Olá, Bryce Quinlan, meu nome é Rhysand

Parte 3 - Nestha

Nestha preferiu suavizar suas expressões para a semifeérica durante essa manhã. Apesar da relutância em sua mente, Rhys havia reconfortando a todos, dizendo que a fêmea poderia estar falando a verdade sobre não ser desse mundo. Pois segundo ele, uma outra alma já passou diante seus olhos procurando um caminho para seu mundo, e ele a ajudou, guiou o ser para outro destino.

A fêmea havia passado por situações complicadas e desesperadoras demais no último ano. A chegada de alguém desconhecido portando um Tesouro Nefasto perdido a mais de quinze mil anos trouxe para ela uma grande confusão de sentimentos de proteção pela sua família.

Nestha entregou seu poder para que todos ali estivessem juntos, para que seu pequeno sobrinho viesse ao mundo. Nestha ainda podia ouvir os gritos de Rhys e os últimos suspiros de Feyre. A chegada da semifeérica não foi muito bem vinda para ela.
Nestha não poderia arriscar que sua família sofresse ou estivesse despreparada para algum golpe às cegas.
E ela não tinha mais seu poder para defendê-los ou ajudá-los.

Mesmo com a relutância, ela preferiu dar a voz a razão e se juntar a sua família para ajudar aquela fêmea.
Nestha pediu para Gwyn acompanhá-la durante esse período que estariam abrigando a semifeérica. Bryce.
Gwyn havia estudado a língua antiga dos feéricos na biblioteca, sem contar em todo o trabalho escravo que realizava para Merril. Que estaria bem feliz se estivesse olhando para a sua teoria de mundos sobrepostos em forma de semifeérica, bem ali na frente de Nestha.

— A avisei que a ajudaremos. — Disse Amren, a semifeérica não havia aberto a boca para responder.

— Eu posso falar com ela? — Disse Gwyn, olhando para Bryce comendo um pedaço de pão.

Nestha acenou positivamente.

Gwyn disse algumas frases incompressíveis para Nestha. E disse seu nome. Provavelmente era uma apresentação.

As sombras de Azriel, que estava sentado na ponta da mesa, um um braço apoiado na cadeira, de feição estoica, balançaram e dançaram sobre seu ombro quando a voz de Gwyn ressoou pela sala. Nestha percebeu a concentração fixa de Azriel em Gwyn.

—Pergunte detalhes sobre o mundo dela. — Disse Cassian.

Gwyn seguiu o comando, e formalizou algumas frases. A semifeérica respondeu na mesma língua, com olhos angustiados. Houve um diálogo entre as duas e a fêmea pareceu se suavizar com a voz e presença de Gwyn.

—O mundo dela aparentemente é mais...moderno, ela explicou que nossas roupas, decorações e tudo o que presenciou pelos ambientes, são como partes do passado em seu universo, como se ela fosse do futuro e estivesse caído em uma magia do tempo, e viajando por milhares de anos atrás. Ela diz que seu mundo é diversificado em espécies, que feéricos por lá não são a maioria. — Gwyn suspirou fundo e mordeu o lábio inferior. — ela diz crer que os feéricos que existem em seu mundo são decendentes de feéricos que fugiram do nosso mundo para o dela a muitos anos atrás. E os portais abertos por eles foram fechados. Seu mundo foi controlado pelo que aparentemente seriam os líderes ou deuses, que se nutriam sugando magia do próprio povo.

Amren, que também ouvia tudo o que Bryce havia falado, disse:

-- Tudo leva a crer que os feéricos que invadiram seu mundo tenham levado Gwydion com eles. –  Amren confirmara na noite anterior a que a Espada que a fêmea carregava era um dos Tesouros Nefasto, como as armas que Nestha criara no ferreiro, só que essa fora criada pelo próprio Caldeirão. A arma estava a muito tempo perdida, pertencida ao Último Grão-Rei feérico de Prythian, e o mesmo fora traído por sua rainha e seu general, os quais tiraram Gwydion do Grão-Rei e fugiram. Nunca mais foram vistos e após a morte do portador de Gwydion nunca mais houve um Graão-Rei em Prythian pelos últimos quinze mil anos.

— Acha que a espada foi levada pela rainha e o general do Graão-Rei? – Amren acenou a cabeça levemente. —O sumiço se deve ao fator de terem invadido outro mundo? Eles podem ter levado outros Tesouros Nefastos com eles além da Espada.  

--Não sabemos a totalidade do poder da Espada, só sabemos que ela não pode permanecer junto a minha adaga. Ainda não temos certeza do que pode suceder á união. – Disse Azriel.

-- Bryce procurava ajuda quando ultrapassou as fendas do portão, minhas intuições dizem que Gwydion a guiou até aqui. Não sabemos ao certo por quais situações a espada vagou pelo seu mundo, única coisa que ela se permitiu em dizer foi que ela pertencera ao irmão, como se ele fosse o único ser digno de carrega-la, e como se a porra do destino estivesse rindo da nossa cara, Bryce soltou que seu irmão era uma cópia viva de Rhys.

Cassian se remexeu na cadeira e disse:

-- Gwyn, pergunte a ela sobre seu irmão...—Amren revirou os olhos, mas todos ali sabiam que a semifeérica poderia ser mais aberta e flexível com o rosto bondoso de Gwyn do que a carranca de Amren.
Gwyn dialogou com Bryce por alguns minutos, até mesmo conseguiu arrancar um leve sorriso no canto da boca da fêmea.

As sombras de Azriel brincou com uma mecha dos cabelos de Gwyn, a Valquíria corou. Azriel estava avaliando suas sombras pelos cabelos de Gwyn, e Nestha poderia jurar que um leve canto da boca do encantador havia subido.

— Aparentemente Rhys tem algum parente vagando por outro mundo, Ela reafirmou que seu irmão, com o nome de Ruhn, era idêntico á Rhys, e não apenas fisicamente, ela disse que sentiu a onda de poder que irradiava por Rhys, as sombras que o cercavam e disse que seu irmão é assustadoramente semelhante. — Ela corou mais quando uma mecha se enrolou em uma das sombras de Az —Eles são irmãos por parte de pai, seu irmão herdou todas e quaisquer características da mãe. Ele é um príncipe em seu mundo, a espada foi destinada ao que eles chamam de estrelados, que são raros em seu mundo, e ela brincou que isso deixou o irmão extremamente famoso.

—Vejo que ela também seja uma estrelada, avaliando essa luz que sai do peito dela. – disse Nestha.

—Sim, ela é. Somente por isso conseguira carregar a espada.  Ela mencionou um primo que era idêntico a Morrigan, cabelos, feições..., mas era um encantador de sombras como Azriel e também fazia travessias.

— Interessante. Seria bom se alguém anotasse tudo, vamos precisar realizar uma árvore genealógica por aqui – Disse Cassian.