Mesmo depois da considerável festa de boas-vindas no aeroporto, as estradas rumo ao palácio estavam cercadas de multidões torcendo por nós.
Não podíamos abaixar a janela do carro para agradecer. O guarda no banco da frente disse que deveríamos nos considerar uma extensão da família real. Muitos nos adoravam, mas havia pessoas lá fora que não se importariam em nos ferir para ferir a princesa. Ou a própria monarquia.
Noah olhava pela janela, e o motivo era óbvio. Haviam centenas de cartazes com o seu nome. William também tinha alguns cartazes, bem mais do Victor e eu.— O que você acha que ele fez? — Victor cochichou no meu ouvido enquanto Noah e William conversavam sobre suas casas.
— Como assim? — cochichei de volta.
— Para ser tão popular. Você acha que ele subornou alguém?
Seus olhos frios se fixaram em Noah, como se estivesse aferindo o valor dele mentalmente.
— Ele é um Três — afirmei, com ar cético. — Não pagaria dinheiro para subornar alguém.
Victor estalou a língua.
— Por favor... Um homem possui outros meios de conseguir o que quer — ele disse, virando para olhar a janela.
Levei um tempo para compreender o que quis dizer e não gostei nada daquilo. Não porque era óbvio que uma pessoa tão inocente como Noah seria incapaz de pensar em dormir com alguém, ou seja, quebrar uma lei, para se dar bem, mas porque ficava claro que a vida no palácio ia ser pior do que eu tinha imaginado.
Chegamos à entrada do palácio. Não tive uma boa visão do local, mas suas paredes eram um tom de amarelo-claro com muros muito altos. Havia guardas no alto de cada um dos lados do amplo portão, que se abria para dentro conforme nos aproximávamos. O carro entrou e seguiu uma pista de cascalho que contornava uma fonte e conduzia à porta principal, onde alguns oficiais esperavam para nos dar as boas-vindas.
Com um pouco mais que um "Oi", duas mulheres me agarram pelo braço e rapidamente me levam para dentro.— Perdoe-nos pela pressa senhor, mas seu grupo está atrasado. — Uma delas disse.
— Ah, acho que foi culpa minha. Falei demais no aeroporto.
— Você estava conversando com a multidão? — a outra perguntou com ar de surpresa.
Elas trocaram um olhar que não compreendi antes de começarem a indicar para onde devíamos ir.
A sala de jantar ficava à direita, contaram, e o Grande Salão à esquerda. Vi um pedacinho florescente de jardim do outro lado das portas de vidro. Queria ter parado. Antes de conseguir processar para onde íamos, as duas me empurraram para um salão gigantesco com pessoas que passavam de um lado para o outro.
Fileiras e fileiras de homens se arrumando, aquilo parecia uma espécie estranha de salão de beleza masculino. Aquilo era um formigueiro.
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A Seleção: A linhagem continua
RomanceUma nova seleção desta vez com homens, traz novas visões de vida tanto para Alexander quanto para a Princesa Victória. (Essa história foi inspirada na Seleção, muitos do acontecimentos do livro se repetem aqui, tentei diferenciar o máximo possível...