O Livro

Diálogos

- Ag-agh... O-obrigado pela sopa Cyno, foi muito atencioso... - Tighnari comentou, enquanto tentava comer, eu reparei que o corpo dele ainda estava tremendo um pouco e isso me irritava profundamente.

- Já consegue falar? - Perguntei preocupado, e ele concordou com a cabeça. - Leve o tempo que precisar...

- Dottore me fez ajudar ele em algumas pesquisas bizarras, eu não fazia ideia que de fato existia magia poderosa o suficiente para criar humanos quase perfeitos... - Ele disse, e suspirei decepcionado.

- Você sabe o que eles estão fazendo? Eu posso ajudar a acabar com isso.
- Eu tenho que dizer que você não conseguiria Cyno... Mesmo que você saiba a localização da fábrica está tudo fechado agora. - Rangi meus dentes de raiva e Tighnari teve um arrepio derrubando a colher.

- Nari! Você está bem?! - Segurei o rapaz que tremia um pouco nos meus braços, e vi uma grande cicatriz nas suas costas.

- E-estou...

-... Quem fez isso com você? - Arregalei os olhos vendo a cicatriz, eu não acredito. - QUAL DELES FOI?!

- C-cyno não... Por favor, não vá se meter com eles... - Ele disse de modo calmo me abraçando.

- Não! Eles... Eles te machucaram, eles machucaram a Collei! Eu preciso fazer alguma coisa! - Tighnari me abraçou com força, me fazendo relaxar. -... Tighnari...

- Por favor, não vai. Eu te imploro, é muito perigoso. - A voz de Tighnari falhava, isso é muito estranho, ele parece estar morrendo de medo.

- Está tudo bem... - Acariciei seu rosto com carinho. - Até você se recuperar eu prometo não sair do seu lado.

- Cyno... - Tighnari me deu um selinho me fazendo corar de leve e rir bobo olhando para o lado. - Você é maravilhoso, sabia?

- O-obrigado... Você consegue comer sozinho? Eu vou ver como a Collei está... Não acredito que ela quis ir sozinha para o quarto nesse estado. - Falei e Tighnari sorriu.

- Ela já tem 11 anos, está começando a querer ser adolescente e independente, ela não quer te preocupar. - Atencioso como sempre, Tighnari voltou a comer, ele parecia um pouco melhor agora.

- Eu entendo, mas mesmo assim quero conversar com ela... Estou tão feliz que vocês dois estão bem.

Levantei, indo até o quarto de Collei e vendo a garota que havia voltado a dormir... Oh Dottore, não importa o que o Tighnari diga, estarei agindo assim que esses dois conseguirem se cuidar sozinhos.

* * *

- E então o Ayato apareceu por trás dos Fatui igual aquele vilões clássicos e disse: Eu não posso mais te ajudar, Kaedehara Kazuha! - Falei gesticulando com as mãos e mudando o tom de voz enquanto Kunikuzushi ria dentro da sala. - Ou algo assim... Hehe.

- Aí Kazuha, eu não acredito que vocês caíram em um plano tão besta como esse! Sem mim vocês realmente não sabem para onde ir. - Ele me provocou e eu o provoquei de volta.

- Não fui eu que vim sozinho para cá e fui envenenado pelo Dottore. - Cruzei os braços e vi o baixinho mudar de expressão ficando irritado.

- Kaedehara Kazuha.

- Bem... Fico feliz que eu ao menos posso te fazer sorrir um pouco com essas histórias, não estamos numa situação fácil. - Falei, me apoiando na cela e Kuni fez o mesmo do outro lado.

-... Estamos tão próximos mas ao mesmo tempo parece que tão afastados, como nós sempre chegamos a esse tipo de situação? Ah... Kazuha eu juro, se nós sairmos vivos disso eu quero ir com você a todo tipo de encontro que conseguir pensar. - Ele disse e fiquei com as minhas bochechas vermelhas.