Silêncio

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Depois daquela conversa com as minhas mães elas me deixaram voltar para o meu quarto, trouxe aquele livro comigo mas pessoalmente não sei como usar o conteúdo dele por enquanto, e se eu começar a treinar magia?

Para a minha surpresa quando entrei no quarto o chapéu de Kunikuzushi estava em cima da minha cama, com um bilhete.

"Kazuha, por favor volte para casa. Nós te amamos muito e só achamos esse chapéu da possível pessoa que levou você de nós duas. Se por acaso vocês entrarem aqui escondidos pegar esse chapéu, leia essa carta e pense no quanto suas mães te amam e sentem sua falta, se fizemos algo errado como mães nos perdoe, se for algo sério por favor converse conosco, nos importamos muito com você, filho."

Me sinto mal pelo que eu fiz, eu amo o Kunikuzushi, claro que amo. Mas foi muito imprudente deixar todo mundo preocupado dessa maneira, e o Tomo... Eu entrei nessa por ele, mas eu nem sei se ele realmente gostaria de "voltar" a vida.

Peguei o chapéu envergonhado, e o abracei. Agora eu tenho outra pessoa que posso considerar igual eu considerava o Tomo, eu acho que não vamos conseguir salvar ele, a história foi muito mais longe do que eu jamais imaginei que iria. Me desculpe Tomo, eu nem se quer vou poder te visitar nos seus últimos dias, eu sou um amigo horrível.

Guardei o Chapéu de Kunikuzushi no meu guarda roupa, é só lembrar de devolver pro Kuni quando ele vir aqui, achei estranho ele estar demorando muito mais do que eu esperava. Heizou, Kunikuzushi, Albedo e Sara se juntaram sem mim para discutir algo, me sinto excluído de um grupo onde tem meu namorado e meu melhor amigo.

Retirei minha camisa e fiquei me encarando no espelho, meu corpo está muito machucado... Os Fatui não tinham muito motivo para me bater, apenas queriam descontar "raiva" ou algo assim, eu não vou guardar rancor deles por isso, nem vale a pena.

Eu tive um diálogo sozinho com a Arlecchino num curto período de tempo, não contei pro Kunikuzushi, ele tem problemas com abandono e acho que não ficaria bem sabendo que ela não considera nada dele, apenas queria agir como agente dupla para a competição ficar mais "interessante" acho que o Kuni sabe disso, mas age como se não soubesse para se proteger.

Suspirei, me deitando na cama e observando o teto, quanto tempo que eu não venho para o meu próprio quarto, está tudo uma bagunça horrorosa e as vezes eu só queria que todos os problemas pudessem ser resolvidos num estralar de dedos, mas o mundo não funciona assim.

- Toc, Toc. - A voz na janela me assustou, e levantei vendo Kunikuzushi sorrindo lá, apoiado na janela. - Tudo bem?

- Olha, você conseguiu subir bem essa vez. Mas porque não veio pela porta? - Fui até a janela a abrindo, e ajudando Kuni a passar por lá com cuidado.

- Você viu? Eu tava treinando um pouco mais meu físico com a Sara. Um pouco surpreendente, vir pela porta é muito normal. - Eu sorri o encarando, o Kuni parece tão feliz esses dias mesmo com toda essa bagunça, eu estou feliz de ver a mudança de temperamento dele.

- Kuni, eu preciso ter uma conversa sincera com você. Vamos sentar?

- Claro, eu também tenho que falar abertamente com você... - Kuni desviava o olhar toda hora para os meus machucados, sem conseguir ficar nos meus olhos, eu precisei me pronunciar quanto a isso.

- Kuni, sobre isso... Tá tudo bem, ok? Eu já esperava algo assim quando me entreguei. - Ele bufou, revirando os olhos e cruzando os braços, parecia frustrado.

- Isso não anula o que eles fizeram, eu vou cortar a cabeça daqueles filhos da puta fora, como ousam te machucar, só eu posso fazer algo minimamente agressivo a você! - Tentei abraçar Kunikuzushi, mas ele se afastou de mim. - Você não vai conseguir me acalmar com essa sua carinha de gatinho sem dono.

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