Presentes anônimos

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Hoje é o primeiro dia de férias, meus amigos foram pra suas casas e eu simplesmente fiquei, meus pais tinham que fazer coisas mais importantes do que ficar com a própria filha.

Draco havia me enviado uma carta falando que o seu pai estava furioso, pelo que deu a entender querem matar o pobre do bicuço, estou indo agora ver o Hagrid, no meio do caminho encontro o trio

- S/n? Pensei que foi pra casa - falou Hermione

- Pois é, pelo menos o dormitório é só meu e da Lirya - falo tentando sorrir

- Se quiser dormir no meu dormitório..

- Ah não, passo. - arrepio só de pensar em deixar a minha luxuosa comunal pra ir pra Grifinoria

A Floresta Proibida parecia que fora encantada, cada árvore se cobrira de salpicos prateados e a cabana de Hagrid lembrava um bolo com glacê.
Ron bateu, mas não teve resposta.

- Será que ele saiu? - perguntou Hermione, que tremia embaixo da capa.

Ron encostou o ouvido na porta.

- Tem um barulho esquisito - disse - Escuta só... será o Canino?

Encostamos os ouvidos na porta também. De dentro da cabana vinham uns gemidos baixos e soluçantes.

- Será que não é melhor a gente ir chamar alguém? - perguntou Ron, nervoso.

- Hagrid! - chamei dando socos na porta - Hagrid, você está aí?

Ouviu-se um som de passos pesados, depois a porta se abriu com um rangido. Hagrid estava ali parado, com os olhos vermelhos e inchados, as lágrimas caindo pelo seu colete de couro.

- Vocês souberam? Você eu tenho certeza que sim - berrou ele, e se atirou no pescoço de Harry, eu apenas abaixo a cabeça

Tendo Hagrid no mínimo duas vezes o tamanho de um homem normal, isso não foi brincadeira. O garoto, quase desabando sob o peso do gigante, foi salvo por Ron e Hermione, que seguraram um em cada braço de Hagrid, e o puxaram para dentro da cabana. O guarda-caça deixou-se conduzir até uma cadeira e se largou em cima da mesa, soluçando descontrolado, o rosto brilhante de lágrimas que escorriam por sua barba embaraçada.

- Hagrid, o que foi? - perguntou Hermione perplexa.

- Que é isso, Hagrid? - perguntou Harry olhando pra uma carta

Os soluços de Hagrid redobraram, mas ele empurrou a carta para o garoto, que a apanhou e leu em voz alta:

Prezado Sr. Hagrid,
Dando prosseguimento ao nosso inquérito sobre o ataque do hipogrifo a um aluno seu, aceitamos as ponderações do Prof. Dumbledore de que o senhor não é responsável pelo lamentável incidente.

- Bem, então está tudo certo, Hagrid! - exclamou Ron, dando uma palmadinha no ombro do amigo. Mas Hagrid continuou a soluçar, e fez sinal com uma de suas gigantescas mãos, convidando Harry a continuar a leitura da carta.

No entanto, devemos registrar a nossa preocupação quanto ao hipogrifo em pauta. Decidimos acolher a reclamação oficial do Sr. Lúcio Malfoy, e o caso será encaminhado à Comissão para Eliminação de Criaturas Perigosas. A audiência terá lugar em 20 de abril, e solicitamos que o senhor se apresente com o seu hipogrifo nos escritórios da Comissão, em Londres, nessa data. Entrementes, o animal deverá ser mantido preso e isolado.
Atenciosamente...

Seguia-se uma lista com os nomes dos conselheiros da escola.

- Eu soube pela manhã, por isso vim até aqui - falo

- Ah! - exclamou Ron - Mas você disse que o Bicuço não é um hipogrifo bravo, Hagrid. Aposto como ele vai se safar...

- Você não conhece as gárgulas da Comissão para Eliminação de Criaturas Perigosas! - respondeu Hagrid com a voz engasgada, enxugando os olhos na manga. - Eles têm má vontade com as criaturas interessantes!

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