Olá, Bryce Quinlan, meu nome é Rhysand

Parte 4 - Gwyn

Após o café da manhã, Nestha havia pedido para que Gwyn acompanhasse Bryce pela Biblioteca, e fizesse companhia a fêmea afim de familiariza-la, enquanto ela e Amren engoliam livros que pudessem ajudar com toda aquela situação.

Gwyn apresentou uma pequena parte da biblioteca para Bryce. Utilizando a antiga língua dos feéricos, Gwyn conseguia se comunicar facilmente. Bryce estava mais cautelosa, escolhendo as palavras que diza. Talvez pela falta de prática com a língua.

— Sabe, minha chefe é fissurada pela teoria dos mundos sobrepostos. Eu aprendi algumas coisas com ela.

— Por que não me levaram até ela?— Disse Bryce.

— Rhysand não aprovou o encontro de vocês duas ainda. Estamos mantendo a fato de você não ser desse mundo em sigilo. Ele tem estudado com Amren como funciona os portões e não gostaria que isso fosse de conhecimento público.

Bryce apenas deu a Gwyn apenas um sorriso torto, que não chegava aos olhos.

— Ele mencionou que já avistou alguém viajando por esse mundo certa vez. Disse que era como uma estrela cadente que estivesse caindo em sua direção. Ela estava caindo aceleradamente e ele a ajudou com uma fração do seu poder, a desacelerando para que tivesse sorte de cair no lugar escolhido. Rhysand diz que quando a estrela estava mais devagar, ele pode enxergar que na verdade ela era uma feérica com cabelos dourados.

— Acha que foi por esse motivo que ele decidiu me ajudar?

— Sim, talvez sim. Ou talvez ele não queria mais fêmeas voando por Velaris — Gwyn soltou uma risada baixa. Para sua surpresa Bryce sorriu.

Bryce permaneceu em silêncio por um momento, e olhou para Nestha.

— Acho que não sou tão bem vinda por sua amiga também. Espero que suas feições duras para mim não sejam ciúmes. 

Gwyn soltou uma gargalhada.

— Ciúmes? A Nestha?... Não. — Gwyn balançou uma mão, ainda sorrindo. — As feições da Nestha são sempre duras. Mas para você, creio que seja puro instinto de proteção pela família dela. Eles sofreram o suficiente. Ela pode ter encarado você como uma ameaça à eles.

— Não sou uma ameaça.

— Eu também acredito nisso, e Nestha está começando acreditar também. — Gwyn virou o rosto para Bryce — Além do mais, Cassian enxerga Nestha com uma deusa, ela poderia muito bem colocar ele em uma coleira e ele a seguiria em todo canto do mundo, e Nestha sabe muito bem disso, ele sequer abriria uma brecha para ela nutrir ciúmes dentro do relacionamento deles.

Gwyn observou o rosto de Bryce, um sorriso triste de canto de boca apareceu em sua face. A sacerdotisa percebeu uma dor profunda nos olhos da semifeérica, lembranças de alguém surgira ali. Gwyn desviou o olhar.

— E você e o encantador de sombras?

Gwyn se sobressaltou com a pergunta repentina de Bryce.

— Nós o que?

— São um casal? Observei as sombras dele se arrastando pela sua nuca no café da manhã. Achei que vocês fossem algo mais. Meu primo encantava sombras da mesma maneira.

Gwyn sentiu uma queimação em seu rosto, sangue subia pelas suas bochechas.

— Ele é meu amigo... bom, na verdade, ele é meu treinador. Não somos um casal. Eu não saberia como ter um relacionamento com alguém e não sei se gostaria. — Gwyn tentou ao máximo esconder a dor que surgiu em seu peito e barra-la de alcançar sua feição

— Pena. Vocês seriam um belo casal.

Gwyn revirou os olhos.

— Ele me presenteou com um colar certa vez, eu nunca usei. Me entregaram de forma anônima, mas no fundo eu sabia quem havia me presenteado. Quando decidi agradecer pelo presente, eu o encontrei conversando com a irmã de Nestha, e percebi que talvez fosse chato da minha parte agradecer por um presente de uma macho que poderia estar em um relacionamento amoroso. Se me perguntar, até hoje eu não sei exatamente o que aconteceu, mas nunca usei o colar, o mantenho na cabeceira da minha cama.