Terceira Estrela - Uma ameaça cortante

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Derek ligou o carro assim que me sentei no carona e Camille na traseira, já que iria se maquiar durante o caminho

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Derek ligou o carro assim que me sentei no carona e Camille na traseira, já que iria se maquiar durante o caminho.

Um calafrio socou meu estômago assim que o carro levantou voo com aquele motor suave. O veículo não passava de uma espécie de capsula que parecia apertada por fora, mas era espaçosa pra caramba por dentro.

As ruas de Grande Sunshine ficavam distantes conforme Derek voava mais alto. Torci para que ele mantivesse a altura mediana como sempre porque eu tinha medo de altura, embora nunca tenha admitido isso em voz alta. Pra falar a verdade, sentia falta dos carros terrestres porque eram mais seguros.

Pelo menos, lá no alto eu não seria obrigado a ver nenhum pôster do CCH (Centro de Cura Homossexual) pelos postes por onde passávamos. Tudo era só nuvens e o calor que vinha do sol.

Nasci e cresci nesse país amaldiçoado chamado Grande Sunshine, que nada mais era do que um conjunto bizarro de três grandes ilhas divididas em: Ilha dos Anjos, Ilha dos Cisnes e Ilha dos Camaleões.

A Ilha dos Anjos estava inabitável desde a queda do presidente anterior. Diziam que era por conta das bombas que matou boa parte da população de lá.

De qualquer forma, aquela ilha tinha um estranho formato de auréola e no centro tinha o famoso Lago dos Anjos que vários doidos achavam que tinha sido abençoado por um anjo que caiu do céu, o que vamos combinar que não é lá muito sagrado porque para um anjo cair boa coisa ele não fez lá em cima.

Em contrapartida, a Ilha dos Camaleões era a coisa mais retrógrada que já vi na vida. Parecia que tinha sido engolida pela própria Floresta Amazônica, as casas eram simples, o lugar era tão quente que todos chegavam a quase derreter.

Pra piorar, fita cassete era novidade, não tinha internet e o único celular que você acharia nas lojas eram aqueles de botões estilo tijolo que ninguém usava mais. Meu primo Austin que morava lá costumava me mandar SMS, o que era no mínimo triste porque tirando as dele as únicas que eu recebia era que cobranças da minha operadora.

Já a Ilha dos Cisnes onde eu morava era totalmente moldada em uma tecnologia de ponta. Éramos conhecidos como a terra dos carros voadores, até porque nenhuma das outras ilhas e muito menos o resto do mundo tinha essa nossa iguaria.

Claro que além dos carros tínhamos segurança com leitura ocular, táxis que ao invés de um motorista havia apenas um sistema eletrônico que te levava pra onde você quisesse além de não ter que mover um dedo pra mudar o canal da sua TV e muito menos levantar de sua poltrona pra apagar a luz porque tínhamos um sistema que fazia isso pra você.

O único ponto negativo pelo menos para mim eram os novos celulares que eram apenas uma fina pulseira com chip embutido que iluminava o pulso e permitia o uso na própria pele. Eu sentia falta de colocar o celular no bolso ao invés de sair por aí com uma pulseirinha que podia ser roubada.

Sim, existiam câmeras de segurança por quase toda ilha só que era mais para monitorar atividades homossexuais suspeitas do que dar um jeito na criminalidade, embora o presidente afirmasse com todas as letras que todos os criminosos eram presos assim que eram flagrados. Sendo assim, Grande Sunshine era um lugar bem seguro a não ser que você fosse parte da comunidade LGBTQIAP+.

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