravilhosa esposa do seu lado. Eu jamais iria me perdoar por isso.

- Está bem, eu me inscrevo.

- Promete?

- Sim, eu prometo.

- Eu amo você Alexander.

- Eu também amo você Olivia.

Nos encaramos e eu a abraçei, em seguida ela retomou a fala:

- Melhor você ir, precisa trabalhar.

- Se cuide.

- Você também Alec.

Quando cheguei em casa vi meu pai brincando de dama com Brianna, para quem tinha apenas dez anos, ela era muito inteligente, quase sempre ganhava do meu pai.

- Boa noite.

- Oi maninho.

- Oi filho, como foi o trabalho?

- Foi bom, não peguei muito pesado.

- Que ótimo.

- Onde está minha mãe?

- Ela está no quarto. - Diz minha irmã.

Quando cheguei no quarto, bati na porta e adentrei, minha mãe estava pensativa na cama.

- Mãe?

- Huh?

- O que você está fazendo?

- Eu estava pensando, e eu tive uma ideia.

- E seria...?

- Você devia entrar na seleção.

- Mãe, sério, eu...

Rapidamente passou em minha cabeça a promessa que fiz à Olivia.

- Sei que você é contra, mas pensei em um acordo que pode fazer você mudar de ideia.

Apurei os ouvidos, o que ela tinha à oferecer?

- Seu pai e eu conversamos, e decidimos que você está maduro o suficiente para morar sozinho como tanto deseja.

- Obrigado mãe, de verdade.

- Mas só se entrar na seleção.

Minha mãe sorriu, sabia que deste modo me ganharia, embora esperasse um pouco mais de resistência da minha parte. Mas como eu iria resistir? Eu já iria me inscrever para agradar Olivia mesmo, e ela me dava a chance de morar sozinho.

- Você sabe que é tudo que posso fazer certo? Não tem como saber se vou ser selecionado.

- Vamos pelo menos tentar.

- Nossa, mãe... - Balancei a cabeça ainda surpreso. - Tudo bem, preencho o formulário hoje. É sério que posso morar sozinho?

- Claro que é, uma hora você teria que fazer isso e vai ser bom para você, só não se esqueça da família, ainda precisamos de você.

- Claro, mãe. Como esquecer de vocês?

Eu sorri e ela sorriu de volta.

A Seleção: A linhagem continuaOnde histórias criam vida. Descubra agora