5.

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POV Porsche:

Estou tomando café numa manhã de sábado, pronto para o trabalho. Geralmente não trabalhamos de final de semana, mas como hoje terá uma reunião com o futuro proprietário da Salute, teremos que trabalhar meio período.

Decidi não acordar Chay, ele já tem que acordar de manhã todos os dias para ir na faculdade, então hoje deixarei ele dormir um pouco mais.

Termino de comer e deixo o café da manhã arrumado para meu irmão na mesa, com algumas torradas, geleia de frutas e ovo mexido. Estendo um guardanapo sobre a comida e vou lavar a louça que sujei.

Ele merece gestos como esse. Sempre que eu puder fazer algo para agrada-lo, eu farei, afinal, somos um pelo outro.

Depois de escovar meus dentes e finalizar tudo que precisava fazer antes de sair, recolho minhas coisas e pego a chave da moto, indo até a garagem. Subo na moto, pego o controle do portão e aperto para abri-lo. Dou partida na moto, pronto para mais um dia de serviço, com o sentimento que daqui para frente, muitas coisas irão mudar.

...

                                          

Chego na Salute, claramente nervoso pelo que está por vir. Não tem como não ficar, e se o novo dono decidir mudar todos os funcionários? Eu terei que procurar um novo emprego que seja tão bom quanto esse, e em último caso, terei que voltar a trabalhar no bar da minha amiga Yok, que já havia me dito que se algum dia acontecesse algo parecido, o local estará aberto para me receber de volta.

Yok sempre foi um grande apoio para Chay e eu, quando perdi meus pais aos 17 anos, não sabia como cuidar do meu irmão, e muito menos como sustenta-lo. A mulher foi um grande apoio, arrumou um serviço em seu bar como barman, além de acompanhar eu e meu irmão de perto, para que nunca nos faltasse nada. Sempre serei grato a ela, apesar da minha vida corrida ter nos distanciado. Providenciaria de ir um dia ao seu bar, para matarmos a saudade e lhe contar como estão as coisas em casa depois de tantos anos.

Volto a realidade, não deixarei minhas inseguranças tomarem conta do meu ser e acabar afetando meu desempenho no trabalho. Terei que mostrar ao futuro chefe que eu mereço estar no cargo que me é designado.

...

Estou em frente ao elevador, apenas aguardando que desocupasse. Assim que a luz fica verde, clico no botão do 13º andar. A porta se abre, e eu entro, vendo-a fechar novamente.

— Segura a porta para mim!!! — Um homem de terno grita, correndo em direção ao elevador.

Coloco o pé, impedindo que a porta se feche.

Ele não esboça nem sequer uma reação ao meu ato, muito menos me agradece por segurar a porta, provavelmente é um desses ricos mesquinhos que estão sempre no prédio. O local que Salute é localizado, está composto por diversas pequenas empresas, eu trabalho na área de administração, que fica em um local diferente da indústria de fabricação das bebidas. Neste prédio extremamente chique só fica quem trabalha diretamente para o dono, na parte administrava ou de contagem. Bom, esse lugar não combina nem um pouco comigo, mas sou feliz ao trabalhar num ambiente bom.

— De nada, cara! — falo, nunca fui de segurar minha língua.

O homem apenas olha de canto, com as sobrancelhas erguidas, ainda por cima, com um olhar de deboche.

Que vontade de quebrar um rico hoje.

— Pelo menos escolha o seu andar, ou quer que eu faça isso por você também? — falo irritado.

I loved you first | kimchayOnde histórias criam vida. Descubra agora