Calada ela é perfeita | Chaesoo

Sentimentos

Nervosa, Chaeyoung estava nervosa.

Ela não via seu pai há semanas. Durante todo esse tempo evitou ir vê-lo, não queria piorar sua situação. Se contentava em saber que ele estava melhorando. Só queria que ficasse bem. Mas de repente recebe a notícia que ele pessoalmente pediu para chamá-la, e isso a estava apavorando. Normalmente isso só acontece quando os pacientes sabem que irão morrer, e querem se despedir. Será que esse era o motivo? Seu pai estava morrendo e precisava vê-la para partir em paz?

— Unnie — ela grita para a irmã que estava sentada na cadeira da sala de espera. — P—Por que ele me chamou? — Chaeyoung pergunta apavorada.

— Não sei — Jihyo fala com sinceridade. — Ele acordou e perguntou por você, quando eu falei onde estava pediu para que eu a chamasse.

— Não precisa mentir, ele está morrendo, não é? Por isso quis me ver.

— O que? Não Chaeyoung, da onde tirou isso? — Jihyo pergunta chocada.. — Precisa parar de ficar lendo esses livros de drama — sua irmã sempre foi muito exagerada.

— E—Então por que ele quer me ver? — ela murmurou enxugando as lágrimas.

— E como vou saber? Vai lá falar com ele

A garota deu um longo suspiro antes de seguir pelos corredores brancos do hospital. No quarto ela avistou seu pai deitado sobre a cama. Ele estava tomando soro, tinha uma expressão de cansaço, havia perdido peso, e quando a avistou abriu um sorriso fraco.

— Roseanne — o homem murmurou a chamando com a mão. Rosé mordeu os lábios ao se aproximar. — Fico feliz que tenha vindo.

— Jihyo unnie disse que você queria me ver — Rosé fala de cabeça baixa. Aquela era a primeira vez em semanas que ela conversava com seu pai.

— Sim, eu pedi para que te chamasse — ele fala mudando seu tom de voz. Ok, era a hora. O homem tenta se sentar na cama com certa dificuldade, mas Rosé se apressa em ajudá-lo. —Onde você tem estado durante esse tempo?

— Na casa de uma amiga.

— A garota do vídeo? — ele pergunta erguendo uma sobrancelha. Rosé arregala os olhos e nega de imediato.

— Não, é uma amiga que o senhor não conhece.

— Sei — ele diz estreitando os olhos. — Enfim, eu te chamei aqui porque precisamos ter uma conversa.

— Eu imagino — Rosé suspira. Já esperava por isso, provavelmente seu pai a mandaria embora de vez. Talvez esse encontro fosse para deixar claro que ele não queria ela de volta em casa. Sua esperança de voltar para sua família seria arruinada. Porém as próximas palavras que saíram da boca do homem a surpreenderam.

— Queria te pedir desculpas — é tudo o que ele diz. — Essa experiência de quase morte me fez perceber o quanto eu estava sendo intolerante. Quando estava "morrendo" só conseguia pensar que eu poderia ir embora desse mundo brigado com você — ele estendeu a mão para pegar a da garota que estava depositada sobre a cama. — Filha, você pode perdoar esse velho ignorante?