Solitário

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Bocejei, esticando meus braços enquanto acordava, para minha surpresa estava com o rosto no peito de Kazuha, eu nem lembrava que tínhamos dormido juntos de novo... Ontem a noite eu desmaiei de cansaço.

Levantei, e observei ao redor do quarto, estava tudo organizado, Kazuha arrumou tudo antes de deitar? Eu deveria ter ajudado, ah tanto faz, agora já foi.

Peguei meu celular que estava no criado mudo a esquerda, observando a mensagem de Arlecchino.

" Vocês precisam sair daí hoje, não sei como, mas a Signora começou investigar tudo sobre todos os Fatui a sua procura, logo logo eles vão chegar nessa casa, não posso mais te acobertar, boa sorte, baixinho. "

Ótimo jeito de acordar, nem um pouco tenso. A mas que merda! Signora?! Porque ela está agindo contra mim? Achei que fosse minha amiga. Tipo tudo bem se fosse o Pierro, Dottore ou o Capitano, eu já espero uma facada nas costas deles de qualquer forma.

Levantei da cama, indo para o banheiro lavar o rosto, e agora? Será que podemos voltar para a casa da Mona? Supostamente é para ela ter encontrado a resposta, olhei para o espelho pensativo, e se os Fatui chegarem aqui?

Voltei para o quarto, parando do lado da cama.

— Kazuha, acorda. — Eu toquei no rosto de Kazuha o fazendo se virar pro outro lado, sonolento.

Ele deve estar cansado já que ficou arrumando o quarto depois que eu dormi, vou fazer algo para ele comer e assim que ele acordar, vazar daqui o mais rápido possível.

* * *

— Certo, Kuni, a Mona falou que encontrou a pessoa. — Suspirei desanimado vendo Kazuha se trocar, agora finalmente temos um rumo para voltar a agir... Mas infelizmente Tomo só tem 9 dias.

— Que ótimo, mas vamos focar em quebrar o feitiço da Sara primeiro, ok? O Tomo só tem 9 dias, a minha família ainda tem 3 semanas. — Kazuha se virou para mim e sorriu gentilmente. Eu estava sentado na cama, com as nossas bolsas já arrumadas prontas para sair e senti minhas bochechas ficarem levemente vermelhas com o olhar.

— Kuni, não precisa se preocupar tanto com isso, vai dar tudo certo. — Tentei desviar o olhar de seus olhos, o que piorou a situação já que encarei seu corpo todo marcado... É o sinal que ele é meu.

—... Ok, se você diz. Porque está colocando um cachecol?  — Perguntei de modo provocativo enquanto ele pegava um cachecol vermelho escuro.

— Você me encheu de marcas no pescoço, porque será? — Ele revirou os olhos, fechando o guarda roupa. — Agradeça essa sua amiga, Arlecchino. Se não fosse por ela a gente  provavelmente teria sido pego.

— Eu já agradeci, agora vamos logo, os Fatui não vão demorar para chegar aqui. — Botei minha mochila nas costas, e desci com Kazuha até a sala, indo diretamente para a porta.

Parei na frente da mesma, fazendo sinal pra Kazuha parar de andar também. Algumas vozes podiam ser ouvidas do outro lado, meu corpo gelou de medo, era tarde demais, os Fatui já acharam esse lugar.

— Já te disse, eu não sou próxima do Scaramouche, e passei esses dias muito ocupada com o orfanato! — Era a voz de Arlecchino, dei sinal com a mão para Kazuha se afastar lentamente. Ele obedeceu, e as vozes continuavam do lado de fora.

— Se não tem nada a esconder, então abra a porta, Arlecchino não é só porque você é a Número 7 que está isenta de responsabilidades desse tipo. — Não reconheço a voz, provavelmente é um Fatui de nível mais baixo, deve ter sido mandado para verificar os bens dos mensageiros.

— Eu sou sua superior aqui, já falei que estou procurando a chave. Olha o tamanho disso! — Ela estava com as cópias das chaves, sei pelo barulho que o chaveiro fez ao ser levantado rapidamente, ela realmente pensou em tudo.

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