Capítulo 21

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        Com dificuldade por conta da atenção de todos na casa em mim, conseguimos sair até o carro de Seth e ele acelerou pelas ruas da cidade até o lado oeste, o que me deixou bastante nervosa, com medo de cairmos das curvas altas nas estradas dos montes.

         Quando chegamos perto do chalé ele continuou dirigindo por uma estrada estreita sem asfalto, o que sujou todo o carro de lama.

          Depois de um tempo nós descemos e Seth disse que teríamos que dar uma longa volta até o outro lado do rio, que já estava descongelando.

           O rapaz andava apressado na minha frente, enquanto eu ficava constantemente presa no chão com neve e lama, segurando minha câmera que estava pendurada no meu pescoço.

         — Onde está? — Seth repetia de vez em quando, parando em alguma árvore e vasculhando o chão com o olhar.

         Finalmente, conseguimos chegar até o outro lado, antes que eu morresse com falta de ar da longa e penosa caminhada.

        — Droga! — Seth chutou um punhado de neve para longe. — Só nos resta a segunda opção aparentemente!

        — Certo... segunda opção... — eu me apoiava em meus joelhos. — Qual era mesmo?

         — Estamos loucos. Os dois — o garoto esbravejava atrás de alguma árvore, andando para vários lados.

         — Por quê? — tentei chegar até ele, me sentindo melhor.

          Seth colocou as mãos nos quadris olhando para o chão e depois para o horizonte.

        — Veja, estamos do outro lado do rio, a cabana está logo ali, esse é quase o lugar exato onde a criatura estava nos observando. Foi aqui que vim, onde encontrei as pegadas e as marcas nas árvores. E agora... sumiram. Como se nada tivesse acontecido.

          Seth bufou e andou para longe, enquanto eu tentava me colocar no lugar do monstro para saber o local exato.

         — Ei... calma — comentei estreitando meus olhos para ver melhor as coisas.

         — Ficar calmo? Vi provas claras da existência de algo anormal e agora sumiram!

          Seth continuava esbravejando pela floresta quando dei de cara com uma enorme marca de garra em uma árvore. Do tipo que um dinossauro teria feito na Terra uma vez.

          Foquei minha câmera e comecei a tirar fotos.

          — Seth... — o chamei assim que garanti minhas provas. — Respire fundo e venha até aqui.

          O rapaz bufou e foi até mim com passos pesados.

         — Leda costuma me dizer que nervosismo, medo, raiva. Sentimentos inquietantes no geral, costumam nos cegar — fiz carinho em seu rosto, o que o fez fechar os olhos e respirar fundo. — Muito bem... olhe agora.

          D'arc deu passos para trás quando virou para a árvore.

         — Bingo... — ele sorriu rapidamente, mas logo ficou sério quando notou a gravidade do que estávamos lidando.

         Andávamos mais rápido na volta para o carro, eu estava tão cansada que considerava em me arrastar pela neve.

         — Seth... podíamos cortar caminho por ali... — apontei, respirando com dificuldade.

         — Não. É melhor aqui — ele disse friamente.

        — Como pode ser melhor? Chegaríamos mais rápido se...

Todos, Menos NósOnde histórias criam vida. Descubra agora