A Casa

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— Vamos fugir daqui, agora. — Puxei Kazuha pelo braço em direção ao muro da escola, ninguém estava vendo era o momento perfeito.

— Opa! Mas a aula? Sabe, minha mãe me mataria se eu matasse aula. — Ele falou tentando resistir e recuando.

— Olha, eu já te expliquei que a minha família sumiu, então eu realmente preciso de um lugar para me esconder da polícia enquanto descobrimos mais sobre esse livro. Ficar aqui é arriscado demais agora! — Dei de ombros, soltando seu braço. — E também, a Kujou Sara não estuda aqui até onde eu sei. Precisamos investigar ela.

— Acho que... Você pode dormir na minha casa, contanto que ninguém veja você entrando lá. E eu acho que a Kujou Sara estuda na turma da tarde, não vamos conseguir achar ela aqui. — Kazuha desviou o olhar, e veio andando até ficar do meu lado. — Eu não acredito que estou entrando em um caso com um "criminoso" que eu nem conheço direito.

— Claro que está, você é meu subordinado agora. Vamos me levanta. — Me aproximei do muro, fazendo sinal para ele fazer escadinha.

— Você é tão baixinho, e usa esse chapéu estranho... Cuidado para não cair. — Ele fez escadinha e subi, antes de pular dei um leve chute no seu rosto. — Hey! Isso doeu!

— Seu idiota. — Me apoiei no muro e estirei a mão para que o avermelhado pegasse, assim que o fez o puxei.

O impulso foi um pouco demais pelo peso de Kazuha, acabei caindo de costas pro outro lado e logo senti um peso caindo em cima de mim.

— Agh, você é mais pesado do que parece. — Observei Kazuha em cima de mim, nossos olhares se encontraram e senti um arrepio no corpo, novamente tive uma leve impressão de ver as bochechas dele avermelhadas.

— E você não tem força para aguentar nem você mesmo. — Ele se levantou com cuidado rapidamente, olhando ao redor. — Vamos logo, precisamos chegar em casa antes das minhas mães, umas 19:00 da tarde elas estão lá.

— Olha, primeira coisa que temos em comum. — Levantei, e sorri levemente para ele. — Eu também meio que tenho duas mães, e aí qual a sua história?

— Minha história? Eu só fui adotado quando tinha uns 5 anos. — Kazuha começou a andar, e eu fui seguindo ele enquanto o mesmo falava. — Inclusive, eu moro no bairro de Liyue, apenas estudo em Inazuma porque minhas mães não queriam que eu crescesse sem cultura da minha própria descendência, elas até mantém meu sobrenome, Kaedehara.

— Elas parecem preocupadas com a sua educação, mas isso quer dizer que a gente vai andar um bairro inteiro? Vamos chegar lá 12:00! — Já sentia a dor nas minhas pernas só de imaginar, eu não sou alguém tão atlético.

— Sim, exatamente. — Ele virou para mim, dando uma piscadela.

Senti meu coração bater mais forte, eu só não estava esperando aquilo. Ele até que é bonitinho quando se olha com muito esforço, nada demais também, eu sou muito mais atraente, cabelo branco é fora de moda, branco é uma cor feia, tão sem graça.

— Tá... Então vamos falar sobre outra coisa, o que você gosta? — Perguntei, tentando me distrair daqueles pensamentos.

— Eu sou alguém bem quieto em sala, gosto de ficar no jardim da escola, ouvindo o som do vento, é quase como se eu conseguisse conversar com ele. — Ele levantou a mão, como se estivesse tocando em alguma coisa no ar.

— Poderia ter só falado que fuma maconha, eu não ia julgar. — Dei de ombros revirando os olhos, e vi ele se virar surpreso.

— Haha, não. Eu tô falando sério. — Ele riu de forma gentil. — Mas eu admito, já fumei maconha.

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