Capítulo 11

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Um homem entrou pela porta em seguida, como se quisesse aproveitar a deixa.

- Fui informado de que nossos quatro selecionados já chegaram.

- É isso mesmo. - Disse Victor estranhamente simpático.

- Pois bem, senhores, tenham a bondade de me acompanhar. Vamos levar vocês até o avião.

O voo foi sem preocupações, apesar de estar um pouco nervoso. Durou algumas horas e enquanto isso passei o tempo conversando com Noah, ele era uma ótima companhia.
Victor preferiu dormir durante o voo, o que foi um favor. Josh baixou uma das mesas dobráveis do avião e começou a escrever cartas sobre sua aventura. Foi inteligente da parte dele trazer folhas de papel em sua bagagem de mão.
Aposto que Brianna adoraria saber sobre essa parte da aventura, mesmo que a princesa estivesse ausente dela.

- Ele é tão elegante. - Noah cochichou no meu ouvido enquanto apontava com o queixo na direção de Josh.
Estávamos sentados um de frente para o outro em assentos estofados num avião particular.

- Ele tem sido legal desde que o conheci... será um forte concorrente. - Noah prosseguiu.

- Você não pode pensar assim. - Respondi. - Sim, claro que você quer chegar até o fim, mas não porque venceu alguém. Só... precisa ser você mesmo. Quem sabe? Talvez Victória prefira uma pessoa menos formal.
Noah pensou um pouco:

- É um bom argumento. É difícil não gostar do Josh. Ele é muito educado. E é bonito.

Concordei com a cabeça. Depois, a voz de Noah virou um sussurro.

- Victor por outro lado...

- Eu sei. Só faz algumas horas que o conhecemos e já estou torcendo para ele voltar para casa.

- Não quero falar mal de ninguém, mas ele é tão agressivo. E Victória nem está perto. Fico meio tenso por causa dele.

Noah deu um suspiro.

- Às vezes eu gostaria...

- Gostaria do que?

- Às vezes eu gostaria que pessoas muito esnobes como ele parece ser soubessem como é ser um Cinco ou um Seis como você.

Apenas concordei, eles nunca entenderiam como é. Além dos Dois e Três, havia apenas graus distintos de vida ruim.

- Obrigado por conversar comigo Alexander. - Noah diz com um sorriso.

- Pode me chamar de Alec. - Disse sorrindo de volta.

- Estava preocupado pensando que seria cada um por si, mas você e William têm sido muito legais. Talvez isso seja divertido.

Eu não tinha tanta certeza disso, mas mesmo assim concordei com a cabeça. Não tinha razões para me afastar de Noah ou ser grosso com William. Os outros garotos podiam não ser tão tranquilos.
Quando aterrissamos, encontramos uma atmosfera silenciosa ao longo do caminho, entre o avião e o terminal. Mas assim que as portas se abriram pudemos ouvir os gritos ensurdecedores.
O terminal estava cheio de gente pulando e torcendo. Um tapete dourado indicava o caminho aberto por cordões de isolamento. Por esse trecho circulavam a intervalos regulares guardas que olhavam de maneira inquieta para os lados, prontos para atacar ao primeiro sinal de perigo. Será que não tinham nada mais importante para fazer?
Victor ia à frente acenando e agradecendo aos fãs, e eu, como não sabia o que fazer imitei.
A multidão estava louca, muitos moravam nas redondezas e estavam ali para conseguir autógrafos e fotos. Me senti um verdadeiro galã.
Virei a cabeça inúmeras vezes à medida em que as pessoas gritavam o meu nome. Havia cartazes com o meu nome. Já havia gente que não era da minha casta e muito menos da minha província, e que já torcia por mim. Senti um nó de culpa no estômago por desapontá-las.
Vi uma menininha esmagada contra o para-peito. Ela não devia ter mais de doze anos. Nas mãos ela levava um cartaz com a frase OS SEIS DOMINAM!, uma pequena coroa no canto superior direito, e muito glitter. Eu sabia que na competição, além de mim, só havia mais um Seis, e percebi, por suas roupas, que ela também deveria ser uma Seis.
A menina queria um autógrafo, o homem ao lado, uma foto, e outro ainda queria apertar a minha mão. Fui até a menininha e falei:

- Agradeço por estar torcendo por mim.

- Eu sei que você vai ganhar! Pode me dar um autógrafo?!

- Claro.

Acabei percorrendo o tapete umas duas ou três vezes para poder falar com as pessoas.
Fui o último a sair. Os garotos devem ter me esperado por pelo menos uns vinte minutos.
Quando entrei no carro, Victor bufou, mas não liguei. Ainda estava em êxtase por todas aquelas pessoas torcendo por mim. Desejava muito que meus pais estivessem orgulhosos de mim.

A Seleção: A linhagem continuaOnde histórias criam vida. Descubra agora