Só pode ser brincadeira.
Ele realmente acredita que dividirei uma cama com ele? Jura? Logo com ele. Por que a Mãe insiste em jogar problemas na minha cara? Será que não tenho rezado à ela o suficiente? Será que esqueci de alguma promessa feita à ela e meus castigos estão vindo aos poucos? Pelos deuses o que droga eu fiz para tudo isso estar acontecendo?
Minha horta foi sabotada, não plantei essas coisas.
Enquanto estou pensando ferozmente no fiasco que tem sido minha vida, ouço Azriel pigarrear mas não o encaro, continuo olhando para o único lugar possível no quarto para um ser humano dormir. A não ser que alguém durma no chão. Observo o piso encarpetado e me pergunto o quão duro deve ser.
— Você pode ficar com a cama. — por fim a voz de Azriel toma conta do quarto e dos meus pensamentos.
— Que? Não posso tirá-lo da própria cama. — respondo.
— Dormirá ao meu lado? — a pergunta me pega de surpresa e franzo o cenho sem responder. — Foi o que pensei.
Permanecemos em silêncio durante um tempo. Dormir com ele? Isso seria ruim? Quer dizer, seria. É claro. Mas o quão ruim seria? Essa é a verdadeira questão.
Exalo fortemente e passo a mão pelo cabelo.
— Posso fazer uma pergunta? — Azriel chama minha atenção novamente.
— Já fez. — brinco.
— Não essa, Berdara. — suas mãos estão cruzadas na frente do peitoral e é possível notar o quão grandes são seus músculos, ele parece um gigante robusto. Meu olho segue todo aquele corpo, algo que já parece ter virado costumeiro, e noto-o hesitar. Engulo seco e digo:
— Faça.
— Por que nunca disse a mim que poderia chamá-la de "Gwyn"? — mais uma vez uma pergunta que me pegou de surpresa.
— Bom... acho que nunca pensei nisso. — pisco várias vezes tentando me lembrar se realmente nunca havia dito isso a ele.
— Só que existe um motivo, certo? Você disse que preferia ser chamada assim, mas nunca me especificou isso. — explicou.
— Talvez seja para os mais próximos. — mentira.
— Acabou de conhecer minha mãe e disse que ela poderia te chamar de Gwyn.
Droga. Penso.
— Ok. No dia que fui me apresentar a você e às pessoas que estavam no círculo na empresa, comecei a dizer as formalidades e quando eu iria especificar que poderiam me chamar de Gwyn você se afastou sem mais nem menos e eu achei muito rude da sua parte. Então, acreditei que se não estava interessado em meu cumprimento ao ponto de ir embora antes de eu terminá-lo, não mereceu me chamar pelo apelido.
— Acha que para chamá-la pelo apelido precisa ser digno? — ergueu a sobrancelha. — Um pouco presunçoso da sua parte, não acha, Berdara? E você mal conhecia aquelas pessoas.
— Tem que merecer. Pelo menos elas me escutaram até o final. Foram educadas o suficiente. — dei de ombros.
— A chamo de ruiva e Berdara o tempo inteiro. — constatou.
— Duas coisas — levantei os dedos em contagem —, primeira: ruiva não é um apelido, você está constatando um fato. Segunda: Berdara é meu sobrenome e não meu apelido.
— Então não me considera merecedor de chamá-la pelo apelido? — perguntou.
— Exatamente. — faço a melhor expressão de triunfo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
we are rivals | AU GWYNRIEL
FanfictionAquele em que Gwyneth é funcionária de uma firma de arquitetura e odeia seu colega de trabalho. Eles são como ying e yang, totalmente opostos, mas uma oportunidade irrecusável surge e ambos precisam tocar um projeto juntos. Ideias vêm e vão. Gwyn e...