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Eu sentia como se estivesse em um carro em movimento, meu corpo balançava toda vez que batíamos em algo na estrada. Eu me sentia fraca, não queria abrir os olhos porque não queria saber onde estava.
No entanto, eu lentamente os abri e a primeira coisa que vi foram facas e espingardas caídas no chão ao meu redor. Comecei a tremer e gritei o mais alto que pude. Um rosto apareceu em um dos assentos e era um cara. Ele tinha olhos muito bonitos e cílios longos. Ele me enviou um pequeno sorriso e se virou.
— Victor, sua garota está acordada. — Ele disse.
Eu torci meu rosto em confusão. Do que ele está falando? Ele está falando de mim? Eu questionei.
— Me deixe ir! — Eu gritei.
Batemos em um enorme solavanco na estrada e minha cabeça bateu na parede do caminhão.
Minha cabeça já estava voando e agora estou com uma dor de cabeça insuportável.
— Estaciona! — Eu ouvi um deles gritar do banco da frente.
Não ousaria olhar por cima do assento e ver quantos homens estavam no carro. A essa altura eu estava tremendo de medo.
Esses caras vão me estuprar e me matar? Eles já mataram Bruno bem na minha frente.
O carro parou de repente e um dos caras saltou da caminhonete. Engoli em seco orando a Deus para que ele não me matasse.
Talvez ele esteja me deixando ir. Eu fanfiquei.
Outra cabeça apareceu sobre o assento e foi revelada outro cara bonito.
Merda, talvez eles vão me estuprar.
Eu entrei em panico. O que todos esses homens querem comigo?
— Oi, meu nome é Arthur — Ele disse enquanto examinava meus olhos e meu corpo.
Enviei a ele um olhar de nojo e tentei usar minhas mãos restritas para cobrir meu peito com minha mão. Não adiantou as correntes em volta do meu pulsos faziam o mesmo latejar de dor.
Tudo que eu podia fazer era choramingar.
De repente as portas traseiras se abriram. Foi revelado um rosto familiar.
Foi aquele cara que me ajudou algumas noites atrás. Assim que nossos olhos se encontraram seu rosto se suavizou.
Seu cabelo estava uma bagunça e ele tinha olheiras. Ele observou minhas feições, fiquei confusa por que todos esses caras estavam me olhando atentamente.
Ele se inclinou lentamente, e eu pensei que ele fosse me soltar, mas ele agarrou a fita adesiva em vez disso. Seu olhar nunca deixou o meu enquanto ele agressivamente arrancava um pedaço da fita.
Ele engoliu em seco e tudo que eu pude fazer foi balançar a cabeça. Eu sabia que ele iria enfiar a fita na minha boca.
— Por favor, não faça isso. — Eu choraminguei mas não adiantou ele aplicou na minha boca a maldita fita
Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto quando ele bateu a porta na minha cara. Comecei a mover meu corpo agressivamente, tentando me livrar das correntes, mas isso estava apenas deixando meus pulsos e tornozelos ainda mais doloridos.
As correntes estavam tão apertadas na minha pele que começaram a perfurar, eu até estava sangrando. Ouvi outra porta de carro fechar e o caminhão saiu em alta velocidade.
victor camilo point of view
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Eu estava bravo com ela. Ela o beijou. Eu disse a ela para não beijá-lo e ela ainda o fez.
Por que ela não podia simplesmente me ouvir? A coisa complicada é que eu faria qualquer coisa por ela, mas ela fez essa merda estúpida comigo?
Quando me sentei no banco do passageiro me arrependi da maneira como a tratei.
Eu estava sendo agressivo.
Ela estava com medo e tudo o que fiz foi deixá-la ainda mais assustada. Às vezes eu não sabia como lidar com minha raiva. É por isso que tomava o remédio, mas enjoei dele e parei de tomar.
Enquanto voltávamos para a rodovia, ouvi seus gemidos silenciosos. Eu gostaria de poder estar lá para ela. Eu gostaria de poder abraçá-la e dizer que só queria amá-la. Ela provavelmente pensou que queríamos matá-la.
— Cara, isso foi duro. — Arthur disse e eu não pude evitar revirar os olhos.
Ele não acha que eu sei disso?
— Apenas cuide da porra da sua vida. — Eu disse irritado.
