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oi? vamos ao que interessa!


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Uma semana se passou. Como era esperado e necessário, as mudanças estruturais foram feitas no trabalho de maneira rápida e pouco organizada. Santarelli, um chefe interino, assumiu a equipe de Rosamaria e suas amigas. Elas o conheciam da empresa, mas não existia nenhuma intimidade e o homem também parecia estar apenas cumprindo seu papel de dar ordens e se manter distante. Aquela altura era melhor assim para todos os envolvidos, e não é como se alguma das amigas fosse se interessar por um homem para repetir a história pela terceira vez.

Carol estava nitidamente mal e sempre que seu rosto sem brilho transitava pelos corredores, ela percebia que as pessoas conversavam baixinho entre si. Não sabia por quanto tempo mais iria aguentar aquela situação de ser alvo de fofocas e ainda por cima fazer um trabalho burocrático de lidar com papeladas que era um desperdício pra alguém do seu talento. 

Se dentro da empresa as coisas estavam ruins, fora dela a situação não era muito melhor. Apesar da certeza em querer ficar juntas, o relacionamento de Carol e Rosamaria estava "frio". Elas viviam a rotina de maneira automática, evitavam falar de trabalho - porque esse tópico sempre gerava desentendimentos, e seguiam suas vidas assim: fazendo questão de dormir juntas todas as noites, porém mal se tocando. 

— Tá tudo uma merda! — Rosamaria esbaravejou, gesticulando com as mãos — Ela me responde, mas não conversa comigo. Isso é diferente, vocês sabem! Eu respeito o tempo dela. Ok, às vezes eu me irrito, mas é que também não tenho como deixar de ser eu por causa dela. 

— Amiga... — Gabi tentou falar.

— Eu não terminei, não me interrompe! É que eu não entendo, sabe? Seria melhor passar por isso tudo juntas. O discurso dela é diferente da prática. Eu não sei mais o que fazer e parece que comigo tudo é mais complicado e...

As lágrimas começaram a rolar pelo rosto da mulher e rapidamente ela disfarçou para secar. Estava no meio do restaurante durante o horário de almoço junto de suas amigas, que já tinham decorado todo aquele desabafo pelas tantas vezes que Rosamaria o repetiu nos últimos dias. 

— MULHER, A GENTE SABE! Claro, a gente não tá passando pela mesma coisa, mas vocês são pessoas que nos importamos e também dói na gente. Se a Carol tá tão abatida assim, ao invés de reclamar e seguir fazendo o que você tá fazendo, tá na hora de tentar algo diferente. Pode ser uma questão de tempo, mas talvez ela precise de um empurrãozinho também! — Carolana respondeu irritada e recebeu um olhar de aprovação de Gabi, enquanto Roberta olhou assustada e pegou um guardanapo para ajudar a secar as lágrimas de Rosamaria.

— O que a Carolana quer dizer... — Roberta tentou acalmar os ânimos — É que vocês estão nessa há dias. A gente sabe. Mas também vocês parecem desconectadas. Isso é normal, casais podem se gostar muito mas se desconectar às vezes. Por que a gente não pensa num jeito de aproximar vocês?

— Eu não sei mais o que fazer pra ela voltar a ficar normal comigo.

— Eu tenho uma ideia! — Gabi sorriu e começou a falar sem parar.


Algumas horas depois...

"To te esperando aqui no estacionamento." Foi a mensagem que Carol mandou, e se manteve olhando para o celular porque sabia que a namorada respondia rápido nesse caso.

"Vim pra casa mais cedo, desculpa não ter te avisado antes. Pode me falar quando chegar no prédio? Preparei uma coisinha pra gente aqui no meu apartamento."

The Only Exception [Rosattaz]Onde histórias criam vida. Descubra agora