11.O plano de um deus

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Por Hermes,

Perséfone me arrastou para o outro saindo do salão, dentre todas os assuntos que tínhamos pendentes, um deles me chamava atenção. Aquele em que a biblioteca do submundo poderia guardar algo de meu interesse.

— Preciso que entregue essa mensagem de maneira sigilosa Hermes. — Me segredou e apenas confirmei, porém eu também tinha as minhas próprias conquistas a conseguir.

— E a respeito do meu pedido Imperatriz? — Sei o quanto Perséfone é leal a Hades, creio que nunca houve uma relação como está, apesar de Hades deter todo o poder do submundo Perséfone nunca foi subjugada e sempre esteve ao seu lado.

— Eu fiz com que as alma escravizadas procurassem por cada folha existente e nada, não há registro sobre Potámia ou Thassala.

— Perséfone é Thálassa. — Corrigi.

— Que seja, não tem. Perguntei a Seth e ele me informou que Thálassa é proibido no mundo egípcio então te resta os hinduístas e nórdicos.

Fiquei extremamente curioso e se Seth não quis falar, talvez outro deus queira conversar. Eu e Perséfone continuamos a nos entreter com boa música e  conversas até que sua mãe chegou e a mesma se despediu, porém algo nos chamou atenção, Poseidon parecia extremamente irritado e ao atravessar o salão segurava Sn pelo braço, estava claro que não havia força ou resistência alguma da parte dela então creio que esteja além de meu limite.

— Aquela não é a sua convidada Hermes? — Perséfone sussurrou.

— Digamos que sim. — Não poderia revelar a mentira do contrário serei bombardeado por perguntas.

— Então é por isso que Pose estava tão sério. — Ela riu. — Meu adorável cunhado está apaixonado!

A conclusão de Perséfone me parecia óbvia demais para alguém como Poseidon. Se bem que... Não vemos esse salão ser aberto desde que Anfitrite rompeu o noivado e isso também explicaria a completa falta de tato desse ignorante com Sn. Poseidon não está acostumado a ser recusado e apesar de não possuir ou se importar com qualquer tipo de sentimento a raiva já demonstra controvérsias.

As horas foram se passando e ambos não voltaram então tomei a liberdade de pensar em como faria para Thor me ajudar, sempre que vejo o deus do Trovão ele está lutando por diversão, sério em conversas com seu pai e as vezes... Bebendo.
Sorri em agrado a minha ideia e sem pensar duas vezes fui até Grisha.

— Senhor Hermes.

— Querida Grisha. — Ela Arqueou a sobrancelha, não costumo ser tão gentil assim.

— Quer alguma coisa?

— Me conheces bem. Quero um barril da melhor cerveja que há aqui. Sei que Poseidon odeia cevada, mas não impediu que fossem colocadas na festa.

— Tudo bem, há uma feita com as maçãs do fruto proibido. Foi uma cortesia da serpente antes de ser morta por aquele humano. Aquela serpente vagabunda teve o que pereceu se me permite a palavra, mas fazia cervejas como ninguém.

— Excelente deusa, posso pedir que sirva para aquele deus pessoalmente? — Torci para que ela não desse para trás.

— E o que ganho com isso deus Hermes?

Sorri tocando em seu ombro.

— O que você quer?

— Que tal que tire a humana daqui por um dia inteiro?

Meus olhos brilharam, isso vai ser interessante.

— Fechado. Agora cumpra a sua parte com graciosidade e diga que mando meus cumprimentos.

Grisha se moveu pelo salão e aproveitei para me recostar na parede observando a cena: Grisha desfilou com a bela e abastada deusa que é até chegar ao nórdico, lhe serviu a bebida e notei que o olhar dele se prendeu ao corpo dela.

Pelo visto é mais um apegado aos sentimentos humanos, Grisha se aproximou sussurrando algo e logo após olhou para mim que apenas meneei minha cabeça a inclinando e indicando um simples cumprimento, Thor ergueu o caneco levemente deixando claro que aceitava minha cortesia agora era só esperar que morda a isca, Thor estava na quarta cabeça quando resolveu se aproximar.

— Olha não me leve a mal Hermes, mas você não faz o meu tipo, é muito magrelo e tem cabelos muito curtos. — Essa é a primeira vez que vejo esse deus ser sarcástico.

— Posso lhe dizer o mesmo. — Peguei uma das taças de vinho que passaram servindo.

— Não gosto de rodeios Hermes, me diga de uma vez o que quer.

— Quero que me conte o que sabe sobre Thálassa.

Ele me olhou surpreso, são poucas as vezes que um deus alcança esses feitos e depois sorriu levemente.

— Venha me ver em meu reino, aqui não é hora e nem lugar para essa história e para o seu bem traga uma boa bebida ou uma linda mulher e para que não fique a deriva procure pela deusa primordial.

— Nunca houve tal deusa na história  — Afirmei e ele me olhou em dúvida:

— Será mesmo? Ah caro e ingênuo Hermes, acho que seu pai mentiu pra você, para todos na verdade. — Thor se afastou rindo e tudo o que fiz foi permanecer ainda mais convicto de que essa curiosidade pela história irá me levar a loucura se não chegar ao fim e por um momento tive a melhor das ideias, talvez Sn deva participar disso.

A arrogância de um Deus | Poseidon (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora