Capítulo 8

0 0 0
                                    

Fiquei enojado. Ela disse que eu seria punido se desrespeitasse as leis. Mas aparentemente a princesa estava muito acima da lei.

Dois dias depois e já era a hora de partir. Pus o meu uniforme dos selecionados: calça preta e uma blusa branca, nela dizia a minha província.
Logo iríamos para a praça. Cada um dos selecionados teria uma despedida em sua província. O dia já começou mal, com Alanna e seu marido vindo nos visitar, foi legal da parte dela mesmo estando grávida e cansada. Brendon também veio, e causou muito desconforto, já que assim que se tornou um Dois por ter sido recrutado, se esqueceu da família. Meu único conforto era Brianna que segurava minha mão e tentava me animar no meio da multidão que havia na praça. O prefeito me levou até um palanque, e de lá, ele discursava com gestos  grandiosos.

- Carolina estará torcendo pelo filho de Morgana e James Carter, o senhor Alexander!

A multidão aplaudia e me incentivavam. Comecei a ficar animado com isso, todos estavam torcendo por mim, eu era um dos únicos Seis da seleção. Observei a multidão, procurava por ela, não sabia se ela estava lá ou se não dava a mínima, mas mesmo assim procurei. Eu sabia que tinha acabado, mas ninguém ama uma pessoa por dois anos e esquece do dia para a noite.
Depois de muito procurar eu a encontrei, e quem dera não tivesse encontrado. Ela estava lá, com um homem passando os braços por sua cintura.
Parece que ela sim esquece do dia para a noite.
Eu reconheci o homem, era Steve, um Quatro, e tinha mais ou menos a minha idade. Ele era bonito, mas não tinha nada a ver comigo. Então pode ser de uma casta acima mas não uma abaixo Olivia? Que garota interesseira.
Ela nem imaginava que eu a tinha visto, então tratei de me concentrar nas pessoas que estavam lá por mim. Pus de volta um sorriso na cara e comecei a acenar. Ela nunca mais teria o prazer de partir meu coração. Eu só estava naquela bendita seleção por causa dela, e agora tiraria proveito disso.

- Filhos de Illéa, queiram unir-se a mim na despedida a Alexander Carter, no filho de Illéa predileto! - Convocou o prefeito.

Mais aplausos e flores. De repente, o prefeito sussurrou em meu ouvido:

- O senhor gostaria de dizer algo?

Eu não sabia negar sem parecer rude.

- E como poderia? Estou muito feliz por todos estarem aqui que acho que não conseguiria.

- Claro,  meu jovem. Vou cuidar de tudo. Eles vão prepará-lo para isso no palácio. Você vai precisar disso.

O prefeito começou a falar minhas qualidades para as pessoas que estavam na praça, deixando passar que eu era muito bonito e inteligente para um Seis. Ele não parecia ser má pessoa, mas as vezes até os membros mais simpáticos das castas superiores são esnobes.
O prefeito terminou de falar, eu sorri e todos aplaudiram. E de repente já era a hora de dizer adeus. Nasa, meu assistente, pediu para que eu me despedisse de maneira rápida e discreta. Logo após, ele me acompanharia até o carro que me levaria para o aeroporto.
Brendon me deu um abraço, e sem nenhuma sutileza pediu para que eu falasse dele para a Princesa, logo me livrei do abraço. Alanna me abraçava e dizia que estava orgulhosa. A mais difícil de me despedir era Brianna, ela era muito próxima de mim e eu era seu melhor amigo, ela chorava muito mas também dizia que eu teria que apresentá-la a princesa quando ganhasse a seleção. Finalmente, chegou a vez de me despedir de meus pais.

- Eu estou muito orgulhoso filho. - Meu pai disse com lágrimas nos olhos.

- Não chore pai. - Falei com uma risada meio fraca.

- Comporte-se Alec, faça o que mandarem. E pare de fazer cara feia e seja feliz. Escreva para nós.

- Pode deixar mãe.

- Senhor Alexander, está pronto? - Nasa perguntou.

- Sim. Tudo pronto.

Era isso. Minha pequena mala já me esperava dentro do carro, então continuei andando em direção ao carro quando uma voz me chama a atenção.

- Alec!

Me virei rapidamente, reconheceria aquela voz em qualquer lugar.

- Alexander!

Logo vi Olivia no meio da multidão, agitando desesperadamente os braços.
Nossos olhos se encontraram. Ela parou e me olhou fixamente. Não compreendi o que ela queria, mas não importava, era tarde demais. Dei de ombros e entrei no carro.

- Adeus querido! - Minha mãe gritou.

E então me levaram embora.

A Seleção: A linhagem continuaOnde histórias criam vida. Descubra agora