Sétima Estrela - Uma apelação inútil

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Acordar naquela cela tão familiar fez meu coração bater de um jeito doido no peito

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Acordar naquela cela tão familiar fez meu coração bater de um jeito doido no peito. Agarrei as barras e parecia mesmo que eu estava preso em um dos meus pesadelos. O mesmo cheiro de urina, o ambiente todo sujo e mal cuidado.

Sacudi a cabeça e tive vontade de me beliscar pra ter certeza de que eu estava mesmo vivendo aquilo.

Mas lá no fundo eu já sabia que estava.

Me encolhi o máximo possível na parede, tentando sem sucesso interromper a tremedeira que não parava. Os gritos dos outros pacientes só aumentavam ainda mais meu pânico.

— O Sr. Leal está pronto para vê-lo — um dos seguranças altos com óculos escuros falou sem nenhuma expressão.

Não fiquei nada aliviado ao me levantar cambaleante para sair da cela recém-aberta. Eu não queria sair dali porque eu sabia que atrás daquelas barras era mais seguro, mas não era como se eu tivesse pra onde correr. Aprendi na marra da última vez que não obedecer era muito pior.

Colocaram algemas nos meus pulsos. Eram bem apertadas. Passei pelo corredor feito um fantasma. Não consegui forças para olhar para nenhum paciente porque eu ainda tinha vários pesadelos com as cenas que vi antes de conseguir escapar.

Diferente daquela vez, nada mostrava que eu teria uma chance dessas de novo.

Paramos numa salinha, a mesma onde fui obrigado a assinar o contrato da última vez. Tive um calafrio na espinha quando me lembrei de como meu pai me bateu até que eu assinasse com todas as letras que o procedimento seria feito por livre e espontânea vontade minha.

Quando a porta de abriu, deixando meus pensamentos irem pro espaço, vi que a sala antes simples estava bem diferente e moderna. Tinha várias macas ocupadas por alunos conhecidos da faculdade.

Todos apagados com algumas bizarrices coladas na cabeça, acho que eram aqueles equipamentos que captavam ondas cerebrais ou algo do tipo. De qualquer jeito, era bizarro pra caramba.

Então aquilo só podia ser uma palhinha do projeto TAP sendo botado em prática e tive certeza disso quando reconheci Marcel Byron em uma das macas. Estava descalço, sem camisa e com a cueca colada demais na pele.

Mordi de leve o lábio inferior e virei o rosto porque não queria ficar secando aquele idiota. Eu esperava que a máquina apitasse dizendo que ele não podia ser mais um voluntário porque teve traços de homossexualidade. Isso daria muito o que falar e eu com certeza não perderia a oportunidade de jogar isso na maldita cara dele.

No fim daquele corredor cheio de macas, tinha uma portinha. O segurança me arrastou até lá me dando bicudas com a ponta do sapato sempre que eu ficava de lerdeza na hora de andar só pra espiar um pouquinho mais.

O cara girou a maçaneta sem bater e senti meu rosto ficando meio pálido ao ler ''Christian Alvarez Leal'' em letras garrafais e douradas cravadas naquela porta branca.

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