18.

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Aquele ditado né: quem é vivo sempre aparece.
Ps: leiam as anotações finais.

POV Chay:

— Meu irmão está pegando o seu irmão. — Kim, que tinha acabado de colocar um pedaço do lanche em sua boca, se engasga com a minha fala repentina, tossindo e batendo a mão no peito ao mesmo tempo para se livrar daquela sensação. Após engolir o que estava parado na garganta, ele me olha com os olhos arregalados.

— O que você disse?? — Pergunta, parecendo completamente surpreso.

— É isso mesmo. — Dou uma risada no intuito de aliviar o clima, mas ela acaba saindo mais melancólica do que o esperado.

— Como isso é possível? Tipo, que maluquice, meu irmão com seu irmão e eu com você. — Abro involuntariamente um sorriso ao escutar ele dizer "eu com você".

— Eu com você? — repito sua fala, olhando para seu rosto com um sorriso de canto — Meu irmão e Kinn estão tendo algo, estão se conhecendo, já eu e você... bom, não sei.

— Nós também estamos nos conhecendo, e de qualquer forma, você não sai mais da minha cabeça, então eu vejo isso como algo que me leve a querer estar cada vez mais próximo a você. — Ele vem até perto de mim, apoia um dos joelhos na cama e aproxima o corpo do meu, depositando um leve selinho nos meus lábios. Abro um sorriso assim que ele afasta o nosso selar e encosta a sua testa na minha. — Tipo assim.

— Mas o que eles vão pensar sobre isso? Eles não podem saber o que aconteceu, eles precisam continuar achando que só estávamos estudando — suspiro.

— Eles não vão saber. E caso descubram, eles não podem nos julgar, pois não julgamos eles. — Se afasta e dá de ombros. — A partir de hoje estaremos em família.

Eu não sei dizer quais são, de fato, suas intenções comigo. Na verdade, eu sequer sei direito quais são as minhas intenções com ele. Mas irei deixar que a vida me guie para a melhor direção, esperando apenas não me magoar no final de tudo isso, pois meu coração acelerado com cada mínimo ato seu, diz muito sobre o sentimento que está evoluindo no meu peito pelo garoto na minha frente.

...

Meus olhos são tomados pela claridade que entra pela fresta aberta da cortina, a luz solar forte impede que eu continue dormindo. Subo meu olhar semiaberto - ainda incomodado com a luminosidade - para o teto, tentando me acostumar com a luz forte.

Após me acostumar e os raios de sol deixarem de ser um importuno, me espreguiço na cama, mas ao fazer isso, algo limita meus movimentos, então me dou conta que há um peso em volta da minha cintura. O medo toma conta de mim por alguns segundos. Não consigo me lembrar claramente da noite anterior, e ao olhar para o lado lentamente, vejo que tem alguém na cama comigo.

Dissipando parte do meu desespero, vejo Kim deitado a centímetros de mim. Seu cabelo escuro cobre grande parte do seu rosto e sua boca levemente aberta faz com que eu escute claramente sua respiração pesada, constatando que ele ainda dormia profundamente.

Continuo o encarando perplexo pela situação que estamos. Forço minha mente para se lembrar da noite passada, mas como todos os dias, ela demora para processar o que está acontecendo, pelo simples motivo de eu não ser alguém matinal.

Com toda delicadeza do mundo, tento retirar o braço de Kim de cima da minha cintura, mas ao fazer isso, o garoto se mexe e abre os olhos, fechando-os em seguida pelo mesmo motivo que eu fiz anteriormente. Minhas mãos ainda estão segurando seu braço, não terminei meu ato assim que o garoto ao meu lado despertou, ficando paralisado. Ele esfrega os olhos com as costas da sua mão livre, enquanto boceja.

I loved you first | kimchayOnde histórias criam vida. Descubra agora