O Livro

Risada

- Detetive, a Senhora Raiden não veio trabalhar hoje. - Queria que aquela fala fosse direcionada para mim.

Eu sou Heizou, um aprendiz de detetive (para não falar estagiário) que está trabalhando na polícia atualmente. Agora mesmo estava pegando café para o meu senhor, o café eu já peguei, mas ao ouvir essa frase na porta comecei a espiar a conversa, sabe como é, onde existe mistério existe um caso a ser solucionado!

- Ela nunca falta, já enviaram alguma mensagem para ela? - A voz do velho era rouca e bem forte, um pouco difícil de ouvir pela distância.

- Você sabe como a Ei é o foco dos Fatui, eles estão tentando acabar com ela a anos! Não é seguro ficar muito tempo esperando, senhor eu recomendo enviar pessoas para ir investigar agor- - O policial foi interrompido de modo grosseiro.

- Ela é a chefe da polícia, acha mesmo que ela não sabe se defender? Pode ser só um atraso normal, não bote muito esforço nisso, idiota, se for algo sério nós saberemos em breve.

O tom de voz dele me chamou atenção, o detetive chefe sempre demonstrou arrogância perante a senhora Raiden Ei, seria essa a chance do grande Shikanoin Heizou mostrar todo o seu brilho e impressionar a todos descobrindo o caso do desaparecimento de Raiden Ei? Sim!

Tentei ouvir mais algumas palavras, porém os passos vieram em direção a porta, dei um pulo para trás me distanciando da mesma.

Lá de dentro saiu um policial frustrado, ele trabalha no pelotão principal da Raiden Ei, com certeza é próximo dela. Mas puxar assunto com ele agora seria muito arriscado, ele desconfiaria que eu estava ouvindo!

Vou mover essa investigação sozinho, e começarei indo para a casa onde ela mora!

É minha chance, nunca pensei que ia ficar tão perto de um caso real que ninguém está interessado, se eu for o primeiro a agir com certeza o detetive chefe vai ter que me considerar um detetive de verdade, e não só um estagiário de 17 anos incompetente e infantil.

- Hey, Natasha avisa que as rosquinhas acabaram, eu vou comprar mais! - Sorri para a secretária da delegacia, correndo para fora o mais rápido possível.

- Mas Heizou, quais rosquinhas? - Desculpa mal pensada, mas policiais não estão sempre comendo rosquinhas em filmes? A tanto faz.

Esse caso é meu!

* * *

A caminhada até a casa da Raiden foi longa, e logo de cara já notei o carro dela na garagem, com certeza isso era estranho. Observei uma senhora que regava as flores no jardim, é a primeira testemunha.

- Olá, Senhora, Bom dia! - Sorri gentilmente, me aproximando da velhinha. - A senhora viu a moça que mora naquela casa hoje?

- Oh sim, ela sempre me dá bom dia bem cedo meu rapaz, hoje ela parecia particularmente feliz, acho que era aniversário do filho mais velho! - A velhinha era muito gentil com as palavras, perfeito. Então a Ei realmente estava em casa hoje cedo, o crime não ocorreu durante a noite.

- Ela não saiu? Eu trabalho com ela, e ela não apareceu no trabalho hoje, ela nunca falta então fiquei preocupado. - Mentir para uma velha é tão ruim, que peso na consciência, mas é necessário.

- Não, achei que eles estariam comemorando algo, mas estão muito quietos. Vi uma moça de vestido branco e um rapaz ruivo entrando lá uma meia hora depois de conversar com a Ei, mas não lembro de ter visto ninguém saindo. Desculpe não poder ajudar rapazinho, quer doce? - A senhora sorri para mim, deixando o regador no chão.

- Não, muito obrigado. Eu adoraria porém preciso mesmo ir, você me ajudou muito! - Acenei indo em direção a casa.

Observei a garagem, parecia não ter nenhuma tentativa de abrir a força ou pegar o carro, observei pelas janelas o interior da casa de cor roxo claro, nada parecia bagunçado, se tivesse tido uma briga ali já teriam arrumado e limpado tudo.