onze | gwyneth

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Acabei de fugir de um ex-namorado que quis me acertar com um copo e agora estou conhecendo a mãe de uma das pessoas que menos gosto no mundo. Isso só pode ser ironia do destino. A Mãe está tentando me mostrar que as coisas acontecem da forma que ela quer e não da forma como eu penso. 

A senhora ainda me olhava e um brilho naqueles olhos chocolates me chamava atenção. Ela estava radiante quando levantou da poltrona e veio em minha direção. Minhas bochechas ficavam cada vez mais vermelhas. 

Senti seus braços ao meu redor e um leve aperto. Estava tão nervosa que não consegui abraçá-la de volta, nem sequer consegui respondê-la quando me perguntou o que havia acontecido comigo enquanto olhava meu mais novo machucado. 

Olhei para Azriel em busca de ajuda. Não queria confessar à sua mãe o que havia acontecido, não aguentaria ver seu olhar de pena. Meu parceiro de trabalho apenas me olhou e pareceu entender meu pedido de socorro. 

— Mãe, por que não avisou que viria? — perguntou Azriel fazendo o possível para mudar de assunto. A senhora apenas desviou o olhar desconfiada e foi em direção ao filho abraçá-lo. 

— Eu queria fazer uma surpresa, querido.  

Então Azriel tinha família. Bom, pelo menos uma mãe. E aquilo era algo a mais para se saber sobre ele. Nunca havia mencionado a mãe, pelo menos não comigo. 

Mas como poderia? O cara me odeia. 

Observo os dois e noto como Azriel parece mais relaxado perto dela, ele sorri quando a senhora deposita um beijo em uma bochecha e fica vermelho quando ela aperta a outra. Sorrio com a cena e então a atenção de Azriel se volta a mim. Ele pigarreia. 

— Mãe, essa é Gwyneth. — apresenta. — Gwyneth, essa é minha mãe, Yale. 

Estendo a mão para um aperto, mas a senhora já está com os braços em volta do meu corpo novamente.  

— Como é bom finalmente conhecê-la, Gwyneth. 

Eu e Azriel trocamos um olhar confuso e ele dá de ombros. 

— Gwyn. Prefiro que me chamem de Gwyn. — respondo. 

— Gwyn, perfeito. Está com fome, querida? Vou preparar algo para nós. Azriel, espero que tenha feito compras. — diz Yale indo em direção à cozinha. 

— É claro que fiz. — responde e depois me olha mais uma vez. — Não sabia mesmo que ela estava aqui, me desculpe. 

— Azriel, pela Mãe! Preciso ir embora. — passei por ele e segui em direção à porta. Senti sua mão segurar meu braço tentando me manter no local. 

— Fique para o jantar. Ela está tão empolgada. — aqueles olhos avelãs suplicavam.  — Depois de comermos te levo em casa.

Respiro fundo e concordo.  Antes de Azriel se virar para seguir para onde a mãe foi, dou um passo à frente e ele me encara.

— E se ele ainda estiver lá? — abraço meu corpo. — Não posso voltar se ele estiver lá, Azriel. 

Sinto seus dedos calejados segurarem levemente meu queixo, ele levanta minha cabeça para que eu o olhe. 

— Ele não fará mais nada com você. — disse enquanto me encarava e eu pude sentir verdade em sua afirmação. 

Azriel retornou seu caminho para a cozinha, eu o observei se afastar. Meu queixo formigava no local que seus dedos haviam tocado. Respirei fundo. Ele parou e disse por cima do ombro:

— Não se preocupe, daremos um jeito. — e sumiu na cozinha. 

Enquanto ambos estavam na cozinha, comecei a reparar o cômodo à minha volta. Uma sala ampla e bem iluminada, mas apesar disso parecia sem viva. Não havia cores que chamavam atenção, era tudo monótono. Talvez até um apartamento que alguém usava apenas para descanso, não parecia um lar de verdade. 

we are rivals | AU GWYNRIELOnde histórias criam vida. Descubra agora