we are rivals | AU GWYNRIEL

nove | gwyneth

⚠️⚠️ esse capítulo pode conter gatilho de violência contra a mulher. ⚠️⚠️

Depois de bastante tempo, retorno à sala para arrumar meus pertencer e ir embora. Para a minha sorte, Azriel não estava lá. A empresa está tomada pelo silêncio, apenas eu e provavelmente o segurança estamos no prédio. 

Ouço a porta ser aberta bruscamente, me assustando. Don está parado nela ofegante e com os olhos cheios de raiva. Raiva não, ódio seria o mais certo para se descrever. Um tipo de alerta praticamente apitou dentro de mim, algo ruim aconteceria ou já aconteceu.

— Don, está tudo bem? — Pergunto cautelosamente.

— Não me venha com essa, Gwyneth. Onde ele está? — Seu tom não era nada amigável.

— Primeiro: maneire o tom. Segundo: onde quem está? — Eu não aceitaria que falasse comigo daquela forma.

Don emite uma risada falsa.

— Quem mais seria? O arrogante do seu parceiro, porra! Por que não me disse que trabalhavam numa sala juntos e sozinhos?

Aquilo não estava acontecendo. Eu queria gargalhar porque parecia uma piada infame.

— Nós nunca falamos sobre trabalho e você veio aqui inúmeras vezes nos últimos dois meses, como não reparou que era uma sala compartilhada? Por acaso é idiota?

— Você acha que pode me fazer de imbecil? Eu deveria saber que você tentava ser perfeitinha demais, o que era sinal da merda que estava fazendo. Há quanto tempo está envolvida com ele?

Gargalhei o mais alto que pude e durante um bom tempo.  Aquilo realmente só poderia ser uma piada. 

— Eu envolvida com o Azriel? Você está maluco, Don? De onde tirou isso? — Comecei a pegar minhas coisas e ao me virar para olhar Don novamente pude ver o momento em que a raiva explodiu dentro dele. Don olhou para os lados e no instante seguinte vi o copo que ele lançara em minha direção.

Sinto uma dor lacerante na cabeça. Estou abaixada atrás da mesas com as mãos na cabeça, enquanto tremo.

Horas parecem se passar, nenhum ruído ou movimento ecoa pela sala.

Azriel estava certo. Azriel estava certo. Azriel estava certo. Azriel estava certo. Azriel estava certo. Azriel estava certo. Azriel estava certo. Azriel estava certo. Azriel estava certo. Azriel estava certo. Azriel estava certo. Azriel estava certo. Azriel estava certo. Azriel estava certo. Azriel estava certo.

Então meu mundo desaba.

[...]

Passos se aproximam. Estremeço enquanto observo a porta. Meu coração parece prestes a sair pela boca e então o vejo.

Azriel. 

Um inesperado alívio toma conta de mim. Sinto minhas pernas fraquejarem. Ele apenas me encara com o maxilar trincado e os punhos cerrados.

— O que houve?

— Por favor, agora não. Volte outra hora, quem sabe eu esteja pronta para brincar. — Minha voz sai embargada pelo choro.

— Não quero brincar, Berdara. — Seu tom era nada mais que sombrio. — O que houve? — Aproxima-se.

— Por que quer saber? — Praticamente cuspo as palavras.

Ele respira fundo.

— Me conte. — Seus olhos transmitem pura súplica.

— Don... — começo, mas sou interrompida:

— Onde ele está? — Pergunta. — Berdara, onde está aquele desgraçado?

Azriel vira-se e sai da sala. Corro até ele. Interrompo sua passagem, me posicionando em sua frente e tento segurá-lo, mas é totalmente inútil.

— Você tem o dobro do tamanho dele, vai matá-lo.

— Ótimo! — Rosna.

— Irá preso. — Complemento.

— Não me importo.

— Sim, se importa sim. — Seguro seus braços. — Por favor, Azriel.

Ao ouvir minhas palavras, ele me fita e passa o polegar pela minha sobrancelha. Estava tão hesitante, posso percebê-lo estremecer.

— O que ele fez com você? — Pergunta.

Eu praticamente conseguia sentir a raiva emanando dele, era uma fúria absurda que eu nunca havia visto nos olhos de ninguém. Foi quando reparei o quão lindos eram seus olhos, nunca havia visto nenhum olhar tão forte quanto o dele. Mas aqueles olhos estão cobertos por um sentimento tão obscuro que a cor parecia oscilar.

— Ele... — Engulo seco — jogou um daqueles copos na minha direção.

— Ele jogou a porra de um copo de vidro em você? — Me encolho, sua voz ficava cada vez mais alta.

— Eu consegui desviar.

— Essa não é a questão, Berdara.

— Tá, mas consegui. Só que acabei batendo a cabeça na mesa quando me abaixei.

Ele estava ofegante e puro ódio se fazia presente em seu rosto. Em um movimento se desvencilha de mim e segue em direção à saída.

— Azriel! — Tento deixar minha voz o mais firme possível. Ele se detém e olha novamente para mim. Observo um respingo de medo perpassar seu olhar. Então suplico: — Por favor.

Azriel respira fundo novamente e caminha até mim, segura minha mão e me direciona até um armário, acompanho-o pegar um kit de primeiros socorros e começar a limpar a ferida no meu supercílio. Estou sentada em um banco e Azriel está de joelhos na minha frente. O processo arde e queima e as vezes eu aperto seu ombro como forma de aliviar a dor. Nossos rostos estão tão próximos que consigo sentir sua respiração quente contra minha pele, por um tempo, permito-me apreciá-lo.

Seu cabelo está um tanto bagunçado, alguns fios caídos em sua testa, sua expressão está menos tensa, seus olhos cuidadosos, há uma barba por fazer que traz um charme a mais para seu rosto. Desço o olhar até seu pescoço e sinto a tensão de suas mãos reverberar no ferimento que ele toca. Noto uma ponta de tinta preta sair de sua camiseta e me pergunto que tipo de desenho teria tatuado ali.

— Quer parar com isso? — Sobressalto-me, o que envia uma pontada de dor ao meu mais novo machucado.

— Não estou fazendo nada. — Remexo as mãos, de repente, me sentindo muito nervosa.

— Está me estudando. — Diz ele terminando o curativo.

Um silêncio desconfortável se instaura enquanto ele guarda as materiais que utilizou para meu machucado.

— Azriel, será que você poderia... — Sou a primeira a falar. 

— Não vou contar a ninguém, Gwyneth. — Me encara.

Assinto e agradeço.

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E aí, leitores!

Desculpem o sumiço esse final de semana, estive bem ocupada então não consegui postar.

Extremamente decepcionada com o Don, saiu de um cara legal para um tremendo babaca.

Nossa ruivinha não merece nada disso e confesso que escrever esse capítulo foi difícil.

A parte boa foi o Az fazendo curativo nela🥰😍

O que acharam do capítulo de hoje? Não esqueçam de votar e comentar!

Com carinho, Autora GW.