Hospital

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— Aí! Signora você beliscou minha pele de novo! Será que dá para arrancar essa porcaria logo?! — A mulher estava segurando minha mão esquerda com uma mão e uma pinça na outra, enquanto tentava me manter parado.

— É difícil tentar tirar uma farpa em um carro em movimento! Seu mimado mal agradecido, desculpa se sua pele de porcelana não aguenta uma dorzinha!— Gritava, irritada enquanto o carro balançava, Childe não é exatamente o melhor motorista do mundo. — Custava sei lá, NÃO SUBIR em caixas de madeira largadas num beco vazio?!

— Era uma questão de vida ou morte! Eu não tinha outra escolha. — Exagerado, eu sei. Ela revirou os olhos, assumindo que me responder não valia a pena. — Por falar nisso, Childe como vocês chegaram tão rápido no local que eu estava?

— Dirigindo a cima da velocidade permitida, passando no sinal vermelho enquanto a Signora xingava até a 14° geração da minha família, e quase atropelando uma idosa! Coisa simples. — Childe sorriu, esse cara me perturba, e olha que os Fatuis são todos meio doentes, isso inclui eu mesmo.

— Certo, e o número do Kazuha? Conseguiu? — Perguntei e vi Childe encarar o outro lado, pensativo. Ele demorou um pouco para me dar uma resposta.

— Sim, pega no meu celular depois. E conversa com o seu Clyde. — Ele me provocou rindo, e chutei de leve o banco fazendo ele perder o controle do volante, dando um tranco no carro. — Você quer matar a gente?!

— Se pudesse matar só você, sim. Mas infelizmente minha vida também está em jogo. — Bufei com as bochechas avermelhadas. — Foi uma referência a Bonnie e Clyde, certo?

— Claro! De Romeu e Julieta vocês dois não tem nada. Dois criminosos fugindo da polícia juntos, como um casal, romântico eu diria. — Childe sorria me provocando, enquanto dirigia. — Sabia que você não ia conseguir se virar sem mim, Scarazinho~ Inacreditável que iria me trocar por esse tal de Kazuha!

— Agh! Eu consegui me virar. Só te pedi uma ajudazinha. — Signora ainda tentava tirar a farpa da minha mão, e já estava me dando nos nervos essa demora toda.

— Então, isso quer dizer que eu sou seu melhor amigo a final? — Ele piscou os olhos repetidas vezes igual aqueles personagens irritantes de desenhos animados.

— Claro que não, babaca!

— Mas toda vez que precisa de algo, eu sou a primeira opção! E a Signora a segunda. — Se gabou, gargalhando.

— Eu não sou segunda opção de ninguém! — Signora chutou o branco na frente dela, fazendo Childe balançar e quase tirar o carro para fora da estrada.

— Puta que pariu! Vocês dois realmente querem morrer hoje, né?! Caralho. — Ele jogou uma bolinha de papel enrolada para o banco de trás que acertou Signora em cheio.

— Sim, eu quero! — Ela meteu outra bicuda ainda mais forte, fazendo Childe estacionar o carro com tudo todo torto.

— Filha da puta! Sorte sua que o pai é manobrista profissional, baby. — Ele sorriu se apoiando no banco e olhando para trás.

— Essa merda tá toda torta, igual sua cara. — Ela finalmente conseguiu arrancar a farpa no meu dedo, acho que era só porque o carro estava se mexendo mesmo.

— Beleza Childe, me dá o celular para eu falar com o Kazuha, a propósito como conseguiu o número dele? — Perguntei abrindo a porta do carro e saindo, olhei ao redor e me encolhi tremendo de frio. — Agh, porque estamos em Snezhnaya? Esse bairro parece sempre estar congelando.

— A é, sobre isso, o senhor Zhongli me passou, eu falei para ele que você precisava, e ele arranjou um jeito de pegar lá na escola, sabe como ele é preocupado com os alunos. — Childe saiu do carro, e me encarou com o cotovelo apoiado no carro. — Assim, Scara. A Signora acha melhor você ficar afastado do Kazuha por uns dias. Pode pegar o número, trocar mensagens, mas encontrar ele pessoalmente não.

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