Após deixar Nestha e Cassian na casa da minha amiga, Azriel segue o caminho da minha casa, tentando adivinhar as palavras que eu pronuncio erroneamente. Não entendi o porquê ele preferiu me deixar por último. Estou sorrindo muito, o álcool sempre faz isso comigo. Sorrio quando paramos no sinal vermelho, gargalho quando digo que erramos a rua. Azriel apenas permanece calado durante toda a viagem.
– Você é tão insuportável, sabia? Sua mãe não te ensinou a sorrir? – Empurro seu braço, sinto seus músculos torneados sob meus dedos.
– Gwyneth, estou dirigindo. – Seu tom era grave, como um pai que repreende um filho. Seu maxilar trincado.
Reviro os olhos, o que é uma péssima ideia. Sinto a bile subir e meu estômago se revirar.
– Eu vou... – tentei dizer.
Ele me olha por um segundo e seja qual foi a expressão que viu em meu rosto, ela o fez encostar.
– Merda! – Solta o cinto com rapidez e sai do veículo, tento acompanhá-lo com o olhar, mas minha cabeça está rodando demais.
Sinto um vento frio atingir meu corpo e percebo que a minha porta foi aberta, levanto um pouco a cabeça e noto Azriel tentando soltar o cinto que me envolve. De novo, está tão perto que seu cheiro marcante preenche minhas narinas. Ele se afasta de mim por tempo suficiente para que eu vire e vomite no chão da rua.
Meu rival apenas segura meu cabelo e espera eu colocar todo o conteúdo do meu estômago para fora.
– Você não devia ter bebido de estômago vazio. – Me repreende.
– Jura, sabichão? Eu não estava de estômago vazio. – Tiro suas mãos do meu cabelo.
– Você comeu dois petiscos e tomou quase todo o estoque de vodka daquele bar, realmente sua barriga estava cheia, só que de álcool.
Permaneço em silêncio. Escuto-o respirar fundo e afastar-se.
Não tiro meus olhos do chão, temo levantar a cabeça e necessitar vomitar novamente.
Azriel entra no meu campo de visão, agachando para me olhar. Ergue uma garrafinha de água azul e me entrega.
– Saia daí você vai se sujar de vômito! – Brigo.
– Isso não é importante. – Estende uma garrafa para mim. – Tome, é água.
Observo o objeto um tanto familiar.
– Berdara, você vomitou muito e precisa se hidratar. Não me faça ter que abrir sua boca e despejar água nela.
– Não vou colocar minha boca na sua garrafa, é nojento. – Reclamo, cruzando os braços.
– Estou te oferecendo a minha garrafa favorita depois de você ter vomitado até as tripas e você acha que o nojento é eu já a ter usado? – Sua expressão é carrancuda. – Beba.
Arranco a garrafa de sua mão e tomo até a última gota. Minha garganta estava ardendo devido ao ácido do vômito e a água realmente ajudou.
Depois de alguns minutos tranquilos e sem ânsia, aviso a Azriel que já podemos voltar ao caminho da minha casa, ele cerra os olhos, mas concorda.
[...]
Foi unânime a decisão de colocar no GPS o caminho da minha casa, era melhor do que esperar que eu explicasse o restante. Estávamos em silêncio durante o trajeto e eu me sentia imensamente envergonhada pelo show que dei esta noite. Isso, com certeza, me renderia muitos comentários da parte de Azriel. As janelas estão abertas, meu parceiro achou melhor, para que eu pudesse respirar ar puro e sentir o vento, com sorte, não enjoaria novamente.
E como um clique, meu cérebro voltou à garrafa azul que eu tinha em minhas mãos.
– Onde estava essa garrafa? – Olho para Azriel.
– Na minha mochila. – Ele acena de leve com a cabeça para o banco de trás, tento olhar, mas ele me impede. – Não faça movimentos bruscos, você pode enjoar de novo.
Assinto.
– E o que tinha... – Começo a dizer.
– Eu não drogaria você, Gwyneth. – Sua voz estava tão sombria. – Nem você e nem ninguém. – Completa.
Apenas assinto novamente.
Já consigo avistar minha casa, Azriel desacelera e estaciona na frente. Eu estava ansiosa para sair desse carro, para me afastar dele, mas agora que chegamos é como se meu corpo não quisesse se mover. Olho para o objeto azul em minhas mãos, respiro fundo e o entrego.
– Você está melhor? – Esse tom era novo, suave e gentil, como se realmente estivesse preocupado comigo. Eu acreditaria se ele não fosse o maior cretino desse mundo.
Apenas concordo com a cabeça levemente.
– Obrigada por me trazer e... bom pelo resto também.
– Eu faria por qualquer pessoa. – Responde.
E aquilo aperta meu peito. Desço do carro e vou em direção à entrada do meu apartamento. Noto que Azriel espera eu subir no prédio para poder seguir caminho até sua própria casa ou seja lá para onde ele vai a essa hora da madrugada.
Ótimo, agora ele sabe mais uma coisa sobre você: seu endereço. Penso e não consigo evitar de sentir raiva.
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Olá, leitores! O que acharam do capítulo de hoje?
Quem aí se parece muito com a Gwyn quando bebe demais?
Azriel cuidando da Gwyn é precioso, não é? Fofo demais.
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Com carinho, Autora GW.
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we are rivals | AU GWYNRIEL
FanfictionAquele em que Gwyneth é funcionária de uma firma de arquitetura e odeia seu colega de trabalho. Eles são como ying e yang, totalmente opostos, mas uma oportunidade irrecusável surge e ambos precisam tocar um projeto juntos. Ideias vêm e vão. Gwyn e...