Não esperei Seth estacionar, descendo do carro ainda em movimento, o que o fez gritar comigo em preocupação.
— Você fica. Não podem te encontrar de jeito nenhum — disse rapidamente.
Tropeçando pela rua em meio a um chuvisco, cheguei até a porta dos Olsen e apertei a campainha, tentando manter a calma.
Vicky atendeu com certa desconfiança:
— Nina? O que você... — ela disse baixinho.
— Ei. Cadê o seu irmão? — Perguntei, sem rodeios.
A garota piscou várias vezes e parecia em conflito.
— Quem é o inconveniente que veio pedir autógrafos agora?! Os seguranças estão dormindo por um acaso?! — Victor Olsen veio de dentro da casa.
Me sobressaltei e rapidamente olhei para trás para garantir que Seth não faria a besteira de ir atrás de mim.
O homem com o sorriso convencido que mais parecia uma tatuagem em suas feições falsas me encarou de cima assim que chegou à porta:
— Oh, olá... — seus dentes se alargaram. — O que foi? Tem uma turminha de baderneiros com você? — ele seguiu meu olhar.
— Não! Er... S-Sr. Olsen. Boa noite. Sou Nina Lavelle, não sei se lembra -se de mim...
— Eu sei quem você é — sua voz aumentou um tom diverso, e os dentes juntaram-se em um sorriso novamente — agora a questão é: o que veio fazer na minha casa em uma hora tão inapropriada?
— Paul. Quero falar com o Paul — apertei meus punhos, tomando coragem.
Victorie arquejou e começou a sumir para dentro da residência.
Devagar, o sorriso de Victor foi sumindo, seus lábios tornando-se uma linha fina e trêmula.
— Do que se trata? — Ele piscou devagar.
— É particular — algo no meu interior dizia que alguma coisa estava muito errada, precisava ser firme e uma boa mentirosa.
— Bom. Acontece que o irresponsável do meu filho está doente. De cama. — Olsen bateu as mãos uma na outra e as entrelaçou, sugando o ar entre os dentes. — Resultado de todas essas noites de bebedeira com os amigos. Às custas do meu bolso.
— Eu gostaria muito de vê-lo.
— Infelizmente não poderá. Mas garanto que ele está bem, minha cara. Não tem com o que se preocupar. Logo o verá na escola — o homem aproximou o rosto do meu, voltando a sorrir com todos os dentes.
Ficamos daquele jeito por longos segundos. Uma espécie de batalha mental. Algo na energia daquela família me deixava tonta e nervosa.
— Tenha uma boa noite, princesa dos Lavelle — ele disse quase em um tom infantil, como se estivesse se controlando.
A porta foi batida na minha cara sem mais nem menos, e com violência sem medida.
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Todos, Menos Nós
Mystery / ThrillerUm monstro que nem todos vêem, realidade ou loucura? ◇───────◇───────◇ ⚠️OBRA PATENTEADA⚠️ ©2022 Dilara Le Faye. Todos os direitos reservados. • OBS: O livro entrará em revisão minuciosa após seu epílogo. Perdoem qualquer erro orto...