O Livro

Pânico

Eu estava na mesa comendo a alguns minutos com Thoma trazendo mais e mais coisas, por algum motivo meu corpo parecia precisar de mais e mais energia, aos poucos os garotos foram chegando para o café da manhã, o primeiro foi Heizou, que deixou o clima bem estranho.

— Bom dia. — Falei, e ele só acenou com a cabeça sorrindo de leve, um sorriso bem falso diga-se de passagem.

O segundo a chegar na mesa foi Kazuha, que veio diretamente de sentar ao meu lado.

— Bom dia, Kuni, ah... Bom dia, Heizou... — Percebi uma leve mudança do tom de voz ao se referir a Heizou, e arqueei as sobrancelhas para os dois.

— Dormiu bem? Porque demorou acordar? — Uma pequena pontada de insegurança surgiu no meu peito, a reação com Heizou junto com o fato de eu supostamente ter caído no sono ontem.

— Ah eu acho que cantar, dançar, comer doces e todas essas coisas cansaram o meu corpo, e aí tudo bem? — Ele sorriu para mim, acariciando meu rosto de forma gentil.

— Claro... — Sorri mas quando olhei para Heizou, ele parecia magoado com alguma coisa, o que diabos aconteceu?

Alguns minutos passaram, e Xiao saiu correndo do quarto, passando por nós, indo em direção a porta, ele já estava completamente trocado com as roupas normais.

— Xiao! Você esqueceu as suas malas! Certeza que não vai comer nada? Leva pelo menos um lanche, eu faço rapidinho! — Venti gritou, vindo atrás arrastando as malas do garoto de preto.

— Não tenho tempo para isso! A Hutao me ligou me contando o que aconteceu, agh eu sabia que tudo isso era uma má ideia, depois eu pego minhas coisas! — Ele saiu da casa correndo para fora, me levantei e fui até a janela.

Observei um carro estacionar na frente da casa e levar Xiao rapidamente embora.

— Oh... O que aconteceu? — Me virei e vi Venti olhando para baixo desanimado.

— Zhongli foi pego... Acho que isso quer dizer que o próximo alvo sou eu... Haha! — Ele sorriu falsamente, empurrando as malas de Xiao de volta para o quarto. — Eu... Já volto comer com vocês.

A cozinha ficou um silêncio, ninguém abriu a boca para falar mais nada por um longo período de tempo, se pegarem o Venti acabou... Vão ter pegado todos os alvos, será que ainda conseguiríamos parar Pierro se chegar a esse ponto?

— Albedo me mandou uma mensagem... — Kazuha pegou o celular no bolso. — Eles pegaram a Sandrone, pelo menos alguma coisa, mas a Sara está na cama passando muito mal.

— Espera... A Sara... Kazuha que dia é hoje?? — Observei para ele desesperado, e o rapaz desviou o olhar. — Kazuha... Me desculpa.

— Está tudo bem... — Ele abriu um sorriso singelo, tentando se manter calmo. — Já estava destinado a acontecer...

— Espera... Hoje era o dia que o Tomo...? — Heizou se tocou, levantando e indo até o lado de Kazuha. — Oh... Kazuha, me desculpa!

— Gente é sério... Está tudo bem, vocês não precisam se preocupar comigo, eu vou só passar na casa do Tomo mais tarde conversar com os pais dele... — Kazuha fingia que estava tudo bem, mas pude ver seus olhos começarem a lacrimejar, antes que eu pudesse chegar perto, Heizou passou na minha frente e o abraçou.

— Kazuha eu vou te levar na casa dele, você está muito mal... E bem o Kunikuzushi não pode sair em público de qualquer forma. — Heizou acariciou a cabeça de Kazuha, e o mesmo o abraçou forte segurando as lágrimas.

— Ok... Obrigado. — A voz de Kazuha saiu abafada pelo rosto estar encostado na barriga de Heizou.

Bufei de raiva, decepcionado. Parabéns Heizou, você conseguiu o que queria! Um dia para ficar com o Kazuha e eu nem posso argumentar porque se a polícia me pega lá fora tô fudido, mas não vou reclamar afinal o Kazuha precisa disso.