Sexta Estrela - Um pesadelo real

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Era tanta água que eu mal conseguia enxergar

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Era tanta água que eu mal conseguia enxergar.

Os fios tremulavam como tentáculos.

Então, eu vi a pele dela cada vez mais pálida.

Não tentava mais respirar.

Havia desistido.

Apenas boiando na água revolta.

Parecia em paz.

Parecia morta.

Acordei na hora com a respiração acelerada. Cocei os olhos sabendo que as olheiras sem dúvida estavam me castigando e deixando minha aparência ainda pior.

Além disso, meus olhos estavam inchados de tanto chorar depois daquele término catastrófico. Eu queria só ficar em casa dormindo sem ter que enfrentar o mundo lá fora, só que os pesadelos não me davam nem um terço da paz e tranquilidade que eu precisava.

Dei uma espiadinha no relógio tecnológico cravado na parede e gemi ao ver que não passava das nove da noite e que eu ainda teria uma noite inteira pela frente cheio de pesadelos difíceis de digerir.

Derek não estava no quarto, o que significava que decidiu sair com os amigos ou com a nova garota que estava ficando. De qualquer forma, eu não ia mais ficar ali dormindo sendo refém da minha mente.

Pulei da cama e vesti um casaco mais grosso. Passei a echarpe ao redor do pescoço e parti pra fora do quarto. Minhas tias estavam sentadas assistindo a um programa qualquer de culinária.

— Vou dar uma volta — falei sabendo que minha aparência estava o caos. — Camille terminou comigo, então acho que preciso de um tempo sozinho.

— Ah, querido! — Tia Samantha se levantou e me deu o abraço que lá no fundo eu sabia que precisava. — Não quer sentar e ver um filme com a gente? Posso fazer pipocas.

— Não, acho que preciso tomar um ar mesmo. — Afrouxei um pouco o aperto da echarpe porque estava quase me sufocando. — Pensar um pouco. — Me esforcei pra não começar a chorar de novo.

— Tome cuidado. — Ela acariciou meu rosto como uma mãe preocupada. Aquilo doeu um pouco porque pensar na minha mãe era pior do que pensar na Camille.

— Vou tomar. — Sorri mesmo sem ter motivo nenhum pra isso.

Aceitei as vinte pratas que ela ofereceu pra que eu tomasse um café, de preferência com um bocado de chocolate pra dar uma adoçada naquela minha vida amarga.

Deixei que as estrelas me guiassem até o banco da praça mais próxima. O vento frio deixava minhas orelhas dormentes e nem mesmo os bolsos do casaco felpudo era o bastante pra aquecer minhas mãos geladas.

O ambiente silencioso era a fórmula perfeita para meus pensamentos socarem meu cérebro, mas algo me dizia que eu precisava tentar pelo menos lidar com tudo aquilo.

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