Capítulo 10

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Me afasto de Apolo quando alguém bate na porta, contudo não tenho tempo de pensar em nada antes dela ser escancarada, revelando o médico de antes, cujo nome percebo agora não nos foi dito. Atrás dele há uma mulher com uma cara fechada usando uma blusa preta e cabelos puxados para trás.

— Eu assumo daqui. Obrigada! — A mulher passa pelo médico, que não diz absolutamente nada.

Ela vem ao nosso encontro com passos pesados e firmes. Seus seios são enormes e dá para notar que está sem sutiã. Suas calças são pretas e cheia de bolsos, o distintivo está preso ao cinto e na cintura, o coldre carrega uma arma.

— Olá, me chamo Assucena Xavier e sou investigadora. — Estende a mão para Apolo primeiro, olhando fixamente para ele, como se fosse o único presente. Meu namorado retribui seu cumprimento e encaro seu rosto igualmente sério.

— Apolo Sales Martins Veles — informa em tom seco.

— Eu sei quem o senhor é. — Eles soltam as mãos um do outro e Assucena finalmente me encara. — Parece que vocês dois tem se metido muitos problemas nos últimos tempos.

Ela ri, revelando dentes brancos, percebo o deboche em suas palavras e parece que Apolo também, pois respira fundo e solta o ar lentamente. Assucena estende a mão em minha direção e aceito seu cumprimento forte.

— E espero que a sua visita não preceda mais um problema — joga Apolo antes mesmo que tenha tempo de dizer o meu nome. A essa altura eu tenho certeza que essa policial já saiba essa informação.

Solto sua mão.

— Senhor Veles, eu estou aqui para solucionar um problema, mas garanto se o senhor for esse problema, acredite quando digo que farei bem mais do que simplesmente trazer notícias. — Assucena infla enche o peito e coloca as mãos nas cinturas dignas da pose da Mulher-Maravilha.

A ira da policial parece ser bem direcionada a Apolo, contudo não identifico se isso quer dizer que há algo subentendido entre eles ou se talvez ela só esteja com raiva de estar aqui.

— Jamais faria nada contra Dalila! — Não sei se é bobagem, mas ela me olha bem no instante que Apolo diz as palavras e imagino que talvez ela tenha lido mais do que o meu nome em algum lugar. — O sujeito que fez isso com ela se chama Nicolas, aquele sujeito fugiu.

— Nicolas Marques estava impedido de se aproximar da vítima — diz como se isso fosse óbvio.

— Como é? — Apolo franze as sobrancelhas.

Me viro e vejo que Leona está na cama encarando a recém-chegada, mas parece que nem está presente.

— Isso mesmo, desde o dia vinte e nove de novembro que Dalila conseguiu uma medida protetiva que obrigava o Nicolas Marques a ficar longe dela — esclarece Assucena. — Ele a estava agredindo e extorquindo.

Sinto meu coração bater na garganta.

Apolo se vira para encara Leona na cama, que o olha de volta.

— Você sabia sobre isso?

— Eu sabia.

— Porra, Leona, por que estou sabendo disso só agora? — Apolo questiona entredentes.

— A vida da minha prima não é mais da sua conta, Apolo! — retruca. — Além do mais, foi ela mesma quem pediu para não contar. Ela sabia que vocês estavam cheio de problemas e não queria ficar falando sobre isso. Ela é adulta e sabe resolver seus problemas sozinhas.

— Claro, e veja só o que aconteceu. — Ele ergue as mãos como se estivesse esperando uma graça divina. — Você tem o que na cabeça, garota? Não vê que isso não tinha a ver só com você e com a sua raivinha que sente por mim?

GUIANDO O PRAZER (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora