The Only Exception [Rosattaz]

17

Rosamaria acordou no mesmo horário de sempre, mesmo podendo dormir até um pouco mais tarde pelo fato de hoje trabalhar de home office. Ela aproveitou para tomar banho com mais calma do que o usual, e preparou um café da manhã bem completo também. Eles raramente faziam home office na empresa, então quando acontecia ela tratava como um evento especial, principalmente na parte da manhã que geralmente era uma correria danada.

Eram 9h da manhã quando ela avisou a Carol que estava subindo, e a mais velha já foi esperar na porta.

— Bom dia, gostou do meu look de trabalho? — Rosamaria saiu do elevador esbanjando bom humor e fazendo pose. A mais nova usava calça e blusa de moletom, ambos pretos, e nos pés um chinelo da nike com as cores do arco íris.

— É difícil um look não ficar bom em você, né? — Carol se aproximou dela e colou seus lábios rapidamente — Bom dia, fica a vontade, mi casa es su casa.

Rosamaria riu da tentativa de espanhol de Carol e em seguida andou até a mesa da sala para apoiar seu laptop, que foi a única coisa que ela levou pra lá.

— Vamos ficar lá no meu escritório, ok? Já liguei o ar condicionado e coloquei uma cadeira extra pra você.

A mais nova já tinha visto o escritório, mas nunca tinha entrado de fato lá. O local era amplo, e logo que entrou percebeu que Carol tinha feito uma mudança no posicionamento da mesa de trabalho para que elas pudessem ficar frente a frente. Metade da cortina estava aberta, o que permitia a entrada de um pouco de luz solar, algo que Rosamaria já tinha comentado com a mais velha que sentia falta de ver no dia a dia de empresa. Carol parou na porta, fazendo sinal para que Rosamaria entrasse, e a mais nova obedeceu deixando um carinho na barriga dela ao passar.

Enquanto estavam organizando o posicionamento dos laptops e se ajeitando na mesa, Carol decidiu puxar um assunto que tinha evitado até então, com medo de ser interpretada errado. Mas ela não podia perder aquela oportunidade, então falou tentando parecer mais aleatória possível, sem olhar diretamente para a mais nova:

— Eu vi você e a Jovana no café ontem. Simpática ela, né?

Rosamaria olhou meio desconfiada para Carol, mas ao ver que a mulher não olhava de volta, apenas respondeu sua pergunta sem fazer caso.

— Sim, ela é agradável. Chegou perto de 9h da manhã na cafeteria e queria lugar pra sentar, coitada, erro de gente nova na empresa mesmo. Eu ofereci meu lugar pra ela porque já estava terminando de comer, nem fiquei lá por muito tempo.

— Ah tá, eu achei que vocês tivessem combinado, sei lá... Até pensei em dar bom dia, mas fiquei com receio de estar atrapalhando alguma coisa.

— Não foi nada combinado.

— Entendi.

Ok, o que foi isso? Rosamaria tentou teorizar sobre os motivos de Carol ter falado aquilo, mas nada que passava em sua cabeça fazia muito sentido, então ela apenas ignorou e seguiu arrumando suas coisas em silêncio. Quando finalmente se sentou a mesa, Carol já estava de frente pra ela concentrada em seu laptop.

— Tu não ouve música enquanto trabalha? Eu só consigo me concentrar assim.

— Música? Não tenho esse costume, nunca tentei. — Carol olhou curiosa.

— Quer tentar hoje? A gente pode criar uma playlist compartilhada e botar pra tocar baixinho. É bom que eu descubro o que tu gosta de ouvir também. E aí se tu não curtir, eu coloco fones de ouvido e ouço só pra mim.

— Por que não? — Carol deu um sorriso bobo. Ela gostava do fato que Rosamaria era sempre tão propositiva quanto ela. A mais nova não era daquelas pessoas que dão uma ideia e esperam alguém falar ou desenvolver, ela mesma toma a iniciativa e propõe as coisas. Para Carol, era fácil se relacionar com uma pessoa assim, já que também era uma característica dela.