7. A confusão de um deus

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Meu dia começou diferente, me levantei para ir ao banheiro e quando voltei o deus estava encostado na minha cama.

- Vista isso. - Poseidon tacou um tecido na minha direção e eu o olhei descrente. - Não permito que fique imunda ao meu lado.

Respirei pesado

- É simples não me de trabalhos pesados e ficará tudo bem, fora que não estou suja. - Como esperado ele me ignorou foi até a mesa e se sentou, eu não percebi que havia comida ali.

- Está esperando o quê? Vá agora ou eu mesmo farei por você. - Batendo os pés fui até o banheiro adentrei fechando a porta com força e praguejando:

Como ele ousa? Que deus metido e mimado! Hades te criou muito mal!

Tirei minhas roupas e pus o vestido que ele me deu odiando a peça.

- EU NÃO VOU USAR ISSO POSEIDON! - Falei alto o suficiente para que ele ouvisse.

- Seu tempo está acabando humana. - Sai do banheiro meio descabelada encarando Poseidon que permanecia sentado comendo algumas frutas.

- Isso é péssimo. - Tapei meus seios. - É muito transparente, fui até a cama e peguei o lençol cobrindo meu corpo.

- Não são tão impressionantes ao ponto de atrair olhares, são só seios comuns de uma humana insolente. - Ele revirou os olhos. - Agora sente e coma, se eu me atrasar te faço pagar!

Respirei fundo arrastando o lençol e me sentando na cadeira. Havia sucos, frutas e pães e eu comi calmamente até notar que apesar de não olhar em meus olhos o semblante do deus dos mares recaia sobre meu busto.

- Se são tão sem graça por que está encarando meu corpo?

Ele não me respondeu, mas o olhar mortal de quem me ignoraria foi o suficiente. Terminamos de comer e ele simplesmente começou a andar, só tive tempo de calçar as sandálias enquanto ele ia na minha frente.

- Imperador. - Grisha fez uma curta reverência.

- As sereias e algumas nereidas já estão na sala, ao seu aguardo.

Ele se aproximou da deusa de fios escuros.

- Excelente, leve a humana até a cozinha depois que terminamos aqui. - Poseidon se aproximou mais dela e se abaixou sussurrando algo em seu ouvido. A deusa deslizou os dedos pelo braço dele e depois se despediu com uma reverência e céus que vergonha por que tenho que assistir a isso?

- Você irá trabalhar bastante hoje e a tarde irá ao meu encontro entendeu!

- E quando vou poder fazer as minhas pesquisas?

- Silêncio! Agora vá.

E assim saiu me deixando com mais raiva, detesto esse sentimento. Deus meia pataca! Pensei, mas fui tirada de meus devaneios por Grisha que me pediu para segui-la.

- Posso lhe perguntar algo? - Eu estava muito incomoda.

- Fique a vontade.

- Por que você o serve?

- Não é óbvio? - Sua resposta me deixou confusa. - Pelo visto não, eu o o sirvo porque quero. Poseidon é um deus inigualável.

- Então és apaixonada pelo deus dos mares. - Concluí, não havia outra explicação para uma deusa tão bela se sujeitar a isso.

- Não. Amor é algo que deve ser recíproco, se apaixonar por um Deus como Poseidon é o mesmo que não amar a si própria, seria um sentimento humano sujo que me levaria ao poço.

Tive que rir.

- O amor não é um sentimento sujo e sim puro, mas de uma coisa você tem razão. Se apaixonar por alguém como Poseidon é o mesmo que sofrer em todos os estágios do submundo. - Ela me encarou, como se não gostasse do que falei.

A arrogância de um Deus | Poseidon (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora