Makoto

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— Que saco, isso é muito mais chato do que eu pensei que fosse ser. — Comentei, vendo Ayato trazer várias roupas em colorações diferentes, a maioria em tons de azul escuro.

— Que foi? Nada te agradou Kunikuzushi? Achei que pudesse melhorar seu humor algo assim... — Venti perguntou, se sentando ao meu lado na cama.

— Não é isso, tem umas peças bonitas, eu só me sinto muito cansado fisicamente e acho que não deveria estar aqui. — Me deitei na cama, sentindo que meus olhos imploram para eu os fechar. — Algo está parecendo errado aqui...

— Aí meu deus... — Venti disse, colocando a mão no meu braço, puxando minha luva e vendo a marca da maldição. — Ela está brilhando em roxo...

— Mãe... — Murmurei e Venti olhou para mim preocupado.

— Ayato traga alguma coisa bem energética, como café ou chocolate, eu acho que... Bem é só uma teoria. — Ele disse, e Ayato concordou saindo do quarto.

— Que... Teoria? — Perguntei, e Venti continuou.

— Eu acho que talvez a marca esteja sugando suas energias por algum motivo... Mas talvez devêssemos deixar você cair no sono para descobrir. — Gentilmente, o rapaz colocou a mão na minha testa. — A menos que você já possa me contar algo que sabe sobre esses sonhos.

— Eu... Não tenho nada para dizer! — Falei mal humorado, e Venti suspirou, sabendo que eu estou "mentindo".

— Eu sei que você tentou... Se "desviver" como dizem, o Xiao já me contou tudo. — Ele acariciou minha testa de modo fofo. — Vai Kunikuzushi, durma... Eu vou cuidar de você por hoje, ok?

Então essa troca de roupas na verdade vai se transformar em algo muito maior, e no final eu vou acabar ficando sem roupa nova nenhuma... Fiquei em silêncio, com Venti acariciando meu rosto, até enfim adormecer.

— Yae Miko, certeza que esse é o lugar?

Abri meus olhos, e estava no meio de um local desconhecido no meio de uma cidade bem única em questão de estética, quando olhei ao redor vi minha mãe e Yae juntas descendo de um ônibus.

— M-mãe... MÃE! — Corri na direção de Ei, pulando para a abraçar, porém eu atravessei a mulher e dei de cara com a rua. — O-o... Ah... Claro, é só um sonho... Mas em sonhos você geralmente pode tocar as pessoas, eu acho, o que é isso?

— Sim, tenho certeza Ei, mas não posso ir com você... — Yae Miko disse, entregando para minha mãe um papel. — Toma, tem o símbolo da editora, se alguém questionar alguma coisa você fala que está conosco, eu realmente preciso ir trabalhar agora.

— Obrigada por tudo, Miko! — Minha mãe abraçou Yae, e fiquei observando as duas em silêncio, não que adiante eu falar.

É exatamente onde o meu sonho anterior tinha parado, mas dessa vez eu sou eu mesmo, não estou só observando tudo como se visse uma lembrança da Ei... Será que minha mãe está de alguma forma tentando me mostrar essas lembranças propositalmente?

Quase vomitei quando Yae Miko DO NADA acabou dando um selinho na minha mãe, Agh! Eu tenho que aguentar essas coisas até em sonho, quando as duas estão desaparecidas.

— M-miko? — É estranho ver minha mãe assim, ela está tão jovem... Parece bem mais inocente e fofa do que o normal.

— Eu falei que você ia me recompensar, Raiden Ei, agora boa sorte... — A mulher de cabelos rosas se afastou, e observei ela indo em direção a sua equipe da editora.

— Vai Raiden Ei, é pelo bem da sua irmã. Aquele cara vai pagar hoje! — Observei minha mãe, indo andando pela cidade.

Eu a segui, afinal não posso interagir com nada, sinto que é melhor apenas ir em frente, mas a dúvida fica, será que se eu me afastar muito iria acabar perdido nas memórias dela? Ou tem alguma parede invisível?

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