— Por... por que está fazendo isso? — o medo quase me impedia de falar.
— Deixei isso acontecer uma vez... e não vou cometer o mesmo erro. Não com o Seth — Khaos parecia falar consigo mesmo, de dentes cerrados.
— Do que está falando? — perguntei agarrando uma cadeira para me defender, tremendo.
Será que ele estava perdendo a razão?
Talvez tivesse usado drogas enquanto Seth não via.Lentamente, ainda apontando a arma, com a outra mão que possuía o punhal, ele pegou algo atrás de si e jogou no nosso meio.
Meu caderno de desenhos perdido.
Suas folhas revelaram-se com leveza, os monstros passando de um por um. Khaos fechou fortemente os olhos, como se não conseguisse suportar a visão.
— Nenhuma mente sã conseguiria imaginar... tais coisas. — Ele quase cuspiu as palavras.
A lógica havia me abandonado. Tudo aquilo era por causa dos meus desenhos?
— Eu não estou entendendo... é apenas um hobbie, Sr. D'arc — dei um passo para acalmá-lo.
Ele esticou um pouco mais a arma, ameaçando. Recuei, mantendo contato visual. Carl era tão paranóico que me ensinou o que fazer em um assalto à mão armada.
Simplesmente não reagir e passar confiança.
— Vai ficar tudo bem... — tentei.
— Claro que vai, eu mesmo vou garantir isso. E sou muito bom em resolver as coisas. — Ele apertou mais a arma.
— O senhor... vai me matar? — Engoli em seco, precisava continuar fazendo ele falar, isso daria tempo para que Seth chegasse.
— Depende... tenho algumas perguntas e você irá respondê-las, sem mentir, como uma boa menina. — Um sorriso estranho surgiu em seus lábios.
Demorei um pouco para absorver as palavras. Com aquela arma apontada para a minha barriga, as coisas eram mais confusas.
Ele devia ter contraído problemas mentais apenas. Não me faria mal. Agarrei esse pensamento e assenti, trêmula.
— Muitas coisas não fazem sentido nesse buraco de cidade e as pessoas... Bom... não é uma população local muito inteligente. E também... nada boazinha — Khaos deu dois passos para frente. — Em algumas investigações passadas, descobri que existe uma... "religião secreta" na cidade.
— R-religião secreta? O-o q...
— É. Uma coisa macabra. Eu lidei com alguém que estava com a mente tão imersa nessa loucura... quase me custou... Tudo. — Ele gesticulava com a arma.
Conforme ele chegava perto, Parsley rondava meus pés, como se estivesse me protegendo.
Khaos jogou a cabeça para o lado, me analisando.
— Eu conheci o moleque impertinente do seu pai. Ele era... estranho, mas muito cabeça de vento para algo do tipo. Disse que ele foi embora? — sua voz era sádica.
— Sim. — Solucei.
A expressão do homem alto mudou levemente, como se estivesse compadecido. Ele olhou para baixo, analisando meus desenhos:
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Todos, Menos Nós
Mystery / ThrillerUm monstro que nem todos vêem, realidade ou loucura? ◇───────◇───────◇ ⚠️OBRA PATENTEADA⚠️ ©2022 Dilara Le Faye. Todos os direitos reservados. • OBS: O livro entrará em revisão minuciosa após seu epílogo. Perdoem qualquer erro orto...