Que tal fazermos um acordo?
Eu estava de pé na porta da faculdade esperando o horário da minha primeira aula. Derek foi pro grupinho dos populares assim que chegamos e como eu era um pária social quando se tratava de fazer amizades, tive que ficar remoendo minha solidão ali mesmo.
Tá me ignorando de novo, estrelinha?
— Já falei pra parar de me chamar assim! — rosnei através dos dentes cerrados.
Uma garota passou por mim e acabou me olhando de um jeito estranho como se eu tivesse escapado do hospício mais próximo. Senti o infeliz do Marcel gargalhar alto na minha cabeça.
Paro se me ouvir e aceitar meu acordo.
— Que tipo de acordo? — Dei o braço a torcer, mas tomei o cuidado de falar o mais baixo possível pra não dar bandeira.
Podemos ir para a minha casa. Ver se encontramos alguma coisa. Não quero ficar aqui de braços cruzados vivendo essa sua vidinha chata.
— Bela maneira de me convencer a te ajudar. — Cruzei os braços bem irritado por seu jeito nada agradável de falar comigo. — Se você se comportar, talvez eu vá depois da aula.
Não. Tem que ser agora porque não vai ter ninguém e eu preciso ver se encontro alguma coisa, um documento ou sei lá. Vai saber se algum parente meu assinou um termo que permitia que fizessem uma droga dessas comigo.
— Duvido muito. — Inflei as narinas porque ele não entendia a própria estupidez, o que só o deixava ainda mais estúpido. — Se está aqui foi por culpa sua mesmo. Você que aceitou ser uma cobaia para o governo, então que lide com isso.
Mas eu não esperava que fosse perder meu corpo e muito menos a minha vida. Também não esperava que fosse ficar preso no corpo de um garoto que eu particularmente não suporto.
— Você fala como se eu fosse um grande fã seu. — Fui incapaz de não revirar os olhos. — Olha, o que esperava? Christian é um lunático sem o mínimo de inteligência e apesar de ser um bicho gostoso pra caramba, eu diria que aquele sorriso dele seria capaz de provocar o próprio apocalipse. Ele já mentiu pra geral, o que impede aquele idiota de fazer isso de novo? O que você esperava que fosse acontecer?
Eu queria ajudar as pessoas a serem curadas.
— O problema é que elas não estão doentes, Marcel — falei, o que eu já estava cansado de afirmar por aí. Só torci em silêncio para que o óbvio finalmente entrasse naquela cachola murcha.
Claramente alguma coisa nesse procedimento do CCH deu muito errado.
— Ah, você jura? — Suspirei. — Ok, vamos dar um pulinho na sua casa. Só que você vai ficar me devendo uma.
Quando eu recuperar meu corpo, bato uma pra você, estrelinha.
— Eca, deixa pra lá. — Pigarreei e mesmo que eu quisesse, era impossível esconder meu rosto ficando quente e vermelho.
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O amor é uma piada ✅
Science FictionPLÁGIO É CRIME! É proibida a distribuição e reprodução total ou parcial desta obra sem autorização prévia do autor. Tyler Tramontini sempre se via tropeçando pela vida até se encantar pela garota dos seus sonhos. Porém, tudo muda quando ela o troca...