Capítulo 30

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"Vocês estão aqui por causa da novidade?"

Finalmente as palavras de Leona fazem sentido.

— Meus parabéns, Dalila! — Entrego minha taça para Apolo e vou ao encontro dela para abraçá-la. Ela me recebe em seus braços com carinho e tranquilidade, seu perfume me envolve como um manto.

— Obrigada, Xandre! Esse momento é importante para mim, principalmente depois de tudo pelo que passei. — Ela sussurra de maneira que, acredito, Apolo não ouça.

— É claro — concordo.

Quando me afasto e encaro Apolo, ele sorri, mas não faz menção de abraçá-la. Entrega minha taça e volta a me envolver pela cintura.

— Eu fico realmente muito feliz por vocês — garante com simpatia.

Estudo suas expressões tentando estuda-lo, porém sou pego no ato quando seu rosto se vira para mim e nossos olhos se conectam.

— É claro que é uma gravidez de risco e o Marcelo fica todo bobo cuidando de mim, é como se eu fosse quebrar a todo momento. Isso é tão fofinho dele. — Volto a olha-la e a pego sorrindo, baixa o rosto e encara a barriga, ainda acariciando-a. — O bom de namorar um médico é que, embora não seja sua área, ele sabe o que fazer caso seja preciso.

"Isso é tão fofinho dele" reflito sobre essas palavras. É engraçado como uma mesma atitude pode despertar sentimentos controversos, até porque Apolo, mesmo separado dela, não deixou de tentar protegê-la e cuidar dela igual quando esperava um filho seu, todavia a reação de Dalila era totalmente diferente.

É claro que existem pesos distintos pendendo nessa balança, até porque Apolo não era mais seu marido, já estava comigo e enfim... Isso tudo pode colaborado para fazer a atitude de Marcelo ser vista como fofinha enquanto Apolo parecia controlador e sufocante.

— E o melhor é que ele realmente te merece! — A alfinetada de Leona me puxa de volta.

Ela beija a bochecha da prima antes de lançar um olhar meio torto para o homem ao meu lado.

Sinto um repuxão no estômago e embora sua atenção não esteja sendo direcionada a mim, é como se pesasse sobre meus ombros.

A mão de Apolo aperta minha cintura com mais firmeza, não sei que com intenção de me segurar ou de se segurar.

— Leona, não diga isso! — repreende Dalila, já seria. — Quando vai parar de agir desse jeito?

— De que jeito? Eu não disse nada demais. — Dá de ombros. — Marcelo realmente te merece, bem diferente daquele crápula do Nicolas e o resto, bem... a gente já sabe, não é, Apolo?

Dalila encara Apolo parecendo mais pálida.

— Mas é claro! — responde meu noivo por fim. Sua voz é fria como uma lâmina de gelo. — Marcelo realmente a merece. Inclusive, todos estamos conseguindo o que merecemos. Dalila com Marcelo, eu com o Alexandre e nosso garoto finalmente voltou para nossas vidas. Mas e você, Leona, o que tem merecido?

Leona fecha a cara. Apolo bebe o restante do seu champanhe, então se vira para mim.

— Amor, acho que está na hora de irmos para casa. — Seu tom já não é mais o mesmo de meio segundo atrás.

Ele é doce e gentil.

— Claro.

— Apolo, não fique bravo pelo que a Leona disse — pede Dalila com sinceridade.

— Eu não disse nada de mais, Dalila! — retruca a moça dando alguns passos para longe dela. — Mas agora vou dizer...

— Não diga mais nada, Leona! — intervém Dalila. — Já chega, estou cheia dessa sua rusga com o Apolo! Ainda esses dias nós falamos sobre isso, mas o que há com você?

GUIANDO O PRAZER (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora