The Only Exception [Rosattaz]

26

Carol e Sheilla finalmente tinham conseguido arranjar uma noite livre em comum para passarem um tempo juntas. Elas foram para casa da morena, onde combinaram de fazer pizza no forno a lenha enquanto colocavam os assuntos em dia, principalmente no que se referia a relação de Carol e Rosamaria.

— Aceita vinho? — Sheilla perguntou.

— Vim de carro, né... mas aceito uma taça só pra não fazer desfeita.

Sheilla se retirou em busca da garrafa enquanto Carol abriu o armário para separar as taças que usariam, e em seguida começou a cortar os ingredientes a sua frente. A morena voltou, serviu as duas e, vendo que Carol já tinha tomado a frente da cozinha, decidiu se sentar enquanto observava o trabalho da amiga.

— Uma de vocês pode se demitir ou pelo menos mudar de setor, apesar de eu achar que eles não vão aceitar isso de novo — Sheilla ponderou, já introduzindo o assunto que precisava ser conversado — A minha única certeza é que a informação deve vir de vocês, e não de alguém que descubra e espalhe. Vai ser caótico de qualquer forma, mas assim é menos pior.

— Nossa, Sheillinha... — Carol parou de cortar o tomate para encarar a amiga — Sua sinceridade é ótima, mas cê poderia ter feito um carinho antes de me bater assim.

— Eu fui direta demais? Mas eu nem falei tudo que precisava ainda!

— Tá, fala logo de uma vez — A mais velha abaixou a cabeça conformada e voltou a montar a pizza. Sabia que era necessário ser realista naquele momento, e Sheilla era a pessoa ideal para ajudar com isso.

— A corda sempre arrebenta pro lado mais fraco, então as chances de dar problema pra Rosamaria são bem maiores. É bem mais fácil eles conseguirem no mercado de trabalho alguém que faça a função dela do que a sua, né? — A mulher pausou o raciocínio para beber um gole de vinho — Além de que vão atrás de todo mundo da equipe de vocês pra descobrir quem sabia da história, então vamos considerar que pode dar problema pras outras meninas também. Fizeram isso quando souberam de mim e da Gabi, elas fingiram que não sabiam de nada, mas eu duvido que acreditem dessa vez.

— Cê tinha dito que a gente ia dar um jeito mas até agora eu só tô me convencendo mais a manter isso escondido — Carol suspirou frustrada, pegando sua taça para se sentar de frente para amiga.

— Desculpa, eu precisava cogitar todas as possibilidades — A morena deu um olhar solidário para a amiga — Agora vamos lá: Você é influente e tem pessoas influentes ao seu redor, então não vão querer mexer muito com você. A Rosamaria tá na empresa desde que era estagiária e todo mundo gosta dela, além de que ninguém controla por quem vai se apaixonar. Eu e Gabi escondemos por meses, já na história de vocês essa interação mais romântica é muito recente. Vocês podem fazer tudo certinho e acionar a área de compliance pra ter orientação de como lidar antes de levar isso pros chefões.

— Mas cê acha que compliance vai ajudar a gente?

— Não vão ajudar vocês do jeito que você gostaria, mas o trabalho deles é garantir que as regras sejam seguidas, então alguma coisa eles precisam fazer. Não vai ser algo fácil, Carol, por isso acho que você e Rosamaria precisam estar muito dispostas a passar por isso.

— Eu me pergunto se o que a gente tem não é sólido o suficiente pra já passar por essa tempestade logo no início — Carol confessou — Tenho medo de descobrir que não é mesmo.

— Você vai descobrir que talvez não seja, mas passar por isso pode tornar. É recente e vocês ainda estão entendendo como se sentem, mas eu não me lembro da última vez que te vi tão feliz assim, e nem a Rosamaria. Aquela mulher só ficava mais rabugenta a cada semana antes de te conhecer.