Parte 6 - Dorian

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Adarlan.


Há 30 minutos atrás.


Deslumbrante. Era tudo o que Dorian poderia dizer sobre ela. Ele não cansava de sentar em sua poltrona e a avaliar em seu sono. Era leve e algumas vezes ela levantava rapidamente como uma lâmina. Então ele tentava ao máximo ficar apenas em silêncio e sustentar seu cérebro com a imagem do corpo dela espalhado pela sua cama.

Após a guerra, Dorian teve muita dificuldade para contatar Manon. Ele passou cerca de quatro meses esperando uma Serpente Alada sobrevoar o céu de seu castelo.

No segundo mês, ele marchou até o Reino das Bruxas, ao chegar, seu coração se partiu quando percebeu que a primeira construção que a Rainha das Bruxas executava eram dozes torres, cada uma delas diferentes uma da outra. Dorian havia passado muito tempo com elas para reconhecer que cada características das torres referia-se a cada uma das doze.

Ao meio das torres, uma estátua de serpente alada tomava forma. Como se Manon lembrasse cada detalhe da Serpente de Asterin. O coração de Dorian se partiu, em treze pedaços igualmente. E ele soube que deveria dar o tempo que Manon precisava, então voltou para Adarlan.

Todos os dias que vieram após, Dorian revisava suas cartas, suas portas, suas janelas e o céu sobre sua cabeça. Manon não apareceria.

Até que um dia, dois meses após sua viagem ao Reino das Bruxas, Manon aparecera. Era meio da noite. Abraxos havia deixado uma bruxa magra, de feições doentias em sua sacada.

— Eu não consigo.

Dorian correu até ela. Levantou sua cabeça. Lágrimas escorriam em seu rosto.

— Eu não tenho mais forças, Dorian. Eu sou um nada sem elas. Elas se foram e levaram tudo o que havia em mim. Eu tenho lutado por meses. Não apenas para reconstruir meu Reino, mas para sobreviver. Mas só isso. Sobreviver. Ela me disse para viver, Dorian. Viver. Mas eu tenho apenas sobrevivido. Eu não sei como fazer o que ela me pediu, eu achei que poderia sozinha, mas preciso de você. Eu estou morrendo, toda essa dor tem me consumido. Eu preciso viver, Dorian.

- Estou aqui, Manon. Estive esperando por você há meses, Bruxinha.

Ele cancelou todos os compromissos do castelo durante um mês, e passou uma temporada no Reino das Bruxas com Manon, a ajudando na reconstrução, e no ninho dos Ruks. Nas horas vagas, Dorian tentava fazer uma bruxinha em Manon.

Ela havia gargalhado quando ouviu isso sair da boca dele a primeira vez. A primeira gargalhada que Dorian acreditava que havia saído dela em meses.

Ele havia dito em uma brincadeira. Mas a risada de Manon foi tão pura e genuína, como em raríssimas vezes em que ele a viu dando. Que algo despertou em Dorian. E se?. Ele se perguntava.

Manon dizia que eles não conseguiriam. "Quase impossível, mas pode tentar, Principezinho."

Ah, eles veriam. Dorian faria aquilo por ela. Ele queria aquilo com ela. Ele desejava vida de volta no rosto de Manon, ele desejava que Manon expressasse amor por algo assim como ele havia vista ela expressando por Asterin, as Trezes e Abraxos e... do modo dela... por ele também.

"Viva Manon!" Era o que Asterin havia dito. Dorian daria tudo por isso, ele daria tudo para que Manon vivesse. Ele daria a vida por ela. Ele daria vida a ela.

Os reinos de ambos exigiram um casamento um mês após ele passar esse período no reino das Bruxas. As Bruxas alegavam que uma união com Adarlan as ajudariam na reconstrução do reino das Bruxas. E os mercadores de Adarlan queriam priorizar o comércio para os desertos e abrir portas para explorações de matéria prima. Apesar de Dorian crer que Chaol foi o responsável pela organização dessas ideias.

Olá, Bryce Quinlan, meu nome é RhysandOnde histórias criam vida. Descubra agora